Por que votei nulo | Eduardo Mineo | Digestivo Cultural

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COLUNAS >>> Especial Eleições 2006

Terça-feira, 3/10/2006
Por que votei nulo
Eduardo Mineo
+ de 7800 Acessos
+ 50 Comentário(s)

Votei nulo. Digo isso e as pessoas gemem. Que ultraje, o voto nulo. Que indolência. Antes das eleições, senhoras respeitáveis me puxavam pelo cotovelo e me deixavam embaraçado falando sobre cidadania e consciência cívica - da mesma forma como sempre fico embaraçado com um moleque de treze anos na tevê falando sobre o uso da camisinha. Essas pessoas acham humilhante alguém não querer votar em nenhum dos políticos. É praticamente indecente não se sujeitar, como eles, a votar no menos ruinzinho. Numa última tentativa desesperada, faziam jogo sujo, pegavam pesado: "Temos que derrotar o Lula!", diziam. Olha que baixeza, que baixeza.

Eu adoraria derrotar o Lula, óbvio. Também adoraria derrotar todos os outros políticos, se pudesse. Derrotar um político deveria ser o único objetivo de todo eleitor. O meu dilema moral, entretanto, é que, para derrotar um político, seria preciso apoiar outro, a oposição, no caso. E se o Alckmin ganhasse por minha causa, meu Deus? Eu tremo de horror diante de tal situação monstruosa - vejam como minhas mãos tremem. É possível admitir que, com a vantagem do Lula, o meu voto anulado o ajudasse a ganhar, mas seria uma meia culpa apenas; doeria bem menos na minha consciência não muito cívica, digamos, do que ajudar o outro a ganhar. Por isso votei nulo.

Mas eu não fico muito feliz por anular meu voto desse jeito. O voto nulo ideal, para mim, seria aquele que anulasse o cargo por um mandato inteiro. Se os votos nulos ganhassem dos deputados em cada estado, passaríamos alguns anos livres deles. Em suas cadeiras poderíamos colocar uma bexiga colorida indicando que aquele cargo foi anulado. Seria mais barato, pelo menos. E mais bonito. Estaríamos livres de senadores, vereadores, etc. Não seria maravilhoso? Imaginem o congresso cheio de bexigas e tentem não sorrir. Pensem em quatro anos sem presidente e tentem não sorrir. Esta, aliás, é a única opção, a melhor, que não temos: a de não elegermos políticos. Quem precisa de um presidente, senão os próprios políticos? Quem precisa de políticos, senão os próprios políticos? O que o Lula fez, falou, representou que não fosse solenemente desprezível? O que os outros políticos fizeram, falaram ou representaram que não fosse solenemente desprezível? E seus assessores? Seus secretários? Seus funcionários de alto e baixo escalão? Eu anularia todos, um por um. A questão é que não sou tão niilista assim e quase entendo a necessidade de um Estado, porém que seja mínimo, caramba, que tenha menos gente possível.

Isso tudo vem do meu passado politizado, quando decorava frases do Roberto Campos para bater em esquerdistas. Foi quando, num bate-papo, respondendo a uma pergunta tola minha, Diogo Mainardi disse que não importava o modelo, se tucano ou petista, o que importava era tirar os políticos das costas da população. Me senti muito burro por não ter pensado nisso antes e, desde então, tomei uma distância saudável dos políticos.

Semana passada, por exemplo, discuti com sete lulistas. Perdi todas. Nunca em toda a minha vida soube tão pouco sobre o Lula, sobre sua política e sobre seu governo. E nunca me senti tão feliz comigo mesmo, tão decidido, tão maduro. Não tenho dúvidas, foi a melhor forma que encontrei para manifestar o meu menosprezo. Esqueci, orgulhoso, todas as denúncias, todos os errinhos de português do Lula e me tornei essencialmente contra ele, preconceituosamente contra ele. E contra todos os outros políticos, evidente. Me tornei um opositor melhor.

Agora tem uma turma reclamando das pessoas que reclamam dos políticos. Vi isso na última eleição, a de 2002, e estou vendo de novo. "Ficam aí reclamando, mas deveriam ter escolhido direito!". Escolhido quem, mano? Está partindo do princípio de que é possível encontrar gente razoavelmente honesta no meio político. Quer acreditar nisso, ok, vá em frente, mas eu não acredito. Na verdade, sempre suspeitei que só o fato da pessoa cogitar a idéia de trabalhar com política já implica algum desvio de caráter. Não acredito no altruísmo puro e simples dos políticos. Enxergo em cada ação política um objetivo mesquinho, não importando a nobreza desta ação. E isso torna qualquer escolha, se é que existe alguma, inútil.

Ó, em Napoleon of Notting Hill, G.K.Chesterton imaginou uma sociedade governada por um rei soberano que era escolhido através de um sorteio entre todos os cidadãos; sendo assim, cada cidadão tinha uma chance de ser conclamado rei pelo resto de sua vida. Considerando que, na totalidade, os políticos brasileiros não são lá muito confiáveis, a probabilidade (não durmam agora, falta pouco) de se achar uma pessoa menos mau-caráter fora da política é satisfatória. Embora eu não esteja disposto a arriscar muito nessa idéia, acredito que seja uma solução bem menos ridícula do que implorar para as pessoas escolherem melhor seus políticos, por favor. E votar nulo, a solução menos ruinzinha.

E para efeito didático, aqui está a lista com os candidatos em quem votei:

* Presidente:
Monteiro Lobato (Partido da Literatura) 92

* Governador:
Castro Alves (Partido da Literatura) 92

* Senador:
Euclides da Cunha (Partido da Literatura) 921

* Deputado Federal:
Carmem Miranda (Partido da Música) 9112

* Deputado Estadual:
Mussum (Partido da Televisão) 93111

Nota do Editor
Edward Bloom é autor do blog Introibo ad altare Dei.


Eduardo Mineo
São Paulo, 3/10/2006

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01. De uma volta ao Brasil - II de Eduardo Carvalho


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* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
3/10/2006
02h04min
Ei, Bloom. Vamos aprimorar essa idéia, vamos refinar uma proposta e torná-la exeqüível. Vamos instituir o voto CONTRA. Simples: a gente vota em quem a gente NÃO QUER eleito. Um voto contra anula o voto a favor, na contagem geral. Quem tiver mais votos contra está fora da política. Mas para se eleger o candidato precisa de um quorum mínimo, que reflita um percentual elevado de eleitores. Mais: o voto tem de ser facultativo. Para tirar o título de eleitor e poder votar o cidadão precisa fazer teste: conhecimentos gerais, conhecimento básico de história e política, psicotécnico e provar idoneidade civil. Mais: para ingressar na política o cidadão deverá cursar a UEP (Universidade de Estudos Políticos) por dois anos. Nessa escola, além de estudar as matérias pertinentes (entre elas, bons modos), os alunos administrarão seu próprio campus universitário e, para a graduação, apresentarão tese filosófica-administrativa. Mínimo de 90 pontos (em 100) para passar. E a mídia de olho na escola.
[Leia outros Comentários de Guga Schultze]
5/10/2006
17h03min
Caro Edward, vejo que tens bom gosto para a cultura. Mas o que me chama a atenção é a sua tese do voto-bexiga. Para mim, a alternativa ao voto é o não-voto. Por analogia, a alternativa à democracia é a ditadura. Com todos os defeitos, prefiro a primeira opção.
[Leia outros Comentários de Vitor Nuzzi]
5/10/2006
17h42min
Olá a todos, obrigado e etc. Guga, boa, boa, mas minha desconfiança vai além do gabarito dos políticos. Não esperaria outra coisa do Lula, mesmo ele sendo formado em, sei lá, qualquer lugar. Vitor, olá. A questão toda é essa importância que se deu ao voto no Brasil. O que há de interessante na democracia, para mim, não é o voto, o direito de se colocar alguém no poder, mas justamente o contrário: o direito de arrancar do poder quem estiver lá. Caso contrário, eu poderia falar que democracia é apenas uma ditadura da maioria e tal. Li e reli o que eu escrevi para não parecer um primeiroanista de ciências sociais, mas não achei uma forma melhor de escrever, ok? Me perdoe!
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
11/10/2006
07h22min
Edward, gostei do artigo. Agora uma pergunta: por que não se divulga com detalhes para a população o significado do VOTO NULO? Será que eles têm medo que este "candidato" vença os demais? Aguardo outros textos. Euclides. PS: A sugestão do VOTO CONTRA, apresentada pelo leitor, quem sabe agora na Reforma Eleitoral (vai haver?) deveria ser observada.
[Leia outros Comentários de Euclides A. Filho]
12/10/2006
13h17min
O problema do voto nulo é que ele não vale nada, independente da quantidade de pessoas que votem nulo. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral deu uma entrevista explicando os furos na lei, que fazem com que o voto nulo não tenha expressividade e, pior, até contribua para que os candidatos que estão concorrendo necessitem de menor quantidade de votos para se eleger. Citando parte da entrevista: “O texto (da constituição) não diz ser necessário que mais da metade do votos sejam válidos, isto é: os dados aos candidatos. Determina apenas que será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Assim, se 60% [do total] dos votos forem brancos ou nulos, uma hipótese remota, será eleito o candidato que obtiver pelo menos 20% mais um dos votos válidos (que, neste exemplo, foram 40%)”. Assim, votar nulo acaba sendo desperdício do voto e atitude passiva de escape - "não votei em ninguém, lavo minhas mãos." Eu prefiro votar direito.
[Leia outros Comentários de Daniela Castilho]
18/10/2006
08h53min
Gostei da idéia das bexigas coloridas.
[Leia outros Comentários de Zamuner]
18/10/2006
09h07min
Eu pensei que tinha sido a unica a votar no Monteiro Lobato para presidente. Todo ano de eleicao eu vou no site do TSE para saber se os numeros da simulacao de urna mudaram. Uma coisa que nunca entendi e' como candidataram a Clarice, eu fico imaginando ela sentada na cadeira presidencial, languida, falando com aquele sotaque nordestino e meio fanha (quase o Lula, hein, quem viu a entrevista que ela deu na cultura para o Miele sabe do que eu tou falando...). Para Deputado, eu votei na legenda do Sitio mesmo, nao soube escolher entre a carismatica Emilha ou o inteligentissimo Visconde Sabugo. So' sei que o Saci ganha de lavada, afinal ele representa duas grandes minorias: a de negros e deficientes. (Brincadeiras 'a parte, desde 2002 esse tem sido o meu discurso em toda eleicao...)
[Leia outros Comentários de Helana Gurgel]
18/10/2006
10h40min
Com todos os defeitos existentes que um político tiver, prefiro ser representado um "ser humano". Não vejo vantagem na não-governabilidade, por mais ruim que seja um governo populista, como o do Lula, por exemplo. Penso que garantir a rotatividade da representatividade poderia ser uma solução, ou seja, não haver reeleição, para nenhum cargo de natureza política.
[Leia outros Comentários de Marcelo Telles]
18/10/2006
11h20min
O inferno é aqui: voto obrigatório, voto de legenda via coeficiente eleitoral, baixa informação do povão (que é quem elege, por ser maioria no nosso país), pela incapacidade de acesso/compreensão do que é divulgado pelas diversas mídias, decorrente da maldade das políticas públicas de educação. Saber escolher? Como? Cadê as ferramentas? Institivamente? Tenham paciência... Concordo com o texto. E, com reservas, com a lista de candidatos apresentada... rs.
[Leia outros Comentários de Luiz Alberto Dias]
18/10/2006
11h44min
Primeira vez q acho alguem com minha opiniao sobre votar direito: mas votar em quem???
[Leia outros Comentários de luiza]
18/10/2006
12h02min
Eu nunca votei nulo, poderia ate' votar um dia, concordo com sua tese em quase tudo: nossa democracia e' uma banalizacao, como podemos viver em uma democracia se somos obrigados a votar?
[Leia outros Comentários de joao marcos pereira ]
18/10/2006
12h03min
Daniela, não é isso o que diz o capitulo VI, art. 224 da Lei nº 4737, de 15 de julho de 1965 que institui o Código Eleitoral. Vide abaixo: Capítulo VI: Das nulidades da votação: Art. 224. Se a nulidade atingir mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de vinte a quarenta dias. § 1º Se o Tribunal Regional, na área de sua competência, deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador-Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente nova eleição. § 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo, o Ministério Público promoverá, imediatamente, a punição dos culpados.
[Leia outros Comentários de Janethe Fontes]
18/10/2006
13h25min
(Continuação:) O Tribunal Superior Eleitoral deliberou a respeito do tema em 17 de agosto último, ao julgar um caso em que se requeria a anulação de uma eleição municipal de 2004, em Ipecaetá, na Bahia, para a realização de novo pleito. No Recurso Especial Eleitoral 25.937, o Tribunal deliberou: “Não se somam (...), para fins de novas eleições, os votos nulos decorrentes de manifestação apolítica do eleitor, no momento do escrutínio, seja ela deliberada ou decorrente de erro”. Ou seja, para calcular se houve mais de 50% de votos nulos (por fraude) em uma eleição não devem ser considerados os votos nulos dados pelo próprio eleitor.
[Leia outros Comentários de Daniela Castilho]
18/10/2006
13h29min
A mim parece que, como em várias outras leis, a lei sobre anulação de eleição não é clara sobre o que acontece quando o eleitor vota nulo. A posição do ministro Marco Aurélio Mello deixa claro que, em caso de anulação de eleição, os votos nulos espontâneos da população não são considerados protesto nem são considerados como parte da eleição - simplesmente são descartados. Talvez precisássemos de uma melhor legislação eleitoral, é fato, mas do modo como a lei é aplicada hoje, votar nulo apenas desperdiça o voto e permite que mais políticos ruins se elejam com menos votos - uma vez que o voto nulo é descartado.
[Leia outros Comentários de Daniela Castilho]
18/10/2006
15h44min
Achei o texto muito interessante. Acabei escrevendo minhas proprias opinioes sobre o voto nulo...
[Leia outros Comentários de Jorge Bazaga]
18/10/2006
15h52min
Nulo, contra, a favor deste ou a favor daquele... o problema não estão nestas alternativas e, sim, num sistema secular viciado de um falso poder. Falso porem fragilíssimo. Cabe a todos nós a tarefa de investir no trabalho de perceber e conscientizar o tendão de Aquiles deste Gigante Adormecido.
[Leia outros Comentários de Fabio Villardi]
18/10/2006
16h09min
Seria ótimo se, como no tempo do Império, o político tivesse que provar ter competência. Como disse o Guga, cursar dois anos de universidade e ter um grau final bastante significativo. Fica a pergunta: Como um povo elege um semi-analfabeto para governar o seu país?
[Leia outros Comentários de Eliana Linhares]
18/10/2006
16h22min
Acho que estamos testemunhando uma espécie de "falência democrática", é muito pessimista da minha parte dizer isso, mas não é um sentimento meu apenas, a democracia não nos oferece opções satisfatórias, as leis não garantem o direto de manifestação diante a tal situação, nossas mãos estão atadas e o braços daqueles que elegemos estão cruzados. O que fazer entao?
[Leia outros Comentários de André Parra]
18/10/2006
17h16min
Pena que Mr. Bloom ainda não entendeu a abissal diferença que existe entre Alckmin e Lula. Alckmin não tem nada do PSDB de FHC, Serra e curriola, todos esquerdosos manhosos, sequer ministro Alckmin foi do governo FHC. O Brasil ficaria outro em 4 anos se elegêssemos Alckmin, um tocador de obras que o País tanto precisa. Seria um Carlos Lacerda em nível nacional. Ou, se preferirem, seria um outro Joaquim Roriz, o governador que transformou radicalmente o Distrito Federal nos últimos 8 anos.
[Leia outros Comentários de Félix Maier]
18/10/2006
18h29min
Boa tentativa, mas não convenceu.
[Leia outros Comentários de Milton Ribeiro]
18/10/2006
21h32min
A mensagem vai para a leitora Eliana Linhares, que deixou no ar a seguinte pergunta: "Como um povo elege um semi-analfabeto para governar o país?". A senhora acredita, então, que escolaridade é sinônimo de competência e educação? Até 2002, tivemos uma série de letrados no poder – e que belo trabalho eles fizeram, hein? Escolaridade não dá caráter a ninguém, nem sabedoria; a senhora, por exemplo, pode ter feito todos os cursos do mundo, mas demonstrou uma enorme ignorância.
[Leia outros Comentários de Vitor Nuzzi]
18/10/2006
22h14min
Voto nulo é nulo, ué! Não demonstra protesto nem revolta contra nada. Não mostra menosprezo pelos políticos nem pelo sistema político-partidário, mas sim por si próprio (o votante que não vota). Não vale nada. Não consigo (já tentei, juro) ver de outra forma que não a já citada pela Daniela aí acima: é um desperdício de voto, mesmo, uma atitude de avestruz.
[Leia outros Comentários de José Bueno Franco]
19/10/2006
00h15min
Depois é o Mainardi um polemista barato... Como se fosse possível um país sem uma classe dirigente (políticos), como se fosse possível um vácuo de poder. Como se fosse possível alienar-se do ordenamento jurídico. Sinceramente, até criticar esse texto é dar mais importância do que ele merece.
[Leia outros Comentários de von Dangerrau]
19/10/2006
10h21min
O pior e' que concordo contigo, mas ainda assim me fica o desespero de saber que meu voto nao e' validado nesse caso, e ai' temos um problema gigantesco: que democracia e' essa que nao da' possibilidades para qualquer cidadao tentar chegar a qualquer cargo independente de suas parcerias, ou tamanho da conta? Que democracia e' essa onde confunde-se de maneira infame a esfera publica e a privada? Que democracia e' essa onde temos de escolher alguem obrigatoriamente, mesmo sem opcoes razoaveis? Concordo, concordo e choro. Abraco
[Leia outros Comentários de Renan De Simone]
19/10/2006
13h59min
Preciso agradecer primeiro ao Julio por ter dado esse destaque ao meu texto. E, vejamos, quanta gente - façam fila por favor. Euclides, a Daniela comentou bem essa confusão que é o voto nulo e a idéia do "voto contra" rende uma boa discussão, seria interessante. Daniela, concordo, concordo. Marcelo, a rotatividade deveria ser natural, pois se um governo é ruim, na seqüência elege-se outro. A situação é que, mesmo se elegendo outro, eu duvido melhorar. E não defendi o fim de um Estado, mas sua diminuição que exige privatizações e demissão de funcionários públicos em massa. Vi o Mercadante, por exemplo, falando em enxugar o Estado, que soou muito bonito mesmo, mas sei que é mentira porque ele não faria o necessário para isso. Fabio, nossa, deve ser isso, sim. André, fazer o brasileiro tratar político como empregado já seria um bom começo. Félix, hum, então o Alckmin é isso? E eu falando bem dele esse tempo todo.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
19/10/2006
14h04min
Milton, pode deixar. Na próxima eu faço como os políticos e só mostro pobres. Se isso convence alguém a votar, deve convencer alguém a não votar. Dangerrau, receba meu sorriso por dar ao meu texto mais importância do que ele merece. Renan, Zamuner, Helana, Luiz, Luiza, Joao, Janethe, Jorge, Eliana, José: obrigado pelos comentários =]
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
19/10/2006
16h57min
Um dos grandes problemas do voto no Brasil é que, apesar de ser proclamado como um DIREITO, ele é um DEVER. E nós, brasileiros, não gostamos nem de fazer o dever de casa da escola primária! Votamos, então, na base do: "É o jeito, né? Fazer o quê?"
[Leia outros Comentários de Karlobo Santana]
20/10/2006
08h40min
Bloom, li sua resposta e não vi justificativa... não é possível haver melhoria social com Estado Mínimo. Imagine se a vacinação fosse privatizada. O privativo visa, apenas, o lucro. Acredito que o serviço privado seja de melhor qualidade... mas o pobre, que é a grande maioria do país, não tem e nem terá acesso a ele.
[Leia outros Comentários de Marcelo Telles]
20/10/2006
09h33min
Marcelo, olá. Acho que nenhum de nós quer cair na discussão infinita de estatismo x liberalismo. Eu não quero. O meu ponto de vista nesta questão é a seguinte: se a iniciativa privada, que visa o lucro, não faz melhorias sociais, não creio que seja o Estado a fazer. Está ali no meu texto: não acredito no altruísmo político. Porém, não nego a importância de um poder legislativo, executivo, judiciário e das agências de regulamentação dos serviços essenciais. Esta é, segundo meu ponto de vista, a função do Estado. Mais que isso acho distorção e é o que acontece no Brasil. Até =]
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
24/10/2006
19h43min
Edward, o artigo está muito bom, mas não concordo com o voto nulo. Sou democrata, e para termos democracia precisamos fazer o uso de nosso voto. Temos que ter uma pessoa lá em cima, um presidente, então devemos votar no que acreditamos poder fazer o melhor, no que estudou e no que julgamos gostar do Brasil e não de si próprio. Peço para você votar! Abr. Cleusa.
[Leia outros Comentários de Cleusa Arantes]
25/10/2006
19h50min
Voto nulo é o voto "Cacareco". Não serve para nada! (Cacareco era o nome de um hipopótamo, que, na década de 50, recebeu mais votos para vereador em São Paulo.) É preciso respeitar os outros e ser respeitado. No tempo da ditadura (do qual o citado Roberto Campos fez parte) quem ousasse "falar contra", desaparecia (o "desaparecimento" era a morte precedida de cruéis torturas). Há alguns saudosistas da ditadura que estão longe do poder e não conseguem tolerar o sucesso dos outros. Hoje pode-se criticar à vontade, como o texto, aliás, faz. O voto nulo é um cheque em branco. Quem ganhar terá ganhado o seu voto! Se você é minoria, respeite a maioria, porque, no regime democrático, a minoria é respeitada e tem voz. Não seja um opositor incompetente.
[Leia outros Comentários de Nilmar ]
30/10/2006
15h40min
Bloom, não acredito que o voto nulo seja a solução, a não ser que 100% dos eleitores o fizesse. O sistema deveria ser repensado, mas, não há quem vá tentar reorganizar isto de acordo com o interesse coletivo, antes de garantir as vantagens pessoais. A reeleição é um instrumento comprovadamente falido, basta voltar à era Fernando Henrique, na qual o segundo mandato foi apenas uma contagem de tempo. As pessoas com quem eu converso estão descontentes, acreditam que qualquer um que estiver lá, fará a mesma coisa. Daí, votam sem procurar motivos para a escolha, sem avaliar competência, até porque não se sabe as competências necessárias para exercer um cargo político. Estas pessoas exercem o seu direito, pensando ser um dever de forma quase fisiológica. A discussão é importante, principalmente partindo de nós. Precisamos avançar, no sentido de exigir um sistema menos vicioso. Acredito que o caminho é mandato de 4 anos para qualquer político.
[Leia outros Comentários de Syda Rodrigues]
6/11/2006
17h05min
Nilmar, olá. Caramba, lendo você sobre Roberto Campos, dá a impressão de que ele passava madrugadas balançando lâmpadas em delegacias e batendo em moleques que se imaginavam Che Guevara. Mas não, ele era só um economista. E bom economista, porque junto com Bulhões no período de 64 reverteu a crise inflacionária que o Brasil vivia desde o JK e que se agravou incrivelmente em 62. Bom, daí a um suposto apoio meu a ditadura vai uma diferença. Não digo apenas na questão moral da repressão, mas acontece que poucos governos tiveram um modelo tão burro quanto os militares depois 68. Não sei como alguém a favor do Estado pode ser contra os militares. Eles foram os maiores responsáveis pelo gigantismo estatal, etc., etc. E você diz que é preciso respeitar para ser respeitado, mas isto não legitima uma ditadura? Digo, se você não respeita a ditadura, você perde o direito de ser respeitado, imagino, segundo o que entendi, e isso validaria uns cascudos.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
6/11/2006
17h33min
E, ok, o voto nulo significa jogar meu voto no lixo. Mas numa escolha entre o Lula, o Alckmin e a minha lixeira, minha lixeira leva. Fácil. Syda, nem eu. Voto nulo não é solução, da mesma forma como votar no Lula, ou no Alckmin, ou em qualquer outro. O Brasil continuará dependendo do bom humor da economia mundial pra pagar os mensalões, as esmolas sociais, as aposentadorias, etc. E não encaro como desilusão porque nunca me iludi. A minha idéia com este texto não era nem tanto debater o voto nulo, mas a qualidade baixa dos políticos, que me põe contra o Estado e a favor de sua diminuição. Marcello, eu gostei das minhas citações e achei que deu um ar todo inteligente sim, qual o problema? Quer falar que meu texto não tem solução, que é raso, que é fraco, ok, mas deixe minhas citações fora disso, ok?
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
7/11/2006
00h13min
Volto a dizer: para mim, pelo menos, a alternativa ao voto é o não-voto, premissa de uma ditadura. Do ponto de vista do autor, isso não ficou claro. Sobre Bob Fields e Bulhões serem bons economistas, por terem combatido a inflação (quão malvados foram JK e outros, não?), é preciso discutir o conceito de "bom". Porque a dupla iniciou um período de grande perda salarial e deterioração na distribuição de renda. Isso, claro, com a ajuda de intervenções em sindicatos (400 só em 1964), entre outras questões pragmáticas - para eles, certamente.
[Leia outros Comentários de Vitor]
7/11/2006
08h44min
Oi, Vitor, eu já não respondi isso? O que não ficou claro? Você acha que o voto é a base da democracia, eu não. Para mim, tanto faz a eleição, por voto ou por concurso, o que importa numa democracia é a possibilidade de tirar do poder quem não estiver fazendo seu serviço direito. São opiniões opostas, mas a respeito da democracia. Não vejo o porquê dessa vontade de me vestir uma farda. Devo até ficar bonito mesmo em uma, mas não entendo a insistência. Por causa do Roberto Campos? Não posso nem dizer o nome do cara que gente já se vê na cadeia. E o que seria deterioração salarial? A política dele ajustou o salário conforme o desenvolvimento, e não conforme planos populistas ou conforme o que os sindicatos achavam conveniente. E se você não ignorar o conceito de inflação, de concordar.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
7/11/2006
08h48min
Mas o voto. Vamos imaginar um médico, mas não um médico comum: ele só é médico por que metade da cidade acha que ele tem o direito de ser médico. Você deixaria, sei lá, ele operar sua cabeça? A cabeça de um parente seu? Ou pior, sentiria orgulho por ele ter sido eleito médico pela metade da "população trabalhadora", do "povo humilde", das "classes mais necessitadas"? O exemplo é batido e meio apelativo, mas não achei uma forma mais clara que essa. Abraços.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
7/11/2006
10h17min
Cada povo tem o governo que merece. Isso é a demacracia, não reclamem depois, foi o povo que elegeu!
[Leia outros Comentários de Andre Parra]
7/11/2006
12h51min
Caro Edward, ninguém precisa usar farda, há ditaduras civis também. O que eu quero dizer é que antes de tirar alguém do poder, coloca-se alguém no poder. E como fazer isso? Acho que é pelo voto. Se você prefere outro meio, poderia defendê-lo. Simples assim. Quanto ao Bob Fiels: deterioração salarial é igual a perda salarial. O país teve crescimento durante determinado período, mas a população empobreceu. Não é questão de sindicato achar conveniente, mas de haver negociação, como em qualquer país dito civilizado. Médico você escolhe, presidente você elege. Ou não.
[Leia outros Comentários de Vitor]
7/11/2006
40. Olá
13h35min
Olá, Vitor. O fator de empobrecimento não se mede pelo salário, que era alto antes, mas por uma distorção da inflação e pelo excesso dos sindicatos, e sim medido pelo poder aquisitivo, que é um pouquinho diferente. Na gestão do Campos houve uma estagnação em conseqüência de uma série de medidas emergenciais para se controlar a economia e propiciar um cenário favorável a investimentos externos que realmente ocorreram, mas já na década de 70, com Delfim atolando tudo no Estado que, por não objetivar (meu Deus, que chatice) o lucro, claro que não aguentou as crises de 73 e 79, gerando assim não só a perda do poder aquisitivo como o colapso do Estado na década de 80. Se estiver falando disso, você está certo, mas não em culpar o Roberto Campos. A culpa desses desastres, para mim só pode ser o modelo nacionalista que vem desde Vargas a JK e Medici em diante. Acho que é isso.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
7/11/2006
41. Olá
15h29min
Olá, Edward. Salário pode ser, sim, parâmetro para se falar em empobrecimento. E sindicatos não legislam nem aplicam reajustes salariais, por isso concordo com quem diz que a melhor política salarial é a que resulta da negociação coletiva. Mas, claro, podemos adotar outros parâmetros: poder aquisitivo (caiu), salário mínimo (caiu), concentração de renda (aumentou). Isso começou com nosso amigo Bob Fields. Curioso tratar o Estado sempre como vilão. Acaso as bases de crescimento, via industrialização, não vieram com JK e Getúlio? E os Estados Unidos não saíram de uma grave crise, lá atrás, com políticas de Estado? O todo-poderoso deus mercado não é infalível. E já que você está considerando o assunto chato, quero pedir desculpas aos demais leitores pelo aborrecimento.
[Leia outros Comentários de Vitor]
7/11/2006
16h02min
Vitor, valor de salário é relativo aos preços do mercado, que é o reflexo da inflacão. Não adianta você ganhar dois milhões por mês, se um pão custa três milhões. E negociações coletivas salariais são coletivas entre os sindicalistas, porque sempre, sempre refletem em cortes de gastos, demissões e fuga de empresas. Foi o que aconteceu em S. Bernardo, bem antes da guerra fiscal. O sindicalismo teve sua importância no início do século, hoje só atrapalha. Agora, o new deal aconteceu durante uma guerra mundial, a situação era diferente, por favor, e estamos falando de 80 anos atrás. Nunca mais aconteceu isso porque o mercado se recuperou e se adaptou. E sim, o assunto é chatíssimo e cansativo. Não vamos sair dessa discussão até alguém desmaiar de tédio. E preciso assumir que estou quase lá. Abraços.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
8/11/2006
43. OK
01h00min
É, Bob Fields também achava que salário causava inflação, por isso achatou-os. E nem por isso a inflação foi vencida. Quanto às negociações coletivas, é exatamente o contrário. São um sinal de civilidade e mostram até onde pode ir o entendimento entre capital e trabalho. Empresas se deslocaram em todo os lugares, não apenas onde há sindicatos. Ok, você não gosta de eleição nem de liberdade sindical. Bob também não gostava. O mercado se recuperou graças ao Estado. Eu não acho entediante, acho estimulante trocar idéias, mas respeito o seu tédio. Até a próxima.
[Leia outros Comentários de Vitor]
8/11/2006
11h10min
Olá, Bloom, tenho acompanhado o debate... me parece que uma das partes não ouve direito porque contra-argumenta interpretando erradamente o argumento anterior... é uma técnica, na dura realidade das polêmicas. Bem, como fui o primeiro comentador da sua coluna me sinto meio no direito de fazer mais um comentário: fecho com você e penso que o direito de VETAR o poder instituído é tão importante quanto o de promover, por voto, esse poder. Todo mundo tem o direito de não votar, de votar nulo, de rabiscar obscenidades na urna, se fosse o caso. De mandar políticos pro inferno ou pra outros canais mais competentes. De ignorar o que quiser, se quiser. E o título de eleitor teria de ser conseguido como a carteira de motorista: com provas de aptidão. Quais os critérios de seleção? Não sei, mas posso pensar no caso e facilmente produzir um documento a ser aprovado por lei... não é nada difícil. O difícil é aguentar um autoritarismo mal disfarçado de civismo. Aguardo próximas colunas, véio. Abçs.
[Leia outros Comentários de Guga Schultze]
8/11/2006
12h27min
Olá, Mr. Schultze. Escrevo o seu sobrenome porque quando a gente cita alguém em um texto deve nominar esse alguém. Tenho visão e audição ótimas, felizmente. E meus argumentos estão no espírito do debate. O problema é que alguns só lêem o que lhes convêm. Já disse aqui, por exemplo, que sou a favor do voto facultativo. Entendo que o voto deve ser um direito e não um dever. Eu iria às urnas do mesmo jeito, e se meu candidato perdesse não ficaria pelos cantos lamentando o resultado e procurando desvios de caráter no eleitorado. Aptidão? Quem seria o responsável pela aplicação dos testes? Uma comissão de notáveis? O bispo? O Dunga? Imagino a seleção pelo método Schultze. "Em quem o sr. vota?" "Em fulano ou no partido X", responde o cidadão. "Ah, não, o sr. não está apto." Assim, por esse método, teríamos a democracia seletiva. Sei não, mas acho que já registraram essa patente.
[Leia outros Comentários de Vitor]
8/11/2006
13h28min
Que bom, voltamos a um debate interessante. Guga, de acordo. Instrução é o mínimo para se votar, e poderia dizer até que seria democrático, pois há gente instruída partidária de tudo que há para ser partidário. Vitor, gostei do seu questionamento sobre quem julgar essa aptidão para o voto, uma comissão de notáveis, no caso, que seleciona apenas quem os interessar. Mas não é isso que os políticos são? Que preenchem diretorias de empresas públicas com gente de seu partido, de seu escritório, de sua família? Que julgam leis e execuções conforme seus interesses, de seus partidos? Há uma explicação cabível aí, de que seria uma escolha de quem a sociedade elegeu para lhe representar, mas volto ao começo da conversa: não vejo ninguém no meio político que me representaria ou que tenha algum interesse senão em ser sustentado pelo Estado e com sorte arranjar um empreguinho pro sobrinho, pra cunhada, etc. E vejo como uma posição democrática válida e não uma inclinação ditatorial como você disse.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
8/11/2006
14h50min
Quero deixar claro que sou a favor do voto facultativo, mas absolutamente contra essa idéia de restringir o direito de voto a algumas faixas. Todos são iguais perante a lei, ou deveriam ser. Essa proposta nada tem de democrática. Quanto à sua crítica sobre os políticos, perfeito, é um direito seu, embora caia na generalização.
[Leia outros Comentários de Vitor]
8/11/2006
15h08min
Vitor, de fato, é uma idéia sensata, a igualdade perante a lei, mas se for levada ao pé da letra, dá base para a menoridade penal, por exemplo, para uma crianca de 10 anos poder dirigir e poder ser presa. Se o argumento contra a menoridade penal for que uma criança não tem condições de dirigir ou de assumir responsabilidades, a mesma vale para o voto sem instrução. Vira uma questão de interpretação e dá margem para discutir a imunidade indígena, por exemplo. Ou cair nos direitos iguais, como o de todo cidadão cursar uma universidade pública sem vestibular, ter saúde e segurança de qualidade, e muitas outras coisas que são corretas, mas que não acontecem. O certo seria todos terem instrução para votar, mas infelizmente não é o que ocorre.
[Leia outros Comentários de Edward Bloom]
9/11/2006
21h46min
Bom que concordamos quanto ao voto facultativo. Já é alguma coisa. O resto são picuinhas. Bloom, tô mais cansado dessa conversa do que você disse que estava. Vitor, tô mais cansado do que o Bloom disse que estava. Abandono o barco, a nau me parece sem rumo. Citações! Acho legal finalizar com uma bela citação. Do Millôr: "Todos os homens são iguais. Mas alguns são mais iguais que outros." Isso é só pra rir um pouco. Sou daquele tipo de cara que paga um boi pra não entrar numa briga mas, uma vez nela, paga uma boiada pra sair. Bloom, Vitor, nos leremos mutuamente em próximas ocasiões, espero. Vão em frente. Abraços.
[Leia outros Comentários de Guga Schultze]
18/10/2010
10h15min
Olá. Sempre "achei" (achismo é sempre uma coisa deprimente!!!) que os votos nulos fossem vazios de qualquer conotação política, uma vez que a partir dele não é possível concluir se houve de fato uma intenção do eleitor de manifestar seu descontentamento com a política, com os candidatos, com as eleições, enfim, ou se simplesmente ele errou na hora de digitar (sou da geração das Urnas Eletrônicas). Por outro lado, sempre considerei o voto em branco uma forma de manifestação política deliberadamente clara e objetiva, ou seja, ele significa que o eleitor não quer, ou não gostou, ou não aprovou nenhum dos candidatos e/ou programas de governo que lhe foram apresentados. Mas esse é um assunto irritante, quanto mais leio a respeito, mais vejo que existe uma tendência a torná-los, o voto branco e nulo, equivalentes. Para mim, isso é péssimo, pois a maioria das pessoas que conheço está sempre votando no "menos pior", segundo elas.
[Leia outros Comentários de Leandro Bispo Veras]
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