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Domingo, 10/5/2015
Sobre o Dia das Mães
Julio Daio Borges

Como toda mulher, mais especificamente na faixa dos 30, recebo uma tonelada de pressões para botar logo um(a) Renatinho(a) no mundo. Vivo sob a vigilância de quem acha que filhos são consequências naturais e inescapáveis de uma vitoriosa existência feminina, novos seres vivos que já chegam com a pesada missão de selar, segurar e consolidar relacionamentos conjugais e/ou amorosos (you know, sometimes these things are not exatcly connected -- most of the times it's not even forever), numa espécie de missão biológica e cristã que nos alçará à intocável condição de madonnas sagradas, tão vaidosamente próximas da grande mãe bíblica, fadadas a anularem outros planos e dedicarem vidas integralmente ao novo bebê (sendo que os bebês crescem, não se esqueçam). Mulheres de péssimo caráter também têm filhos, relacionamentos doentes também geram filhos, famílias supostamente felizes não são tão felizes assim, mães super dedicadas e ultra-presentes também fracassam em inúmeros quesitos, principalmente quando ultra-projetam suas expectativas para a vida de suas crias. Tive muita sorte com a minha mãe. Quero ter filhos, mas não agora. Enquanto isso, não me acho nem menos nem mais respeitável, "completa", "feliz" ou "feminina" que uma vultuosa mãe de família. Reconheço, é claro, o heroísmo de muitas delas. Minhas amigas grávidas e recém-mamães me enchem de alegria. Fora isso, o que existe é confiança no tempo do universo & no mistério do planeta. Feliz Dia das Mães!

Renata D'Elia, no Facebook

Julio Daio Borges
10/5/2015 às 17h58

 

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