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BLOG

Sexta-feira, 13/5/2016
Blog
Redação
 
13 de Maio - A data

Hoje e o dia em que se comemora a Abolição da escravidão de africanos e seus descendentes, no Brasil.

Por conta de "movimentos políticos" do tipo engana-trouxa vamos deixando de ensinar aos brasileiros quem foi e o que fez a Princesa Isabel, aquela que assinou a lei proibindo e extinguindo a pratica do comercio de escravos no nosso Pais.

Tentam impor um "herói" negro, no lugar da Princesa.
Trata-se do Lendário Zumbi, um líder indiscutível, que fugiu do cativeiro e fundou uma aldeia, um quilombo no interior, onde foi rei.
Ali viveu com seus hábitos e costumes , varias esposas e.... Escravos, coisa de quem podia mais que os outros.

Se a lenda de Zumbi com sua argucia, inteligencia, liderança, força e coragem serve para alguma coisa, sem duvida e para mostrar que a especie humana não se deixa abater. Um fantoche a gente sabe como acaba.

Alem do absurdo de se tentar apagar uma data histórica desse porte, ainda resta lembrar que o comercio de escravos foi exercido, e muito, por negros africanos, tanto na origem, ou seja, africanos vendendo africanos capturados em tribos diferentes das suas, como aqui no Brasil, principalmente na Bahia e no Rio de Janeiro.

O mesmo aconteceu no Caribe e na America do Norte. Pois e, mercadores brancos e negros de escravos africanos negros.

A divisão de seres humanos em grupos raciais alem de ser uma estupidez, e de uma vilania politica imensurável. Nao serve para nada.

As tais atitudes inclusivas, seja la o que isso for, não transformam ninguém.

Quem nasce grande vai ser grande: Gregório de Matos, Jose do Patrocínio, Machado de Assis, Jamelão, Grande Otelo... Para não citar os vivos que, por sua grandeza, rebrilham em nossa mente. Todos enormes, magníficos, estupendos.

Alguem vai provocar: E as mulheres? Ora, ora... Em todos os campos do conhecimento, das artes, da ciência, sempre tivemos mulheres descendentes de escravos.

Viva o dia 13 de Maio
Viva a Abolição, a Lei Áurea.
Viva a Princesa Isabel.
Viva a memoria e a historia do Brasil.



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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
13/5/2016 às 12h40

 
Peraí!

Corre por aí uma carta ao deputado Paulo Teixeira insinuando que Temer é filho de senhor de engenho escravocrata ditador militar oligarca dos meios de comunicação. NÃO!

Como todos sabem é filho de imigrantes libaneses que vieram para o interior de S Paulo e melhoraram de vida com muito trabalho. Não só melhoraram a vida deles como de todos os outros brasileiros. Na Wikipédia diz que o pai montou uma máquina de beneficiamento de arroz. Se não fosse gente empreendedora como eles todos colegas da minha turma íamos ter passado a adolescência debulhando milho na mão em vez de estudar engenharia.

Depois o Temer veio para a capital estudar e virou advogado. Quem tem avô ou bisavô imigrante que chegou no Brasil com uma mão na frente e outra atrás, e conseguiu mandar os filhos estudarem na faculdade, conhece muito bem essa história e deve ter muito orgulho.

Eu nunca votei nele - quem votou na Erundina para prefeita ou na Dilma votou, eu não - e todo mundo tem direito de discordar de cada uma das opiniões e ações dele, mas falar mal de uma família que por tudo que sabemos é mais do que honrada passa dos limites. E me deixa chateado porque eu tenho certeza que durante esse século que estão aqui a família ouvia todo o tipo de insulto preconceituoso contra "aqueles turcos" por parte das elites racistas, e agora que a gente achava que o racismo tinha saído de moda nos chega uma nova leva de políticos racistas falando mal da família dele porque são "brancos".

Vou deixar barato que esse Paulo Teixeira é autor de um projeto de "trem da alegria" para empresas corruptas que descriminaliza a formação de cartel e elimina a punição por corrupção - se emplacar, a empresa quando for pega devolve o que roubou e fica livre para continuar roubando à vontade sem punição. Porque afinal de contas ser a favor da corrupção é questão de opinião, direito do Paulo Teixeira, se ele acha que a corrupção beneficia ele e a família pode defender. Às claras, já que é deputado.

Mas xingamento racista contra os meus presidentes eu não tolero, nem o que se chama Michel Elias Temer nem o que se chama Barack Hussein Obama. Tenho muito orgulho que um preto inteligentíssimo seja presidente dos EUA, como tenho orgulho que um filho de libaneses trabalhadores possa ser presidente do Brasil, mesmo sem ter votado nele.

Ah, o Temer pode acumular a presidência do Líbano. Ele tem cidadania honorária e é maronita. Se a 1a proposta do José Serra for a entrada do Líbano para os Estados Unidos do Brasil, como se chamava na nossa época antes da ditadura, sou favorável. Pode dizer que a ideia foi dele.

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Postado por O Blog do Pait
13/5/2016 à 00h17

 
Começos Inesquecíveis

A revista Bule pediu a seus leitores, colaboradores, seguidores do Twitter e Facebook que apontassem os melhores começos de livros da literatura universal. Cinquenta e cinco livros foram citados. Desses, a revista selecionou 15. A lista ficou assim: Moby Dick, de Herman Melville; Notas do Subsolo, de Dostoiévski; Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; O Complexo de Portnoy, de Philip Roth; A Lua Vem da Ásia, de Campos de Carvalho; O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger; O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos; A Metamorfose, de Franz Kafka; Dom Casmurro, de Machado de Assis; Anna Kariênina, de Liev Tolstói; O Ventre, de Carlos Heitor Cony; Lolita, de Vladimir Nabokov; O Jardim do Diabo, de Luis Fernando Verissimo; Dom Quixote, de Miguel de Cervantes e Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez

Que leitor não ficaria maravilhado ao deparar com “Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes”, de Vladimir Nabokov, ou intrigado com “Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”, de Franz Kafka?

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Postado por Blog de Anchieta Rocha
12/5/2016 às 22h25

 
No bar do Ivo, abraço é moeda

O bar do Ivo fica numa privilegiada rua de Fortaleza. Entre as avenidas Beira-Mar e Abolição. De suas mesas é possível ver a igreja e o cemitério do Mucuripe.

E não é apenas a localização, a clientela também reúne bons predicados.

Empresários, advogados, políticos, militares, escritores, músicos, atores, jornalistas, professores, universitários, reis de camarotes, dentre outras personalidades da sociedade abastada, aliviam os fardos diários no tradicional estabelecimento.

Trata-se de um ambiente simples, mas considerado um achado, mesmo estando 26 anos à margem do eixo preferido da crítica da noite fortalezense.

Ele não figura em guias turísticos, mas abastece o esquenta da galera.

"Graças ao meu bom Deus", diz Ivo, sempre que um frequentador descobre o lugar e comenta sobre o nível intelectual e social de quem bebe por lá.

Mas, como um bom boteco que se preze, o local é também parada obrigatória de transeuntes de ocasião.

Os, digamos, menos afortunados, sem os 15 diplomas por parede, patentes e avantajadas contas bancárias.

São cozinheiros, garçons, manobristas e seguranças do restaurante de bacana que fica duas quadras dali; funcionários dos inúmeros hotéis da orla - que param para uma branquinha ou uma gelada pós-expediente.

Flanelinhas; carroceiros; pipoqueiros; vendedores de milho; engraxates (isso mesmo, engraxates), e muitos personagens anônimos que chegam e, "dá licença aqui, patrão", escoram-se no balcão e sorvem, talvez, a única companhia do estômago do dia.

Sábado à tarde, um desses invisíveis ébrios, vestindo bermuda e camiseta surradas, descalço, cabelo com uma mistura de óleo e água, com feridas em dos joelhos, já sem dentes, sentado, pernas cruzadas, rabiscava numa folha e olhava para o senhor da cadeira a sua frente.

O caricaturava.

Dez minutos depois, obra pronta, o rosto do moço, que afirmara ser natural de Tatuí, interior de São Paulo, estampava, desenhado em traços firmes, a folha branca.

"São dez reais", cobrou o profissional do pincel.

"Mas eu não pedi pra você me desenhar", retrucou um já alterado etílico senhor, para espanto dos presentes, que acompanharam a negociação prévia entre ambos.

"Olha, não quero ser injusto, tenho apenas quatro reais".

"São dez reais", recusou-se a receber quantia inferior.

"Toma de volta o desenho e usa o verso em nova caricatura".

"Não. O desenho é seu, apenas me dê o combinado".

"Rapaz, pague o homem. Serviço desse não é menos de 30 reais na Beira-Mar", gritou o cliente da mesa ao fundo.

"Mas eu não pedi o retrato. Pago uma dose".

"Em cachaça não recebo, tenho dois filhos e uma mulher brava. Quero os dez reais".

"Deixa que eu pago. Você não vai ficar no prejuízo", prometeu o bigodudo que estava escorado na mureta, querendo amenizar os ânimos exaltados.

Abriu a carteira, tirou a nota e pagou o surpreendente artista anônimo.

"Ei, já que tudo se resolveu, me dê um abraço e considere o afago como parte do pagamento", disse o autor do calote.

O desenhista recebeu o abraço, não o retribuiu, e saiu de lá com semblante resignado.

Quem sabe lamentando sua condição de excluído, que até então não tivera uma oportunidade sequer para demonstrar suas habilidades artísticas.

*Marco Garcia é jornalista paulistano. Mora em Fortaleza.

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Postado por Blog de Marco Garcia
12/5/2016 às 12h04

 
Itaúnas não será esquecida e nem Bento

O coração teima em doer e a memória não se apaga. Não tem como não se indignar ao acompanhar as notícias sobre o maior desastre ambiental do Brasil e um dos maiores do planeta, ocorrido em novembro de 2015 em Mariana, Minas Gerais.

O distrito de Bento Rodrigues foi varrido por um mar de lama após o rompimento da barragem do Fundão. Milhares de toneladas de barro, minério e água contaminada destruíram o Rio Doce, atingindo toda a fauna e a flora da região. O Estado do Espírito Santo, onde o Rio Doce deságua no mar, também foi atingido e retrocedendo a memória, não podemos nos esquecer que a vila de Itaúnas também já foi alvo de tragédia semelhante.

Se Bento Rodrigues foi varrido por um tsunami de lama devido a atividades desenvolvidas à margem das responsabilidades pela mineradora SAMARCO , a vila de Itaúnas foi soterrada num processo lento ocorrido pela ação dos ventos. Dunas se formaram à partir do desmatamento da restinga nos anos 30 e 40 .devido a exploração intensa dos madeireiros na região capixaba.

Ambos os cenários foram engolidos pela ganância do homem em busca do lucro fácil, desprezando compromissos éticos para com o planeta e futuras gerações. O impacto além de ambiental destruiu vidas e histórias. Não dá para mensurar a importância da memória do outro pois sob o olhar “de fora” ela terá sempre pouco ou nenhum valor.

A Vila de Itaúnas conseguiu se reerguer e vive hoje, exclusivamente do turismo e da pesca. Tombada como patrimônio histórico e natural é um dos marcos de luta pela preservação ambiental no Espírito Santo. Bento Rodrigues ainda está contando prejuízos, nem os especialistas mais otimistas conseguem dizer quando haverá reversão do atual quadro. Caminha também para um processo de tombamento; criação de um memorial ou museu. O desejo comum agora é a reconstrução nos moldes do que foi perdido. Não se reconstrói vidas partidas apenas mudando para a outra margem do rio.

Contrariando o conceito já instalado de que o povo brasileiro esquece suas tragédias antigas assim que aparecem outras, Itaúnas não será esquecida e nem Bento.

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Postado por Blog belohorizontina
11/5/2016 à 00h42

 
Oficina de Cinema Independente em Paragominas-PA

Nos próximos dias 19, 20 e 21 de maio, estarei pela primeira vez em Paragominas, interior do Pará, realizando novamente a Oficina de Cinema Independente - pela segunda vez no ano (houve uma Oficina em Belém em abril), e também pela segunda vez numa cidade de interior (a estreia foi em Jequié, Bahia, no ano passado).

É uma grande alegria, além de constituir também um desafio, viajar realizando esta atividade, que não leva o nome de 'Independente' por acaso. A Oficina não é bancada por patrocinadores nem leis de incentivo, ela é viabilizada pelas inscrições a cada edição. Por isso é importante que os interessados atentem para o fato de que as inscrições se encerram no dia 16, próxima segunda-feira.

Esta edição da Oficina irá ocorrer na Casa Mágica do Ifac (Instituto Fernando Arapiranga), espaço cultural recentemente inaugurado que já vem movimentando a cena cultural de Paragominas.

As inscrições podem ser feitas no próprio Ifac, à rua Gaspar Dutra, 166, Uraim, no valor de R$ 180,00. Serão emitidos certificados para todos aqueles que comparecerem a pelo menos dois encontros.

O programa da Oficina inclui noções de conceito e história do Cinema Independente, roteiro, montagem e finalização de curtas-metragens, além de abordar legislação do setor e informações sobre mercado exibidor, circuito de festivais e também o registro na Ancine.


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Postado por Cinema Independente na Estrada
9/5/2016 às 23h00

 
Improvável amor de São João

Ela suspirou e pensou. Quentão, milho cozido, amendoim, mugunzá, canjica e forró. Eita, que a melhor época do ano está chegando.
Ele a olhou e sussurrou.
Eu gosto de você com força, por isso eu grito “I love you com toda gota”.
Gaiato que só, ela respondeu.
Ele, sem cerimônia, replicou: peguei no seu cabelo, você disse “fiquei louca”, falei no ouvidinho “tem cuscuz com leite”.
Ela, sem poder se conter, gritou: pela antecipação e extensão do São João eu voto siiiiiim!
Marminino, ele ponderou.
Ela, braba que só a peste, devolveu: quem é você para derramar meu mugunzá?
Ele, para amenizar as coisas, disparou: tu é o meu aperreio mais gostoso.
Desconfiada, ela contemporizou. “Deixe de enxerimento”.
Ele não se conteve: se avexe não, é com você que eu quero dividir o meu cuscuz.
Se fazendo de desentendida, ela cobrou: deixe de arrudeio.
Querendo ir ao ponto, ele alega: calor do estopô. Bora pra rua da cachaça.
Ela, irônica, desdenha: É mermo é?
Ele, mais incisivo, dispara: tome mel, tome cachaça, tome amor e tome xote.
Para cortar o assunto, ela salienta: você até que é legal, mas eu prefiro paçoca.
Ele, para se fazer de importante, cola comigo que é sucesso garantido.
Gaiatin, meu fii, né?
É o mundo pra mangar de mim e eu só para mangar do mundo, filosofou ele.
Se rendendo às cantadas sertanejas do sujeito, ela ameniza: bora, amo cheiro no cangote.
Pois cuida, a gente se ajeita numa cama pequena, te faço um poema e te cubro de amor.
De longe, ela ouve: menina, vem timbora esquentar o almoço.
Mamãe.
A bixinha, rapaz, ele choramingou.
Sozinho, à noite, suspirou: a pior parte do dia é quando a danada da saudade vem.
Tivesse ela aqui, a gente ia dançar ‘rala ralando o tchan’ a noite toda.
Ô saudade lascada.

*Marco Garcia é jornalista paulistano. Mora em Fortaleza.

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Postado por Blog de Marco Garcia
5/5/2016 às 12h26

 
O impeachment veio rápido.

O curso normal dos eventos seria a presidente renunciar antes do processo de afastamento terminar. O motivo seria o desastre nas eleições municipais e o abandono da defesa do governo pelo PT.

O impeachment correu mais rápido do que eu esperava. O motivo é que o governo forçou a barra, com o Delcídio e a nomeação do Lula. A interferência escrachada nos poderes da república forçou as ações do congresso, que de outra forma teria sido mais lento, prudente, e conservador. A coisa toda se tornou inevitável - um pouco porque o PT está deteriorando a situação econômica do país mais rápido do que previsto; um pouco pelo afinco do judiciário em revelar amplitude insuspeitável da corrupção; mas principalmente porque o governo está agindo anticonstitucionalìssimamente para evitar o afastamento.

Isso vai se provar ruim para o país. A eleição municipal teria servido psicològicamente como um referendo. O governo por enquanto ainda tem uma massa de apoio - seja ideológico, seja comprado com mortandela ou mala preta milionária, seja por afinidade de incompetência - que vai tentar criar confusões, ao contrário de quando Itamar e Sarney assumiram. Esse governo do vice peemedebista vai ter uma dificuldade adicional.

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Postado por O Blog do Pait
17/4/2016 às 08h57

 
Por Que Impeachment?

Porque o impeachment não é um golpe como alardeia o governo, mas um antídoto constitucional, decerto extremo, só aplicado aos que insistem em tolher a ordem vigente em nome de interesses particularistas. Para o governo, o impeachment era um recurso destinado a outrem, e não a si próprio. A razão para isso está no fato de o partido se conceber como a verdadeira encarnação da vontade do povo. Sob tal pretensão, repousa a idéia de democracia popular, ou seja, de que ao governo bastaria o apoio dos que lhe concederam o voto. Porém, esta é uma condição necessária, não suficiente; pois nas modernas democracias governa-se para todos e não para um grupo seleto, o que pressupõe uma boa dose de observância às regras do estado de direito. Daí as democracias populares serem uma miragem do ideal democrático que, invariavelmente, se degeneram sob o ímpeto voluntarista da liderança popular. Por isso, vale recordar a sagaz lição de J. G. Merquior, em A "Natureza do Processo" (1983), de que a verdadeira democracia é a liberal, pois só nesta reside à oportunidade de se vivenciar o poder como autoridade, jamais como força ou violência.

Impeachment, porque, além de ser um instrumento legal, o crime de responsabilidade que lhe dá vida, se faz presente. As ditas “pedaladas fiscais”, em que pese o nome simpático, são a marca de um retrocesso. Pois, nelas se esconde o desejo de voltarmos a um estado de desmazelo a respeito das contas públicas, com a finalidade de satisfazer o saudosismo por um nacional-desenvolvimentismo. Trata-se da velha estória de que, para vencermos o subdesenvolvimento, um pouco de inflação não faz mal a ninguém; decorrendo assim a expansão dos gastos públicos, a generosa, mas nem sempre realista desoneração de impostos, o aumento de salários acima das taxas de produtividade e, "last but not least", o controle de preços.

O resultado é que só uns poucos se beneficiam dessa trágica conduta emanada do filantropismo populista, cabendo aos demais pagar a conta, via inflação e/ou aumento de impostos. Eis aí, diria Roberto Campos, a receita para se empobrecer mais rápido. Nisso, reside a mais notável ignorância acerca da interdependência das variáveis, um dos fatores decisivos de nossa complexa vida contemporânea, cuja lição é que não se pode agir arbitrariamente sobre uma variável sem que as demais sejam afetadas. Assim, temos adiado o inadiável, isto é, o encontro com as boas maneiras da lógica, que nos ensina que o desenvolvimento econômico se faz com robustos sacrifícios de poupança, constante aprimoramento do capital humano e uma indefectível dose de bom senso.

Por isso que dissemos sim ao impeachment. Não se tem, somente, o crime de responsabilidade. Mas todo um conjunto de circunstâncias que nos leva à outra metade da acusação, os chamados aspectos políticos. Pois, como tem sido averiguado na recente história dos países que dão lume ao que Samuel Huntington chamou de "third wave democratic", presidentes se tornam vulneráveis a processos de impeachment a partir da convergência de três fatores principais: escândalos de corrupção, envolvendo o núcleo central do poder; perda da maioria da câmara; recessão econômica, do tipo em que a causa está nas decisões tomadas pelo governo, e não em eventos exógenos, além dos protestos massivos que eclodiram em 2013. Dificilmente um presidente verá seu mandato ameaçado por um ou outro fator. Porém, o governo Dilma Rousseff, devido à vasta capacidade de prodigalizar erros, conseguiu dar ensejo aquilo que muitos analistas chamam de "a tempestade perfeita".

Consequentemente, a corrupção não é apenas mais um escândalo, mas uma atividade sistêmica. Como se das urnas se tivesse lavrado o monopólio de uso da corrupção, canhestramente justificado pelos petistas como um instrumento legítimo de dominação. A Providência, segundo a metafísica social petista, teria lhes conferido um papel especial no que tange à corrupção, permitindo-lhe usá-la contra aqueles que tradicionalmente a tinham como um prêmio por vencer o embate eleitoral. O saldo dessa utopia às avessas foi o agravamento de vários aspectos do sistema político, que o faz voltar-se para si mesmo, como se pode corroborar com o exponencial crescimento no número de partidos.

Já a recessão, que desponta como a mais severa desde a última, nos distantes anos 30, teve como antecipamos acima, as digitais do governo. Adicionalmente, refletem um estatismo vulgar de antes da queda do muro de Berlim, amplamente desacreditado pela fartura de evidências contrárias em razão da importância, ainda não completamente entendida por certas seitas políticas, da natureza complementar entre democracia e mercado. Nesse sentido, deveríamos está debatendo como ajustar o tamanho do estado ao do PIB, sabendo que não há estado para todos, tal como vislumbrado pelo modelo cesáreo-papista-populista ainda em voga.

E a perda da maioria no parlamento? Esta se deu, ao menos, por três razões. Primeiro porque a maioria era artificial, ou seja, a aglutinação se devia menos às ideias políticas e mais ao fisiologismo reinante. Segundo, o projeto político petista é muito recalcitrante em não compartilhar os despojos. Assim, lideranças partidárias que se atribuíam alguma importância foram relegadas a papéis secundários junto às esferas de decisão, incluído aí o vice-presidente. Terceiro: em algum momento, o governo nutriu a vil ambição de reduzir o poder de aliados importantes como o PMDB. Um erro que deflagrou uma corrida armamentista tácita nos bastidores, pois na política, assim como no mundo natural, impera o espectro da Rainha Vermelha, em que todos precisam correr continuamente para permanecer nos mesmos lugares. Destarte, ante a menor suspeição monopolista, o que fora uma vasta maioria se transforma numa oposição renhida.

Por último, temos as manifestações, cujo choque fora acachapante para o governo, visto que nasceram de forma espontânea e emergente, isto é, fora dos círculos políticos tradicionais. Na raiz dos protestos, está uma profunda insatisfação não só com o projeto petista, mas também com o sistema político como um todo, devido à sua incapacidade de responder satisfatoriamente aos anseios da população. Finalmente, a sabedoria das multidões tinha emergido; e ao emergir, se deparou com um limite bem claro: o sistema é frágil não só porque é inábil em não suprir aquilo que promete, mas, sobretudo, por permitir que determinados grupos políticos acalentem pretensões autocráticas.

No âmago lulopetista, existe uma séria propensão que faz com que o partido se veja como o portador da verdade final. Nas origens dessa maneira de ver, está a junção de marxismo e populismo. Cada qual oferecendo o que o outro não tem, a saber, a liderança carismática de cá e o conteúdo revolucionário de lá. Sendo que ambas estão definitivamente irmanadas quanto ao alto pendor messiânico, ao ponto do filósofo francês Raymond Aron denominá-las de "religiões seculares". Da crença populista, resultam governos que debilitam propositalmente as instituições de modo, que estas se transformem em apêndices da vontade da liderança carismática e do partido-estado. Opiniões contrárias não são permitidas, quando não são encaradas como inimigas da causa. Uma rápida vista de olhos no panorama de nossa Latino-América nos dá uma ideia dos resultados catastróficos. A única tendência real no populismo é o ímpeto rumo a maiores apelos irracionais.

É por isso que, tal como muitas Molly Bloom , dizemos sim ao Impeachment, porque o governo que ora desvanece só tem uma vocação, a do poder perpétuo, que gira em torno de um único pensamento: a busca irrefreável da sacralização de todas as coisas, detendo-se nas mais altas pretensões e esquecendo-se do essencial profano de nossas vidas que não pode ser redimido porque, como nos lembra a célebre frase de Immanuel Kant, tão ao gosto de outro iminente liberal, Sir Isaiah Berlin,"do madeiro tão torto de que é feito o homem, nada perfeitamente retilíneo pode ser talhado".

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Postado por Blog de Fabiano Leal
16/4/2016 às 20h34

 
Rabiscando a saída da sinuca

Escrevi isso ano passado, nunca postei. Vou postar sem reler. Está todo mundo tuitando demais e vou dar meu pitaco também. Sei que tem imprecisões mas não vou corrigir. Tem mais acertos do que a maioria das propostas que você lê por aí.

A situação econômica na qual o PT botou o Brasil só tem um aspecto inusitado: todas as outras crises das quais nos lembramos tinham causas variadas, internas e externas, problemas econômicos ou divergências sociais. Essa é a única na minha memória que foi engendrada pelo governo sozinho, rapidamente, a partir de uma conjuntura internacional amplamente favorável e de relativa concórdia interna. Nem por isso é menos real ou mais fácil resolver.

http://www.digestivoblogs.com.br/post.asp?codigo=5100&titulo=Nunca_antes_na_historia_desse_pais...

A crise exige medidas aparentemente contraditórias: diminuição de gastos e aumento de impostos para garantir a solvência do Tesouro a longo prazo; e estímulo às atividades econômicas para evitar contração desastrosa agora. Uma dificuldade é a falta de credibilidade de uma administração comprovadamente corrupta. Qualquer aumento do déficit no momento sinaliza a explosão dos desequilíbrios no futuro, e até para a possibilidade de calote; mas qualquer diminuição agrava a recessão em curso. A outra dificuldade é ideológica: a assim-chamada "esquerda", que de keynesiana não tem nada, exige cumprimento fiel dos ensinamentos que recebeu de seus professores - o gasto público sempre tem que crescer. Já a assim-chamada "direita", que de ortodoxa na economia também não tem nada, se põe a gritar que o remédio para todos os problemas é a redução das atividades do estado. Direita e esquerda trocaram de atitude desde o tempo do Millôr Fernandes; seja como for, já investiram demais nas posições pró e contra gastos para mudar de opinião em prol do País.

http://www.digestivoblogs.com.br/post.asp?codigo=4879&titulo=Acreditam_no_que_ensinam

1 - Mas existe uma saída canônica, de manual. Do lado da arrecadação, as despesas crescentes da União exigem aumento de impostos. É importante conter o crescimento dos gastos, mas não é realista imaginar que no total parem de crescer, uma vez que resultam de decisões com amplo apoio entre políticos e eleitores. Sem aumento dos impostos as contas públicas não fecham, mas o inevitável aumento precisa ser postergado. A forma de fazer isso é a introdução do imposto sobre movimentações financeiras com validade a partir de 2018. Trata-se do imposto que menos distorce a atividade de produtores e consumidores, e que tem menor custo de arrecadação. A alíquota deveria ser suficientemente alta para permitir cortes imediatos nos impostos mais daninhos, como os que incidem sobre o faturamento e folha de pagamento das empresas, especialmente da indústrias. O imposto do cheque incide sobre atividades do setor financeiro, menos produtivo e já excessivamente favorecido.

Aumento imediato aprofundaria a recessão e teria efeito negativo sobre a própria arrecadação, piorando o déficit e a situação das contas públicas. Austeridade já na hora errada é o que o governo está tentando fazer, com resultados ruins, conforme por todos previsto - em simetria aos maus resultados dos gastos excessivos dos 4 anos anteriores. O problema é que ninguém acreditaria numa lei que pudesse ser revertida por um governo mendaz ou um congresso imediatista. O aumento futuro, com validade apenas na próxima administração, teria que ser respaldado por um dispositivo constitucional, de difícil reversão - o Legislativo tem que amarrar suas próprias mãos.

2 - Não é fácil cortar os gastos da União. É fato que a máquina do estado é dispendiosa e ineficaz, e existem benefícios injustificáveis, especialmente nas aposentadorias para juízes, políticos, e apaniguados. Os cortes dos maiores exageros, incluindo o infame subsídio à bastardia dos netos dos militares, não teriam efeito grande nem imediato sobre as contas públicas. E a maior fração dos gastos ditos sociais são benefícios a pessoas realmente necessitadas, cujo corte além de ser politicamente infactível não é nem moralmente justificável nem de forma alguma vantajoso para a nação. É errado e ineficaz tentar resolver os problemas econômicos com o corte da assistência aos mais pobres, como está tentando fazer o atual governo. Os cortes devem ser feitos com critério de justiça e bom funcionamento do estado, não para resolver problemas de caixa.

Mais significativas são as transferências constitucionais a estados e municípios. Não é possível cortar essas transferências. Uma emenda à Constituição deveria exigir que a totalidade dessas transferências fosse aplicada diretamente em educação e saúde. Esses recursos - essencialmente retirados do estado subrepresentado eleitoralmente e levados para os 17 estados com populações mais pobres e com políticos mais vorazes - ao menos teriam que ser empregados com finalidades nobres. Nenhuma fração poderia ser usada para pagar salários administrativos ou fazer obras cujo controle é sabidamente duvidoso. Caso não fossem gastos em educação e saúde, exigida complementação pelos governos locais, os fundos ficariam retidos pela União, amenizando o déficit.

http://fmpait.blogspot.com.br/2014/10/para-entender-impostos-federais.html

3 - O maior gasto controlável do governo federal é com as empresas públicas. Elas rendem lucros contábeis regularmente, e prejuízos astronômicos nas horas mais difíceis. O BNDEs perde milhares de contos de réis todo mês com o subsídio implícito nos empréstimos a juros baixos - um valor maior que a assistência social aos mais pobres! Caso a taxa de juros dos empréstimos fosse equalizada ao custo que o governo e os cidadãos têm para obter os recursos, haveria uma quebradeira - a inadimplência hoje só é pequena porque o governo dá $ de graça. O valor presente dos subsídios futuros talvez chegue a casa do trilhão. A única saída é liquidar o banco, vendendo os ativos na medida que for possível, e assumindo o prejuízo na forma de um aumento da dívida pública líquida, que se tornaria igual à dívida bruta, conforme todos já contabilizaram em suas estimativas da capacidade do país saldar seus compromissos.

Similarmente, a Petrobrás hoje tem valor contábil negativo. As ações só continuam tendo valor na bolsa porque os acionistas imaginam que o governo vai salvar a empresa, seja diretamente com $ do sofrido contribuinte, seja achacando o consumidor de combustíveis pela força dos monopólios. Manter a empresa nas mãos do estado, confiando na capacidade e honestidade desse governo e de todos os futuros, ou pior, torcendo para que uma alta futura nos preços do petróleo compense a falta delas, não é um investimento - é especulação frívola. Não há alternativa racional a fatiar e privatizar a empresa, eliminando seus privilégios, após aprovar todos os dispositivos legais para tal necessários.

A situação do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Eletrobrás, e dos Correios, não está ainda tão clara. Por via das dúvidas, devem ser privatizadas, mesmo que concebivelmente a administração de algumas dessas instituições possa ter escapado à gestão temerária. A vantagem seria descolar o governo dos fundos de pensão das estatais, esses certamente transformados em braços armados da Orcrim. Diversos dos fundos foram materialmente liquidados por suas administrações recentes, e seria imoral fazer o contribuinte pobre pagar pelos erros dos administradores escolhidos pelos sindicatos dos funcionários. Sem a privatização das empresas, é quase certo que em breve os fundos vão começar a chantagear a sociedade para que cubra os roubos cometidos. No caso da holding de eletricidade, o país não pode continuar arcando com os custos de obras vagalume. Além de arriscar o abastecimento de energia, o pisca-pisca das obras dependendo de conveniências dos governantes cria despesas inaceitáveis.

Seria excessivamente otimista imaginar que as privatizações possam trazer recursos importantes para o Tesouro, uma vez que certas empresas estatais estão tecnicamente quebradas. O objetivo da privatização é limitar os inevitáveis prejuízos futuros, dando credibilidade ao compromisso de austeridade a longo prazo. Enquanto um futuro governo corrupto ou incompetente possa conseguir o controle dessas empresas, o risco de empréstimos ao Brasil se mantém alto mesmo nas conjunturas mais favoráveis.

4 - Só que tudo isso diminui o déficit futuro, mas não serve de estímulo para sair do buraco presente. O saber acumulado dos economistas nos ensina que o estímulo é indispensável para evitar o aprofundamento da recessão. São necessários investimentos nos setores mais retraídos, e cortes nos impostos mais deletérios. Além dos impostos que desestimulam a produção e o emprego, têm que ser cortados os impostos sobre importação, que dificultam a integração das indústrias do país às cadeias produtivas internacionais. Para compensar o atraso resultante dessas barreiras, os governos mais protecionistas, como o atual e os da ditadura, frequentemente desviam recursos dos grupos mais necessitados, com o objetivo de subsidiar empresas pouco competitivas porém muito influentes, notadamente fábricas de carros particulares e emissores de poluentes. O resultado dessa malversação de recursos é a deterioração da qualidade de vida, a perda de horas de trabalho e lazer, e a deterioração das contas públicas.

5 - Para combater os efeitos dessas políticas em vigor desde longa data, mas pioradas nos últimos anos, é necessário retomar as obras de infra-estrutura, em particular de mobilidade urbana, que foram inteiramente abandonadas desde a publicação dos tais PAC. Os investimentos em áreas primordiais, como o abastecimento de água no Sudeste, também têm que ser retomados, com recursos da União uma vez que os governos locais têm restrições orçamentárias legais, e aparentemente também de competência.

A capacidade técnica de realizar tais obras existe, e está crescentemente ociosa, devido aos problemas de caixa e de ética dos governos, o que causa desemprego e, por um mecanismo de realimentação, piora ainda mais as contas públicas. O problema é que a administração das construtoras está profundamente envolvida com a corrupção e não merece confiança. As concorrências para as obras teriam que ser transparentes e internacionais. O resultado provável é que empresas estrangeiras com alguma reputação de idoneidade ganhariam os projetos, e subcontratariam empresas e trabalhadores nacionais para a execução dos trabalhos. Com um mecanismo de controle independente das Orcrim que se instalaram nas empreiteiras, não há dúvida que os investimentos poderiam não apenas gerar empregos mas também resultar em obras prontas para quando a volta do crescimento econômico do país as exigir.

(Outras ações importantes para a prosperidade do país são bem conhecidas e devem ser lembradas em todas as oportunidades, embora não tenham relação direta com a crise atual: voto distrital para deputados e vereadores, com representação igual para eleitores de todos os estados; fim dos subsídios hediondos a partidos políticos e a meios de comunicação e quangos pró-partidos; fechamento dos cartórios; liberdade de organização dos trabalhadores e a despeleguização sindical; desconfisco do fundo de garantia dos trabalhadores; extinção dos subsídios à imprensa governista; e desprivatização das universidades e dos currículos do MEC, com o ensino deixando de servir primordialmente a interesses ideológico-corporativos. Não é o caso de detalhar essa lista num argumento a respeito das respostas para a crise imediata.)

São 5 ações principais: aumento futuro de impostos; cortes de gastos; privatização das empresas capazes de causar maiores danos; corte imediato de impostos regressivos; e investimentos em infra-estrutura.

Com o aumento futuro da arrecadação garantido, o aumento temporário do déficit e a contabilização de despesas inevitáveis não ameaça a viabilidade das contas públicas. A estabilidade de tudo isso se assenta na credibilidade do governo. O atual a perdeu. Acredito que a solução natural seria a renúncia da presidente, que no mais tardar aconteceria quando o Partido eleger zero vereadores em 2016. Como aconteceu em 1992, o vice-presidente assumiria um governo quase que de salvação nacional, com apoio de todos os partidos exceto os que levaram o país à bancarrota. O impeachment antes de que a extensão do desastre fique absolutamente clara para a totalidade do eleitorado, a menos que forçado pelo resultado das investigações policiais, dificultaria esse caminho - idealmente a troca de governo ocorreria após a figura do ex-presidente Lula ficar inexoravelmente suja, para que ele tenha menas possibilidades de seguir o plano de acusar todo o desastre da administração que comandou como erro de uma indivídua e se apresentar como salvador da pátria. O novo governo procederia às medidas de saneamento tecnicamente necessárias, mais ou menos como em 1992. Várias pessoas entendem que a sequência aqui apresentada é a correta, apesar de não ter sido publicada na grande imprensa até onde posso afirmar, e teriam competência para negociar os detalhes espinhosos com o Congresso nacional na situação de emergência à qual a atual administração está nos conduzindo. É só trocar a politicagem pelo patriotismo e fazer.

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Postado por O Blog do Pait
16/4/2016 às 19h53

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