2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 1 | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Cultura Circular: fundo do British Council investe em festivais sustentáveis e colaboração cultural
>>> Construtores com Coletivo Vertigem
>>> Expo. 'Unindo Vozes Contra a Violência de Gênero' no Conselho Federal da OAB
>>> Novo livro de Nélio Silzantov, semifinalista do Jabuti de 2023, aborda geração nos anos 90
>>> PinForPeace realiza visita à Exposição “A Tragédia do Holocausto”
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> O cinema brasileiro em 2002
>>> O cinema brasileiro em 2002
>>> O cinema brasileiro em 2002
>>> Conduzinho Miss Maggie
>>> Relações de sangue
>>> Unsigned and independent
>>> Pô, Gostei da Sua Saia
>>> Poesia e inspiração
>>> Painel entalhado em pranchas de cedro *VÍDEO*
>>> 21 de Novembro #digestivo10anos
Mais Recentes
>>> Erico Verissimo 100 anos O tempo e o vento a passar de Luiz Coronel pela Mecenas (2005)
>>> Filosofia Política de Antonio Charles Santiago Almeida pela InterSaberes (2015)
>>> Livro Literatura Estrangeira O Teorema Katherine de John Green, Renata Pettengill pela Intrinseca (2013)
>>> Mudando para Melhor de Kau Mascarenhas pela Altos Planos (2009)
>>> Primavera Silenciosa de Rachel Carson pela Gaia (2010)
>>> Vampira Até O Sangue De Jesus de Shirley Newman pela Graça (2004)
>>> Respiração Artificial de Ricardo Piglia pela Iluminuras (1987)
>>> 150 Ideias de decoração de casa Claudia 03 de Abril pela Abril (2011)
>>> Diário oficial Set 1922 Edição Comemorativa Creação do Escudo d'Armas e da bandeira do Brasil de Estado Federado do Amazonas pela Estado Federado do Amazonas (1922)
>>> Livro Psicologia Dos Contos, Em Cantos Coleção Psicanálise da Criança de Jandyra Kondera Mengarelli - Org. pela Ágalma (1998)
>>> História da América - Das Independências à Globalização de Lara Taline Dos Santos pela InterSaberes (2018)
>>> Morte: Para Onde Iremos? de R. R. Soares pela Graça
>>> Livro Literatura Brasileira As Cem Melhores Crônicas Brasileiras de Joaquim Ferreira dos Santos pela Objetiva (2007)
>>> Na Luz Da Verdade - Volume 1 de Abdruschin pela Ordem Do Graal Na Terra (2011)
>>> Livro Ensino de Idiomas The Adventures of Tom Sawyer de Mark Twain pela Macmillan Readers (2005)
>>> Alimentos Saudáveis Alimentos Perigosos de Reader's Digest pela Reader's Digest (1998)
>>> Teoria do Direito - Uma Abordagem não Convencional de Tiago Gagliano Pinto Alberto pela InterSaberes (2020)
>>> Livro Ensino de Idiomas The Well de Clare Harris pela Macmillan Readers (2005)
>>> O Jogo do Anjo de Carlos Ruiz Zafón pela Suma (2020)
>>> Quase uma vida de Graham Greene pela Artenova (1972)
>>> Valsa Para Bruno Stein de Charles Kiefer pela Record (2006)
>>> Artemis Fowl - O Menino Prodígio Do Crime de Eoin Colfer pela Record (2009)
>>> Teoria do Direito - Uma Abordagem não Convencional (Capa Dura) de Tiago Gagliano Pinto Alberto pela InterSaberes (2023)
>>> Livro de Bolso Teatro O Doente Imaginário Coleção a Obra-Prima de Cada Autor Volume 131 de Molière pela Martin Claret (2003)
>>> Livro Moda Moda Intuitiva de Cris Guerra pela Lafonte (2013)
COLUNAS >>> Especial Melhores de 2007

Quarta-feira, 7/5/2008
2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 1
Rafael Fernandes
+ de 8200 Acessos

Já estão no ar a primeira e a segunda partes dos meus discos preferidos em 2007. Agora a terceira, com a parte 1 de lançamentos de artistas internacionais.

***

Alicia Keys ― As i am


Ouça um trecho de "Wreckless Love"

Gostei do novo disco de Alicia Keys, As i am. Nele, ninguém vai encontrar inovação, nem genialidade. Apenas boas canções, daquelas de grudar na cabeça. O som, nem sisudo nem complexo, é mais adulto do que boa parte das cantoras pop atuais, que abusam da infantilidade musical. Aliás, elas estão cada vez mais parecidas, com músicas, sonoridades e "atitudes" semelhantes. Trabalham com os mesmos produtores, usam as mesmas batidas, os mesmos trejeitos. Alicia parece estar procurando seu próprio caminho, seu próprio som, sem se ater a modismo, apesar de também aderir às necessidades do mainstream: clipes bobos, caras e bocas, preocupação excessiva com roupas. No som, ela pega o essencial do hip-hop: grooves interessantes. E só. Acertou na mosca neste disco, bebendo do soul dos anos 60 e 70 ― Motown, principalmente ― e com pitadas do R&B atual, fazendo um delicioso disco pop ― grandes melodias, instrumental e arranjos caprichados, belas vocalizações, canções certeiras e suingadas. Aposta, com bom resultado, na mescla de instrumentos acústicos com inserções de programações. Para não variar o ponto fraco está nas letras, de temáticas amorosas surradas e versos pouco inspirados. E ainda que algumas músicas exagerem na dose de açúcar, é um belo disco pop. Quase todas as músicas têm cara de sucesso. Não apresenta grandes novidades, mas é um sopro de ar fresco num gênero cada vez mais banal e viciado em fórmulas de momento.

Minhas músicas preferidas: "No one", "Superwoman", "Like you'll never see me again" e "Wreckless Love".

***

Björk ― Volta


Ouça um trecho de "Wanderlust"

Björk é uma artista de personalidade única. É sempre arrojada. Há os que gostam e os que odeiam, com conhecimento de causa. E há os que dizem gostar sem nunca terem escutado ― só para tentar ser cool ― e os que dizem que odeiam sem sequer terem ouvido um disco completo. Ela, como toda grande artista, tem várias facetas, muitos acertos e alguns erros, claro. Em Volta, é novamente inventiva. Em vez de formações de cordas, sutis, ela opta por uma parede de sopro, imponente, e batidas robustas. O resultado é um disco pesado sonoramente. Em termos de canções, embora haja muita qualidade, tenho dúvidas se está entre os melhores momentos da cantora. Mas é um dos melhores em termos de audácia sonora, de trabalho de arranjos. Foi um disco que no começo achei irregular, mas que foi se mostrando surpreendente ― desde o peso e volúpia de "Earth Intruders" à discrição de "Pneumonia", belíssima canção, aliás. É difícil passar imune ao que está sendo tocado. É daqueles discos de ficar ouvindo várias vezes tentando decifrar os sons, os arranjos, de onde saiu tudo aquilo. Em "Wanderlust", uma programação eletrônica dita o ritmo, e a harmonia é permeada apenas por instrumentos de sopro; vozes se encontram, quase cacofônicas. Uma canção comovente é "The dull flame of desire", feita a partir um poema de Fyodor Tyutchev, num duo com Antony Hegarty. Björk é, realmente, uma artista que leva a reações extremas. Mas, musicalmente, pensa à frente, quer romper barreiras, não se contenta com o pré-estabelecido, com o sucesso. Ainda bem.

Minhas músicas preferidas: "Earth Intruders", "Wanderlust", "Pneumonia", "The dull flame of desire" e "I see who you are".

***

Dream Theater ― Systematic Chaos


Ouça um trecho de "In The Presece Of Enemies Pt. 1"

Dream Theater costuma ser associado a chatices. Música chata, fãs chatos. Muitos rotulam a banda sem ao menos procurar ouvir um disco inteiro ― o preconceito impõe ser impossível escutar 70 minutos de uma banda assim. Ou reclamam do tamanho das músicas, acostumados à duração e ao formato do pop ― mas, afinal, música não é um trabalho criativo? Não deveria ter limites, muito menos de tempo da música ― sejam 3, 30 ou 60 minutos. Apesar disso, não creio que deveria ser um grupo de grande público, muito menos que é "injustiçada" por "não tocar em rádio" ― acho que está muito bem em seu nicho. É um exemplo de como certos artistas e estilos devem e conseguem sobreviver à margem do mercado, apostando numa base fiel de fãs, que cresce aos poucos, durante um bom tempo, angariando diversas gerações: é a construção de uma carreira, algo que já foi regra na indústria musical, deixada de lado em prol do efêmero e de massa. Mas muitas gravadoras estão voltando atrás e procurando artistas que possam render por anos.

A abertura do disco, a primeira parte (as duas são boas) de "In the presence of enemies", ilustra bem a resistência que a banda enfrenta. Afinal, são poucos os que não se importam de esperar a voz aparecer só aos 5 minutos e poucos da música. Outra boa canção é "The dark eternal night", com riffs poderosos e bem trabalhados, e uma das melhores seções instrumentais que a banda já fez. Pena que a letra é horrível ― fala de um monstro do passado que assombra uma cidade. Outro bom momento é "Constant Motion", apesar de não trazer nada que Metallica, Megadeth e o próprio Dream Theater já não tenham feito. De resto, nada relevante ou que acrescente à banda, incluindo duas canções bobas e de refrão ruim ("Forsaken" e "Prophets of war") e uma que achei brega ("The ministry of lost souls"). Ironicamente, Systematic Chaos é uma boa mostra a não fãs de como é o estilo da banda, de músicas longas e de estilo do progressivo, canções pesadas e outras "pop". Apesar disso, é um disco menor em sua carreira.

Minhas músicas preferidas: "In the presence of enemies (1 e 2)", "The dark eternal night", "Constant Motion".

***

Oceansize ― Frames


Ouça um trecho de "Unfamiliar"

Banda de Manchester, Inglaterra, iniciada em 2000, tem na formação nada menos que três guitarristas (um deles é também o vocalista). E são muito bem combinadas, com contrapontos bem sacados. O som é quase um paradoxo. Os arranjos são elaborados e se aproximam do progressivo: músicas longas, passagens instrumentais, alternâncias de ritmo, linhas melódicas que são trabalhadas de diferentes formas na mesma música etc. Mas a execução em si, a forma dos riffs, instrumental e melodias vocais remetem à música alternativa (Radiohead, Travis, The Verve). A união dessas duas vertentes torna o som do Oceansize muito interessante: melodias atraentes com capricho nos arranjos. Eles já haviam lançado dois ótimos discos, Effloresce e Everyone into position, e mantêm o nível em Frames, que começa quase num anti-clímax em "Commemorative T-Shirt", com uma introdução de 3 minutos e andamento lento. "Unfamiliar", grande música, chegou a ter versão editada e poderia ter cacife para o sucesso, mas completa é que vale à pena: melodias inspiradas, vários riffs ― que se alternam, trabalhados de forma diferente pelo trio de guitarras ― e uma estrutura "montanha-russa": variações entre instrumental vigoroso, momentos de desaceleração e calmaria, que são quebrados pela volta do peso."Trail of life" tem bonita introdução e seção instrumental muito boa. "Savant" é viajante; "Only Twin" tem clima épico; "Sleeping dogs and dead lions" tem um toque brutal, evidenciado pelo riff. Para quem gosta de músicas elaboradas, mas que não insistem em virtuosismo, Frames é uma boa pedida.

Minhas músicas preferidas: "Unfamiliar", "Trail of life", "Only Twin" e "Voorhees".

***

Pain Of Salvation ― Scarsick


Ouça um trecho de "América"

O Pain of Salvation vem da Suécia e, apesar de ter formato de banda, praticamente todas as idéias musicais e decisões partem da mente criativa de Daniel Gildenlöw, guitarrista e (grande) vocalista. Simplificando, seu estilo é o metal progressivo, por ter uma pegada de heavy metal e composições longas e bem elaboradas. Como toda simplificação, tem falhas; as referências vão de Faith No More a Queen ― é ouvir para crer. E pode-se reclamar de tudo da banda, menos da falta de arrojo: seus discos têm conceitos (incluindo um sobre a existência de Deus e o surgimento da humanidade, Be, de 2004), diversas alternativas sonoras, belas composições e arranjos elaborados. Scarsick, grande disco, é o 7º da carreira da banda e é a continuação de The perfect element part I, de 2000. Alguns fãs o desprezaram, por ser mais direto e menos "progressivo" ― 10 entre 10 bandas do estilo já passaram por isso. Começa pesado e cru com a faixa-título, sem deixar de lado ritmos quebrados; "Spitfall" tem estrutura simples, repetida, com vocais falados e se destaca na bela parte melódica. "América" e "Disco Queen" trazem bom humor; a primeira, divertidíssima, tem ótimas linhas melódicas e arranjo intrincado; a segunda une elementos densos a ritmos de disco-music (!?). Nas letras, Scarsick traz ironias e críticas pesadas aos EUA. O disco se encerra de forma magnífica com "Enter Rain".

Minhas músicas preferidas: "Scarsick", "Spitfall", "América", "Disco Queen" e "Enter Rain".


Rafael Fernandes
São Paulo, 7/5/2008

Quem leu este, também leu esse(s):
01. 11/9: o chão onde os pés tocaram não existe mais de Wellington Machado
02. A internet e o cinema de Marcelo Miranda
03. O marketing da mendicância de Adriana Baggio


Mais Rafael Fernandes
Mais Acessadas de Rafael Fernandes em 2008
01. High School Musical e os tweens - 9/1/2008
02. Violões do Brasil - 13/8/2008
03. Tritone: 10 anos de um marco da guitarra rock - 10/9/2008
04. Videogame também é cultura - 10/12/2008
05. Blog precisa ser jornalismo? - 9/4/2008


Mais Especial Melhores de 2007
* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site



Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Direito Civil Brasileiro Vl. 6
Carlos Roberto Gonçalves
Saraiva
(2012)



Livro Pedagogia A Escola e Seus Alunos
Maria Aparecida de Lima Serbino
Unesp
(1995)



A Prova por Documentos Particulares (lacrado)
J. M. Gonçalves Sampaio
Almedina
(2010)



Nas Asas De Um Sonho - Uma História Que Muda Vidas E Motiva Pessoas
Elias Awad
Novo Seculo
(2013)



Coleção Brasiliana Fundação Estudar
Vários autores
Via Imprensa Edições de Arte
(2006)



A Legião (novo, Lacrado)
Marcela de Jesus
Novo Século
(2014)



Almas Mortas Nicolas Vassílevitch
Nicolas Vassílevitch
Não Encontrada



Livro Filosofia Treatise on Basic Philosophy 3 Ontology I The Furniture of The World
M. Bunge
D. Reidel Publishing Company
(1977)



Livro Dos Medos
Donaldo Buchweitz
Ciranda Cultural



Os Bastidores da Paródia de Notícias (lacrado)
Filipe Macon Pereira Santos
Appris
(2016)





busca | avançada
105 mil/dia
2,0 milhão/mês