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Sexta-feira, 17/8/2007
Yamandu+Dominguinhos, no Auditório Ibirapuera

Julio Daio Borges




Digestivo nº 340 >>> Só Dominguinhos mesmo para domar Yamandu Costa. Se o disco da dupla em estúdio, pela Biscoito Fino, parecia protocolar demais, por registrar apenas os primeiros encontros, o show, no Auditório Ibirapuera, pegou fogo, no melhor sentido do termo, sem perder a mão. Foi o próprio Yamandu quem revelou que, quando chamou Dominguinhos, não queria apostar tanto mais na velocidade, nem na pirotecnia; e, hoje, não parece haver melhor companheiro do que o acordeonista, em seus mais de sessenta anos de vida, vasta bagagem de artista e serenidade bem-vinda. Afinal, Yamandu já havia mostrado do que era capaz, no Prêmio Visa, no primeiro CD, em “ao vivos” e até com a Osesp – faltava o choque do prodígio com os mestres, para converter a habilidade (em matéria de técnica) em densidade na expressão do sentimento. A mesma Biscoito Fino já havia tentado com Paulo Moura – mas: ou este estava além da idade do diálogo; ou Yamandu não se mostrou preparado; ou, ainda, alguma outra coisa impediu que a química musical funcionasse 100%. Já no início de agosto, com Dominguinhos, Yamandu, pela primeira vez, deixa de lado o desafio de tocar cada vez mais rápido, apresenta humildemente suas composições, faz piadas com o público e até, surpreendentemente, canta... Já o autor de “Eu só quero um xodó” não se intimida com o talento precoce, dá particularmente um show no seu instrumento, enquanto que assume, com seu carisma, o papel de mestre-de-cerimônias. A acústica (e a técnica e o som) do Auditório ajudou (ajudaram), porque o repertório soou impecável da primeira à última música. Yamandu+Dominguinhos ficará como uma das melhores turnês do ano. E o ainda jovem instrumentista gaúcho guardará, para sempre, as lições adquiridas no contato com o mestre do acordeão de Garanhuns.
>>> Auditório Ibirapuera
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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