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Quinta-feira,
16/6/2016
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Redação
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A Terra e o trabalho com a Terra, livro
Este pequeno livro reúne 36 reproduções de pinturas a óleo, acrílicas e digitais, todas com o tema do sagrado trabalho com a Terra.
capa do livro
O livro pode ser comprado na livraria do Clube de Autores.
Número de páginas: 46. Edição: 1(2016). ISBN: 978-85-919150-1-9. Formato: A4 210x297 mm. Coloração: Colorido. Acabamento: Brochura s/ orelha. Tipo de papel: Couche 150g. Preço: R$ 59,09 (impresso sobre papel) e R$ 15,07 (em PDF)
Excerto:
"Em meu trabalho artístico, a dualidade que vislumbro não é a que se põe entre o campo e a cidade, mas, sim, a que há entre a Terra e o Céu. Sinto a Terra plena de vida e de desejo de viver, multiplicando-se erótica e fartamente.
"Acho que a energia telúrica daqui é incontornável e determinante. O Brasil é um grande útero, uma cornucópia, um grande Nilo, uma das antigas Deusas pagãs da fertilidade.
"Plasticamente, a Terra me dá uma infinita riqueza e profusão de cores de texturas. É possível (e comum) encontrarem-se contrastes dramáticos entre um verde claro na vegetação e um vermelho sangue de minha terra natal. Ou, entre o laranja queimado dos trigais maduros e o azul profundo e luminoso de um céu cristalino."
João Werner
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Blog de João Werner
16/6/2016 às 10h09
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Kevin Kelly por Tim Ferriss
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Julio Daio Borges
15/6/2016 às 19h21
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Deepak Chopra Speaker Series
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Julio Daio Borges
14/6/2016 às 18h05
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Nick Denton sobre Peter Thiel
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Julio Daio Borges
13/6/2016 às 18h12
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Inferno em digestão em Terra sonâmbula
"Aqui nadie se queda inmóvel. Mi pueblo es movimiento. Mi pátria es um camino." (Pablo Neruda)
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." (Bertolt Brecht)
Olhando para trás, lá se vão 24 anos. Terra sonâmbula, romance de Mia Couto, tem essa idade - praticamente o mesmo número de anos que sinalizam o fim da guerra civil de Moçambique, em 1992. Vida difícil a dos moçambicanos. Não bastasse a independência tardia (1975), encerrando a fase de guerra anticolonial, o país entrou em outra batalha, interna, a guerra civil que, de 1976 a 1992, deixou o chão e a vida esburacados. Luta necessária, amplamente mortífera, e que assinala um período em que um tardio império decadente não mais estenderia suas mãos para pilhar e para fazer sofrer aqueles que, além-mar, viram-se enredados numa máquina lusitana que perdeu a sincronia com a máquina do mundo. Duro é compreender que finda a luta pela independência, de 1965 a 1975, contra aqueles que vieram com a língua de fora, começaria outra contra aqueles que, do lado de dentro, não se compreendiam nação uma, surdos que estavam à diversidade de línguas que demarcam territórios e que expuseram uma cizânia, uma ferida que indicava que o ódio e a intolerância ainda tinham muito a dizer a Moçambique.
E a literatura, o que tinha ela a falar sobre tudo isso?
Uma boa resposta está em Terra sonâmbula, um dos 12 livros africanos mais admirados do século 20. “Nele”, afirma a professora Carmen Lucia Tindó Ribeiro Secco, “as estórias entrançadas constituem-se como uma rede poética que dá a resposta da literatura à crise político-social por que passa Moçambique”.
E que resposta! Política e literatura de mãos dadas, depois de levantadas do chão.
Primeiro, repleta de sinais de uma guerra recente, a estrada por onde passam dois personagens que levam o leitor travessia adentro. Os sinais: carros incendiados e retorcidos, pessoas mortas e carcomidas a servir de pasto a aves de rapina; sem comida, sem futuro, sem sonhos. A terra está sonâmbula.
Depois, esses personagens que, no romance, fazem a diferença e indicam o desenrolar do enredo. Dois. Um velho e um menino: Tuahir e Muidinga. Duas gerações a abrir a estrada para seguir adiante. A tradição e o porvir. O menino perdeu voz, dignidade, esperança, mas o velho ajuda-o a reencontrá-las, e partem, até porque não há outra coisa a fazer a não ser manter-se em movimento.
O machimbombo & a mala
Caminham os dois e, de repente, veem um machimbombo abandonado, uma espécie de micro-ônibus que servirá como uma âncora aos dois, âncora para regressar, âncora temporária a amortecer as agruras da estrada. Mas o que é aquilo ali? Ali está o que restou de um homem e, anexado a ele, uma mala. É preciso enterrar o corpo, e eles assim o fazem; é preciso ver o que há dentro daquela velha mala e, ao abri-la, o que o menino encontra são onze cadernos, escritos por Kindzu, terceiro personagem que, fugitivo também, será uma espécie de bálsamo para a travessia de Tuahir e Muidinga, porque nesses apontamentos os dois encontrarão o sonho que parece inexistir na terra sonâmbula.
E vai assim, um livro dentro do outro, em abismo. Muidinga descobre que sabe ler, algo que julgava perdido, e, levantando a voz, narra para Tuahir, cego para as miçangas das letras, a biografia misteriosa de Kindzu, cuja vida também é marcada pelo movimento pícaro da estrada e pelas investigações oníricas que engendra.
Kindzu é filho de um pescador, o velho Taímo. O pai não compreende que o filho tem de ir embora de sua terra, e o menino não entende o porquê da ojeriza do patriarca. Conflito de gerações, conflito marcado por duas visões contrastantes: o filho acredita que a resposta está lá fora, enquanto o pai não o perdoa por fugir e escapar de onde nascera. Eis o sal da terra. Kindzu parte, bem como o pai, que resolve ir para o além-mar que separa o mundo dos vivos e dos mortos. Longe de casa, o rapaz espera encontrar os naparamas, guerreiros que estão mais para lá do que pra cá, isto é, que têm lá seu quinhão no mundos dos mortos e, por isso, representam a tradição de heróis que podem recuperar a grandeza da terra para seu povo.
Parte Kindzu, e seu pai, vez ou outra, surge para lhe iluminar ou apagar o caminho, pois o velho - no mundo dos mortos - ainda não o perdoou. E estrada afora, o passado do país é reaceso pela voz do filho, que, estrada adentro, reencontra ancestrais capazes de resgatar o fio da memória tão severamente obliterado pela assimilação lusitana, isto é, pela borracha que os portugueses esforçaram-se em usar a fim de apagar a memória popular. Assim, emergem estórias capazes de ilustrar a cisão entre o mundo real e o mundo dos sonhos, espelhados pela narração em primeira pessoa de Kindzu e contrastados pela terceira pessoa do narrador, que apresenta a realidade em ruínas, em carcaças, em destroços que povoam a estrada de Muadinga e Tuahir.
É essa voz de Kindzu que resgata o saber africano dos anciãos, bem como a identidade perdida durante o processo de colonização português. Em seus cadernos, a poesia resgata os laços do passado, trazendo ao encontro do leitor a memória do tempo perdido: o canto do galo mimético e independente de Vinticinco de Junho, ou Junho ou Junhito; a perseguição de Nhamataca por rios, à espera de vê-los brotar da terra; as velhas em transe que em busca de gafanhotos parecem ecoar um canto ranzinza de cigarras; o velho português Romão Pinto e sua esposa, a africana Virgínia, personagens que carregam no nome o fardo da colonização; a mulher que em busca do filho ocupa a carcaça de um velho navio ancorado, repleto de mantimentos que apodrecem à revelia de uma população faminta... Essas e outras estórias são costuradas por Kindzu, enquanto do outro lado do espelho os dois personagens servem-se delas como aqueles que, na oração, encontram força para escapulir de uma vida rasteira e seca.
É assim, nesse diálogo entre o passado e o presente, entre o imaginário e a realidade, que Terra sonâmbula encontra, por meio da literatura, o caminho por onde os moçambicanos têm de seguir adiante, estrada afora, vida adentro, como um metrônomo que regressa ao passado para, no presente, seguir como o rio que vai engolindo tudo pela frente, a despeito das margens que o oprimem.
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ilustração de HELTON SOUTO
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RENATO ALESSANDRO DOS SANTOS, 44, é professor no curso de Letras do Centro Universitário Moura Lacerda e no Colégio COC-Batatais. Fez doutorado em estudos literários na UNESP, de Araraquara, e é autor de Mercado de pulgas (Multifoco), da dissertação A revolução das mochilas e da tese Romances rebeldes — a tradição de rebeldia na literatura norte-americana: de Moby Dick a On the Road. É editor deste sítio: TERTÚLIA. Contato: [email protected]; Facebook: Renato dos Santos Santos.
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HELTON SOUTO nasceu em 76. Ribeirão Preto. Casado com Silvana. Cientista social, educador, gerente de projetos na área de educação e juventude, artista plástico e ilustrador. Desenha e pinta desde sempre. Torce para o São Paulo. E seu cachorro se chama Yoda. Blog: Andar na pedra. Contato (Facebook): Helton Souto.
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Blog de Renato Alessandro dos Santos
12/6/2016 às 14h12
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No inspiration
Na manhã fria desse sábado de junho, por vários minutos tentei tocar algum tema no teclado, sem sucesso. Surgiram idéias, que me escaparam entre os dedos. O frio me deixa sem inspiração. Affonso Romano de Sant'Anna diz que o cronista é um escritor crônico, e como tal, atravessa o tempo em busca do seu “eu”. Acontece comigo que o tempo simplesmente para quando está frio. Tudo o que eu quero em dias assim é deitar confortavelmente numa cama e assistir filmes, até cair no cochilo, acordar de repente, quando o filme já caminhou vários minutos, tentar entender a história e, sem sentir, dormir novamente. Tai um bom assunto, que vou deixar para outra crônica, porque acabo de descobrir que não sentir inspiração é uma ótima inspiração. Volto a encarar o monitor, quieto, calado, quase uma estátua de gelo. Recentemente ouvi alguém dizer “fumos fidalgos”, em referência ao Dom Casmurro de Machado de Assis. Fui buscar o significado e descobri que é quando alguém se envaidece com o título de nobreza. Eu, barão? Acho que não levo jeito. Num repente, senti vontade de falar daquilo que não dou a mínima, como a fórmula de bhaskara, que sofri feito um pobre diabo para entendê-la nos meus tempos de estudante, mas que nunca a usei para absolutamente nada. Ou então versar sobre silêncios, noites, anotar o inexprimível, fixar vertigens e só lá no fim contar que é de autoria de Rimbaud. Apanho no ar perguntas tolas, o que é mais antigo, aveia Quaker ou emulsão de Scott? Qual o nome do cantor de nuvem passageira? Será que Torquemada sentia frio quando acendia a fogueira? Nada faz sentido. Até o título dessa crônica troquei diversas vezes e no final acabei optando por este em inglês. Sem querer, acabo imitando John Lennon quando compôs “I Am The Walrus”, que ele tinha três canções em mente, não conseguia terminar nenhuma, juntou todas numa só e conseguiu a melodia perfeita, embora a letra seja totalmente sem sentido. Uiva o vento frio e penso apanhar alguma coisa no azul, minha cor predileta, que me provoca inspirações, nela já me apanhei contemplando o céu e desenhando bichos nas nuvens, também já a tive na roupa dependurada no varal e num enorme navio que só conheço em pensamentos, tudo azul, que foram suficientes para me permitir envolver pelo ruído do teclado, escrevendo frases soltas no meu cérebro, um encaixe, um personagem, a bola que atravessa a rua e faz o carro parar, com medo que uma criança atravesse, provocando espanto logo depois, ao perceber que é a figura de um adulto que corre atrás da bola azul. E agora me deu vontade de comer polenta. Passou rápido, porque lembrei que na geladeira tem um pedaço de pudim de ontem, vou lá pegar, antes, porém, preciso mudar a faixa do youtube, que me deixou incomodado essa música do Roberto Carlos, “se outro cabeludo aparecer na sua rua...”, que nada tem a ver comigo. Na volta desprezarei o frio e fixarei meus olhos no ponto final, sem fumos fidalgos, apenas o aperto brusco do desligar das tomadas.
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Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
11/6/2016 às 15h43
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Sobre o texto A Sala Vazia e Di Chirico
As Máscaras, de Di Chirico
Link para o texto A Sala Vazia
É missão do artista penetrar o mais fundo possível naquele âmago secreto onde uma lei primitiva sustenta o seu crescimento. Que artista não desejaria habitar a fonte central de todo o movimento espaço-tempo (esteja ele situado no cérebro ou no coração da criação), de onde todas as funções extraem a sua seiva total? Onde se esconde a chave secreta de todas as coisas? No ventre da natureza, na fonte original de toda a criação? (...) Coração a palpitar, somos levados cada vez mais para baixo, em direção à fonte primordial. (do pintor Paul Klee)
De Chirico foi o fundador da chamada pintura metafísica. "Todo objeto", escreveu ele "tem dois aspectos: o aspecto comum, que é o que vemos em geral e que os outros também veem, e o aspecto fantasmagórico e metafísico que só uns raros individuos veem nos seus momentos de clarividência e meditação metafísica. Uma obra de arte deve exprimir algo que não apareça na sua forma visivel".
As obras de De Chirico revelam esse "aspecto fantasmagórico"das coisas. São transposições sonhadoras da realidade que surgem como visões do inconsciente. Mas sua "abstração metafísica"é expressada numa rigidez que toca as raias do pânico, e a atmosfera dos seus quadros é de pesadelo e melancolia ilimitada. As praças das cidades italianas, as torres e os objetos são colocados numa perspectiva exageradíssima, como se estivessem no vácuo, iluminados por uma luz fria e impiedosa vinda de uma fonte invisivel. Cabeças antigas e estátuas de deuses evocam o passado clássico.
...De Chirico foi profundamente influenciado pelas filosofias de Nietzsche e Schopenhauer. Escreveu: "Schopenhauer e Nietzsche foram os primeiros a ensinar a profunda significação do nenhum sentido da vida, e a mostrar como se podia transformar isso em arte (...). O vazio que descobriram é a verdadeira beleza, imperturbada e despida de alma, da matéria." Não se sabe ao certo se De Chirico teve sucesso em traduzir esse "vazio terrível" em "beleza imperturbada". Alguns dos seus quadros são extremamente perturbadores; outros são aterradores como um pesadelo. Mas no seu esforço para dar ao vazio uma expressão artística, ele penetrou no âmago do dilema existencial do homem contemporâneo.
Nietzsche, que Di Chirico cita como autoridade no assunto, deu nome ao "vazio terrível" quando disse "Deus está morto". Sem referir-se a Nietzsche, Kadinsky escreveu no seu O espiritual na arte: "O céu está vazio. Deus está morto." Uma frase desse tipo soa de maneira abominável, mas não é nova. A ideia da "morte de Deus" e sua consequencia imediata, "O vazio metafísico", já inquietava os poetas do seculo XIX, sobretudo na França e na Alemanha. Passou por uma longa evolução que, no século XX, alcançou um estágio de discussão livre e encontrou expressão na arte. A cisão entre arte moderna e o cristianismo foi, afinal, consumada.
O pintor russo Marc Chagall pode ser considerado o contrapeso de De Chirico. Também ele busca na sua obra uma "misteriosa e solitária poesia" e o "aspecto fantasmagórico das coisas que só raros indivíduos conseguem vislumbrar". Mas o simbolismo de Chagall, muito rico, está enraizado na piedade do judaísmo oriental e num sentimento de cálida ternura pela vida. Não enfrentou nem o problema do vazio nem o da morte de Deus. Escreveu: "Tudo pode mudar no nosso desmoralizado mundo, menos o coração, o amor do homem e sua luta para conhecer o divino. A pintura, como toda a poesia, participa do divino; e as pessoas sentem isso tanto quanto antigamente."
Extraído de O Homem e seus Símbolos, de Carl G. Jung
Link para o texto A Sala Vazia
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O Equilibrista
10/6/2016 às 18h33
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Bill & Melinda Gates #Code2016
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Julio Daio Borges
10/6/2016 às 12h04
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Ensaios sobre arte e estética, livro
"Ensaios sobre arte e estética", de João Werner
Este pequeno livro reúne 17 ensaios sobre diversos temas relacionados às artes plásticas e à estética.
Os 15 primeiros ensaios problematizam alguns dos conceitos fundamentais da arte contemporânea, tais como a abstração, a relação entre a arte e a técnica ou a manifestação do conceito na produção artística. Sua linguagem leve e a abordagem acessível devem-se a que estes ensaios tenham sido publicados, originalmente, como artigos de jornal.
Os dois últimos ensaios fazem uma breve análise da história da cultura.
O penúltimo ensaio é uma análise sobre a Modernidade e a sua assunção estética.
O último ensaio, por outro lado, dialoga com a simbologia de nossa própria época, por alguns denominada de Pós-Moderna.
132 pg.
R$ 34,73 na Livraria do Clube de Autores.
https://www.clubedeautores.com.br/book/210185--Ensaios_sobre_Arte_e_Estetica
Ensaios presentes neste livro:
"O emocional na arte"
"O espaço e a representação na história da arte"
"A apreciação e o objeto artístico"
"A arte e o abstracionismo"
"A estética do irregular"
"A relação entre arte e técnica"
"Crítica ao Neoexpressionismo"
"A arte conceitual"
"O admirável e o estético"
"O trauma moderno da história"
"Pompier contemporâneo"
"Valores artísticos e comerciais"
"A interpretação de Leonardo"
"Van Gogh e o signo da contrariedade"
"A estética de Max Bense"
"Algumas relações estéticas da Modernidade"
"Simbologia da cultura do século XX"
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Blog de João Werner
9/6/2016 às 11h59
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Elon Musk Code Conference 2016
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Julio Daio Borges
7/6/2016 às 17h41
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Julio Daio Borges
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