Aerosmith no Morumbi | Digestivo Cultural

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Terça-feira, 17/4/2007
Aerosmith no Morumbi
+ de 4700 Acessos
+ 8 Comentário(s)

Não vou começar esse texto dizendo que "os veteranos do Aerosmith subiram ao palco exatamente às 22h45 da noite do dia 12 de abril". Será que um jornalista musical tem de usar clichê até para falar de sua banda favorita? Então, perdoe-me a intimidade e a falta de imparcialidade, porque agora vou falar de um dos maiores grupos de rock da História.

O Aerosmith pisou no palco em São Paulo exatos 13 anos, 3 meses e 29 dias depois de sua primeira apresentação no país. Muitos fãs, assim como eu, estavam aflitos com a possibilidade de nunca vê-los novamente por aqui, turnê após turnê. Em comunidades do Orkut, alguns discutiam seriamente como comprar seus ingressos e montar caravana para o show que aconteceria em Buenos Aires, que estava confirmado muitos meses antes que o de São Paulo. Mas pensei: muita calma nessa hora, se os hermanos podem "bancar" Aerosmith, nós podemos também. Respirei fundo e entoei o mantra: "a CIE Brasil não me decepcionará, a CIE Brasil não me decepcionará". E não decepcionou. A Companhia Interamericana de Entretenimento, dona das casas Credicard Hall e do antigo Palace (hoje Citibank Hall), marcou em cima da hora uma apresentação que lavou a alma de quem se desesperava com imenso intervalo.

E lá estávamos nós, 65 mil pessoas no Morumbi. Alguns tão apaixonados que conseguiram levar os vinis debaixo do braço para passear no show. Outros que só foram até o estádio para ouvir "Hole in my soul, sucesso que fez falta para a turminha (bem) mais jovem. No entanto, os velhinhos sabiam o que estavam fazendo. E a experiência de 30 anos de estrada fez com que abrissem o concerto com "Love in an elevator", hit dos anos 80 que marcou a volta às paradas e de lá nunca mais saíram. O público se entrosou no primeiro minuto com a banda e cantou em coro "Oô/Oh yeah", puxado pelo maestro Steven Tyler.

Em seguida, com o mesmo vigor de 1973, jogaram na nossa cara "Toys in the Attic", como se dissessem: ouve aí, essa música é nossa história. O pessoal que curte os clássicos escritos por Steven Tyler and Joe Perry agradeceu aos deuses e desejou que o som do Morumbi tivesse menos falhas, para ouvir os versos de uma das músicas que escreveu o nome da banda na história do rock. Foi aí que o público brasileiro mostrou para os vovôs que, em terras brasileiras, rockão dos anos 70 não faz milagre. A platéia simplesmente esperou a música chegar ao fim, para se acabar em pulos durante "Dude (Looks like a lady)", outro hit dos anos 80.

Depois de "Dude...", a banda cravou a seqüencia certeira: "Falling in love (Is hard on the knees)", "Cryin'", "What it takes" e "Jaded". Ah, sim, eles sabiam que suas pérolas dos anos 70 não agüentariam o tranco. Mas isso eles descobriram em 1986, quando contrataram o produtor Bruce Fairbairn, um verdadeiro midas da indústria fonográfica, que na época já carregava 14 discos de platina nas costas - 12 deles só para o Bon Jovi. E o Fairbain que não era bobo nem nada, viu que a dupla Steven Tyler e Joe Perry ainda dava um caldo, mas precisava turbinar sua criatividade. Foi então que convocou os hit-makers Glen Ballard, Desmond Child, Jim Vallance, Mark Hudson, Richie Supa. Um set list desse time era perfeito para dia de clássico no Morumbi: a geral veio abaixo. Muitas vezes tive vontade de pedir - "cantem baixo, por favor. Eu paguei para ouvir o Aerosmith".

Steven Tyler amaciou o público com sucessos e passou o microfone para o seu toxic-brother Joe Perry. Como se fosse pouco ser um guitar-hero, Perry conquistou a platéia com sua voz ao cantar "Baby, please don't go" e "Stop messin", standards do blues gravados para o álbum Honkin' On Bobo.

Um improviso para o descanso: Tyler foi até a plataforma e ajoelhou-se. Com uma luz bem dramática jogada em seu rosto, assoprou sua gaita e soltou gemidos. Sua mise-en-scène hipnotizou e convenceu que aqueles ruídos eram de fato música. Mister na arte de fazer caras e bocas, pagamos 160 reais para ver isso inclusive.

Acabado o teatro, era hora dos toxic-twins trazerem as cadeiras de suas casas de campo para o palco e tocar a divertida "Hangman jury", pouco conhecida por aqui. Em seguida, engataram um medley com a lindíssima balada "Seasons of Wither". Este é um ritual que eles repetiram durante toda sua turnê de 2006, nos EUA. Emoção à flor da pele, todos com os isqueiros acesos. E não poderiam se apagar tão cedo: chegou a hora de "Dream on". Adolescentes e jovens senhores se uniram para cantar com força a letra da música i-n-t-e-i-r-a. Estávamos quase com os dedos torrados, quando começou a introdução de "Janie's got a gun", outra unanimidade. Pedimos água, mas o Aerosmith nos deu "Livin' on the edge".

Costurando o show ora para agradar um tipo de platéia, ora afagando outro, ninguém se sentiu desamparado. Até mesmo os fãs das antigonas ficaram confortáveis para encorpar o coro de "I don't want to miss a thing", música que faz o Aerosmith parecer a Celine Dion. A sessão farofa foi encerrada com "Rag Doll".

Se você leu este texto até aqui e não estava no show, é provavelmente um verdadeiro fã e teria adorado o encerramento. Tom Hamilton dedilha uma das linhas de baixo mais famosas do hard rock anunciando "Sweet emotion". O repertório de 19 músicas foi fechado com "Draw the Line", uma das melhores faixas do Aerosmith dos anos 70. O riff poderoso que marca a música parece ter empolgado Joe Perry: depois do último acorde, jogou sua guitarra no chão, arrancou sua camisa e usou-a para espancar o instrumento. Depois, correu em direção ao fundo do palco, jogou-se sobre a bateria e ofereceu a guitarra para que Joey Kramer percutisse com suas baquetas.

Depois da farra, a banda saiu e fez de conta que o show tinha acabado. Todos ficam plantados esperando pelo bis. Vai, Aerosmith, está na hora de arrasar com "Walk this way". Bis de uma única música? Acabou? Mas já?! Uma longa espera para as duas horas mais rápidas de minha vida.


Postado por Debora Batello
Em 17/4/2007 às 15h27

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
17/4/2007
19h27min
13 anos... era a idade que eu tinha quando o Aerosmith apareceu por aqui e 13 anos tive que esperar para vê-los. Só não digo que valeu cada dia de espera, porque realmente duas horas de show foram pouco para quem esperou tanto. Mas sentir de perto a vibração que estes "tios" do rock são capazes de provocar é uma experiência única. Não conheço nenhuma banda atual, mesmo com todo o vigor de seus jovens componentes, que chegue aos pés deste grupo que consegue unir gerações com suas músicas. Espero que esta não tenha sido a última vez. Que Steve Tyler, Joe Perry e cia. demorem bastante a se aposentar, e voltem a este país, que, apesar de ser a terra do samba, é fã do bom e velho rock do Aerosmith.
[Leia outros Comentários de Marisa Moretti]
18/4/2007
02h53min
Linda descrição. Ao ler esse texto, senti aquele frio na barriga e aquela dor na garganta: de tanto gritar/cantar e quando eles foram embora. Mas ainda não acabou! Prometi a mim mesmo que irei aos EUA ou aonde eles estiverem pra ver ainda um último show deles! Ah, se vou.
[Leia outros Comentários de Márcio]
18/4/2007
07h55min
Olha fico feliz do show ter sido BOM... mas não pude ir pois so' tenho 16 anos e minha mãe e super "protetora" e não deixou eu ir sozinho, mas blz... Eu sei que outra oportunidade dessas não terei pois a banda ja' ta' na hora de se aposentar. Espero que eles, antes disso, venham fazer mais um show como despedida. Não sei como gosto de uma banda que não é do meu tempo, só sei que rock como esse não vai ter, to muito triste por não ter ido, e o pior é que a droga da televisão brasileira não passou nada do show, isso e' uma falta de respeito com os fãs... se fizeram isso com U2 pq ñ AEROSMITH?! mas tudo bem, vamos pensar positivo e, quem sabe, eles voltam daqui 13 anos, 3 meses e 29 dias, como fizeram desta vez. :(
[Leia outros Comentários de May]
18/4/2007
08h57min
Uau! esse texto que acabei de ler descreve com detalhes cada segundo do que eu senti quando o Aerosmith entrou no palco... Estou arrepiado e esperando mais um bis até hoje.. Realmente: duas horas mas muito, muito rápidas...
[Leia outros Comentários de Raphael Lobosco]
18/4/2007
12h27min
Uau [2]! Não, eu não fui. Mas esse texto me emocionou da cabeças aos pés. Ai como eu queria ter ido!!! Porto Alegre nem é tão longe assim de São Paulo, eu é que fui idiota mesmo. Se tiver que esperar mais 13 anos, eu espero... e espero que eles também!
[Leia outros Comentários de Débora P.]
20/4/2007
22h05min
Esse show valeu cada centavo investido, cada minuto de ansiedade passado, cada apertão na pista, cada minuto esperado para vê-los ao vivo!!! A descrição do show nessa crítica não podia ser mais perfeita!!! Revivi cada momento daquele show maravilhoso, ainda com aquela sensação de "quero voltar para o mundo das maravilhas"... Só fiquei com MAIS vontade de vê-los ao vivo, outra vez... e, como disse o amigo Márcio, "prometi a mim mesma que irei aos EUA ou aonde eles estiverem pra ver ainda um último show deles! Ah, se vou."!!!!!
[Leia outros Comentários de Paula Abrucez]
23/4/2007
13h01min
Nossa! Débora: você está de parabens, sua descrição foi realmente o que senti lá. Eu vi outras matérias sobre o show, todas criticando algo que quem estava vendo o show não sentiu...
[Leia outros Comentários de Talize]
27/4/2007
20h47min
Sem dúvida, o show do Aerosmith valeu muito a pena. Esperei por muito tempo para viver duas horas de muita felicidade. Até hoje não acredito que vivi e senti tudo aquilo. Foi uma explosão de alegria que só quem é fã de puro e bom rock pode sentir. Posso dizer também, conforme mencionado nos comentários deste texto, que prometi a mim mesma que irei ao show do Aerosmith em algum lugar do mundo. Aeros é a minha banda...
[Leia outros Comentários de Fernanda]
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