2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 2 | Rafael Fernandes | Digestivo Cultural

busca | avançada
70683 visitas/dia
2,0 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Documentário 'O Sal da Lagoa' estreia no Prime Box Brazil
>>> Mundo Suassuna viaja pelo sertão encantado do grande escritor brasileiro
>>> PEGADAS DA GÁVEA VAI MOVIMENTAR O BAIRRO DE 26 A 28 DE ABRIL
>>> Ole! Feira Flamenca completa 15 anos com programação especial em SP
>>> Desenhos de Bruno de Abreu sugerem memórias sem linearidade narrativa
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
>>> O robô da Figure e da OpenAI
Últimos Posts
>>> Salve Jorge
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
>>> Ícaro e Satã
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Sangue, Carne e Fritas
>>> Entrevista com Leandro Carvalho
>>> O conto como labirinto em Milton Hatoum
>>> Somos diferentes. E daí?
>>> Free: o futuro dos preços é ser grátis
>>> Bonecas Russas especial
>>> Os Melhores Trailers do Cinema
>>> Tempo vida poesia 1/5
>>> Fractais Sertanejos
>>> O Conselheiro também come (e bebe)
Mais Recentes
>>> Livro Desafiando a Síndrome de Down de Caio A. Donato pela Edesplan (1998)
>>> Psicologia da adolescencia de Arthur T Jersild pela Nacional (1973)
>>> Testes psicologicos de Anne Anastasi pela Epu (1973)
>>> Dívida externa e desenvolvimento de Forum Nacional pela José Olympio (1990)
>>> Macaiba de Meneval Dantas pela Autor (1986)
>>> Xadrez partidas selecionadas de V V Smyslov pela Ibrasa (1967)
>>> As melhores histórias de Fernando Sabino pela Record (1986)
>>> Anjos Na Escuridao: Contos Da Serie Fallen de Lauren Kate pela Galera Record (2014)
>>> Erros Irreversiveis de Scott Turow pela Record (2003)
>>> Anatomia. Atlas Ilustrado de Girassol pela Girassol (2007)
>>> Guerra No Pantanal de Antônio Silva pela Atual Didático (2010)
>>> Fundamentos de Bioquímica de Donald Voet, Judith G Voet, Charlotte W Pratt pela Artmed (2000)
>>> Tigana a voz da vingança livro dois de Guy Gavriel Kay pela Saida de emergencia (2014)
>>> Os Russos de Aleksandr Póchkin pela Hedra (2015)
>>> Livro Metodologia Do Trabalho Científico de Antônio Joaquim Severino pela Cortêz (1993)
>>> História Do Estupro de Georges Vigarello, Lucy Magalhães pela Jorge Zahar (1998)
>>> Os Forasteiros de Michelle Paver pela Intrínseca (2014)
>>> Ameaça Mortal de James Patterson pela Arqueiro (2012)
>>> A Nuvem de Gudrum Pausewang pela Global (2002)
>>> Livro Atividades Ilustradas em Sinais de Libras - PLT 273 de Elizabeth Crepaldi de Almeida e Patrícia Moreira Duarte pela Revinter (2004)
>>> O Bracelete Misterioso De Arthur Pepper de Patrick pela Fábrica 231 (2017)
>>> Os Assassinos Do Cartao Postal de James Patterson pela Arqueiro (2014)
>>> 1977 - Red Riding de David Peace pela Benvirá (2012)
>>> Conclave de Roberto Pazzi pela Alfaguara (2006)
>>> Onde Nascem Os Ventos de Brian Payton pela Globo (2015)
COLUNAS

Quarta-feira, 21/5/2008
2007 e os meus CDs ― Versão Internacional 2
Rafael Fernandes
+ de 6400 Acessos

Já estão no ar a primeira, a segunda, e a terceira partes dos meus discos preferidos em 2007. Agora a quarta, com a parte 2 de lançamentos de artistas internacionais.

***

Queens Of The Stone Age ― Era Vulgaris


Ouça um trecho de "Sick, sick, sick"

Queens Of The Stone Age é uma banda que achei que nunca fosse gostar; faz músicas com estrutura baseada na repetição, sem grandes variações, com um groove meio "preso" demais. Mas acabou sendo uma das minhas preferidas dos anos 2000. Tem instrumental vigoroso; ainda que não haja nenhum virtuoso, as músicas são executadas com a pegada necessária. Tem um ótimo e carismático vocalista (Josh Homme, o dono da banda, na verdade), peso, grandes riffs, melodias pegajosas e boa dose de humor. O novo disco, Era Vulgaris é talvez seu melhor, e até agora o meu preferido; achei o disco inteiro bom ― em tempos de MP3 avulsas, é uma grande coisa. "Sick, sick, sick" é um rock empolgante; "Misfit Love" é repetitiva e enjoativa ― dá a impressão que vai morrer assim, mas surpreende na parte final; "Into the hollow" é macia (na falta de um adjetivo mais preciso); "Make it wit chu", de boas guitarras, que já havia aparecido num projeto paralelo de Homme, o Desert Sessions (no disco Volumes 9 & 10) como "I wanna make it with chu", volta quase igual, talvez um pouco mais polida. "I'm a designer", além de grande rock com belo refrão, tem letra ácida: "Minha geração não confia em ninguém, é difícil culpá-la, nem em nós mesmos/ A coisa que é real para nós: fortuna e fama/ Todo o resto parece trabalho (...) É realmente uma mentira/ eu falsifico a mim mesmo". Era Vulgaris traz um rock curto e grosso. Sem pretensões de "arte". É o que basta.

Minhas músicas preferidas: "Sick, sick, sick", "Make it wit chu", "Into the hollow" e "I'm a designer".

***

Radiohead ― In Rainbows


Ouça um trecho de "Videotape"

Mais comentado por ter uma divulgação inicial com um "quer pagar quanto" (influenciado pela falta de um contrato de distribuição), In Rainbows traz o melhor punhado de canções do Radiohead desde OK Computer. E desde Kid A, o Radiohead não "assusta" mais com seus timbres inventivos; este In Rainbows é, provavelmente, sua melhor combinação de grandes canções com texturas sonoras diferenciadas. A voz de Thom Yorke às vezes irrita, mas sua angústia esganiçada cai bem nas músicas. O disco começa incisivo com "15 Step", em que as guitarras marcam presença, mas com espaço para as viagens sonoras. Em "Bodysnatchers" as guitarras tomam conta da música, num dos raros momentos quase que "puramente" rock; "Nude" e "Weird Fishes/Arpeggi" tem a marca do Radiohead: melancolia e bons arranjos. "All i need" tem um clima diferenciado, começando seca e sendo desenvolvida com pequenas adições musicais até explodir no clímax final. "Jigsaw falling into place" é outro momento de pegada mais roqueira e novamente uma música que acontece de forma crescente. "Videotape" é uma das mais belas músicas dos últimos tempos, com a combinação exata de estranhamento e beleza. Finaliza o disco de forma tão linda quanto melancólica: "Esta é minha maneira de dizer adeus/ Porque não posso fazer isso cara a cara/ Não importa o que aconteça agora/ Eu não ficarei com medo/ Porque eu sei que hoje foi o dia mais perfeito que eu jamais vi".

Minhas músicas preferidas: "Videotape", "All i need", "Bodysnatchers", "Nude" e "Weird Fishes/Arpeggi".

***

Richie Kotzen ― Go Faster/Return of the Mother Heads Family Reunion


Ouça um trecho de "Feed my head"

Richie Kotzen ficou mais conhecido pelas participações no Poison e na (boa) fase final da subestimada Mr. Big (marcada só por baladas melosas, mas era mais), substituindo Paul Gilbert. É um grande guitarrista, com muito boa voz. Sua carreira-solo, da qual Go Faster é uma peça distinta, não traz nenhuma novidade musical: é calcada em muito do que o rock'n'roll clássico já mostrou (Rolling Stones, Led Zeppelin e Deep Purple, por exemplo), com pitadas de funk e R&B. Mas traz canções bem feitas e têm discos muito bons de ouvir ― particularmente este Go Faster (que tem dois nomes porque The Return... é nome no Japão e Europa e Go Faster para o resto do mundo). É o melhor disco de Kotzen dos últimos anos: coeso, de suingue monstruoso, belas melodias, instrumental consistente e músicas certeiras. E, claro, um show de guitarra bem tocada. Se for para reprisar o passado, que seja com os ingredientes básicos: uma cozinha (baixo+bateria) envolvente e competente, um guitarrista diferenciado e um vocalista de destaque ― Kotzen acabou ficando com esses dois últimos postos. Em algumas rodas musicais não é de bom tom ser um grande instrumentista ― a palavra "virtuose", então, causa calafrios. Mas Kotzen não está nem aí e despeja toneladas de notas, com fraseados fluídos. E sem pisar no freio. Há ainda espaço para a ótima instrumental "Satellite", com belos acordes e gosto fusion. Para quem gosta de um rock mais tradicional, Go Faster vale ao menos uma ouvida.

Minhas músicas preferidas: "Go Faster", "Feed my head", "Fooled Again", "Can you fell it" e "Satellite".

***

Sebastian Bach ― Angel Down


Ouça um trecho de "Back in the saddle"

Sebastian Bach geralmente ganha referência como ex-Skid Row. Ultimamente como um porta voz informal sobre a situação de Chinese Democracy, do Guns N' Roses. Ou, ainda, é lembrado por sua participação no seriado Gilmore Girls. Às vezes dizem que é um gritador, pois estamos numa época em que cantores de rock ou parecem pedir licença para soltar a voz ou mantém um ar blasé para disfarçar sua falta de capacidade. Também não é levado muito a sério por seu som se aproximar do metal ― afinal, o que se pensa do estilo é um bando de cabeludos acéfalos que só grita e ouve música "pesada" e sem nexo. Obviamente não é isso, apesar de algumas pessoas abraçarem o rótulo com orgulho. O fato é que Bach é um grande vocalista e frontman, tem voz privilegiada e técnica ― sabe controlá-la ― e, como fica claro em Angel Down, sabe variar sua voz, ora gritando e sendo comedido (faixa-título, "You don't understand", "Negative Light"), ora privilegiando a leveza (a balada excessivamente adocicada, para não escrever brega, "By your side"). Angel Down não é brilhante, mas é um bom disco. Os destaques, como não podiam deixar de ser, são as músicas com participação de Axl Rose ― em um gravação oficial desde "Oh my God", do GN'R, de 1999. Na arrasa-quarteirão "(Love Is) A bitchslap" Axl fica em segundo plano, deixa Bach brilhar e dá contornos ao refrão; em "Back in the saddle", do Aerosmith, num bom "duelo" com Bach, mostra como se canta um rock. Já em "Stuck Inside" Axl compôs e canta a parte final, num outro bom duo com Bach. Quando este está só também vai muito bem, obrigado. De certa forma este disco se assemelha a Era Vulgaris do Queens Of The Stone Age, numa versão metal: sem grandes pretensões, simples e direto. E bom.

Minhas músicas preferidas: "Negative Light", "Angel Down", "Back in the saddle" e "(Love is) A bitchslap".

***

Steve Vai ― Sound Theories Vol. I & II


Ouça um trecho de "Gentle Ways"

Steve Vai foi um dos "heróis" da minha adolescência. Com o tempo, vamos apurando o senso crítico e nos aproximando da iconoclastia (ou pelo menos deveríamos). Hoje não o vejo como aquele gênio de outrora, mas não deixo de admirar boa parte de suas músicas e de seu tocar particular, com momentos brilhantes. Tem um estilo muito expressivo ― ele fala, chora, grita com a guitarra. Há quem seja mais rápido, mais técnico, mais criativo, mais arrojado, de melhor fraseado. Mas é difícil no rock quem fale por meio dela como Vai. Ele é um músico de excessos. Em certos momentos passa do bom gosto para o brega tanto em suas roupas e atuações quanto nas músicas. Talvez por ter surgido nos anos 80 e tocado com ícones de um rock mais pomposo ― como David Lee Roth e Whitesnake ― tem um lado "farofa" que às vezes extrapola. Mas faz parte de sua personalidade ― é um showman. Em Sound Theories, Vai se une a uma orquestra. No vol. 1, sua guitarra se faz presente; no 2, se ausenta. Todos os arranjos, de ambos os discos, são do guitarrista, auxiliado por Tom Trapp (eventualmente por Chris Opperman ou Bonie Janofsky). Quando está no palco, os destaques vão para "Kill the guy with the ball", esmagadora com a percussão e a formação de metais; "The God Eaters", com o destaque que merece como faixa independente (não apenas apêndice de "Kill the guy..."); "Gentle Ways", balada simples, mas bonita; "Salamanders in the sun", com contornos acentuados, mais colorida nessa versão; "I'm becoming", na qual a guitarra brilha sozinha, expressiva e, claro, a clássica "For the love of God", ainda mais grandiosa. No vol. 2, sem a guitarra de Vai, o destaque são as duas partes de "Frangelica".

Minhas músicas preferidas: "Kill the guy with the ball", "The God Eaters", "Gentle Ways", "Answers" e "Salamanders in the sun".


Rafael Fernandes
São Paulo, 21/5/2008

Quem leu este, também leu esse(s):
01. Filmes de guerra, de outro jeito de Ana Elisa Ribeiro
02. Ler, investir, gestar de Ana Elisa Ribeiro
03. A Delicadeza dos Hipopótamos, de Daniel Lopes de Jardel Dias Cavalcanti
04. Zizitinho Foi Para o Céu de Marilia Mota Silva
05. Previsões de Marta Barcellos


Mais Rafael Fernandes
Mais Acessadas de Rafael Fernandes em 2008
01. High School Musical e os tweens - 9/1/2008
02. Violões do Brasil - 13/8/2008
03. Tritone: 10 anos de um marco da guitarra rock - 10/9/2008
04. Videogame também é cultura - 10/12/2008
05. Blog precisa ser jornalismo? - 9/4/2008


* esta seção é livre, não refletindo necessariamente a opinião do site



Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Left Drowning
Jessica Park
Skyscape
(2013)



Ignez e Pedro - Capa Comum
Caio Ramacciotti
Geem
(2014)



Administração de Projetos - Como Transformar Idéias em Resultados
Antonio Cesar Amaru Maximiano
Atlas
(2002)



Livro Literatura Brasileira Cérbero, o Navio do Inferno Coleção Jabuti
Luiz Antonio Aguiar
Saraiva
(1998)



O Sermão do Monte 165
Djalma Motta Argollo
Distribuidora
(1993)



Livro Ensino de Idiomas Big English 4 Student's Book
Mario Herrera e Christopher Sol Cruz
Pearson
(2021)



Bernardo De Claraval
Daniel-Rops
Quadrante
(2013)



Batman Fortnite 6 de 6
Dc
Panini Comics
(2021)



As Sete Maravilhas Livro 2 - Perdidos na Babilônia
Peter Lerangis
Verus
(2014)



Em trânsito
Anna Seghers
Paz e Terra
(1987)





busca | avançada
70683 visitas/dia
2,0 milhão/mês