A TV é uma droga | Rafael Azevedo | Digestivo Cultural

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Sexta-feira, 23/11/2001
A TV é uma droga
Rafael Azevedo
+ de 9800 Acessos
+ 22 Comentário(s)

Sílvio Santos vem aí...
Com o sucesso da “Casa dos Artistas”, começa o alvoroço dos “intelectuais” brasileiros, que já se debruçam sobre o fenômeno de audiência, dissecando-o e tecendo suas conclusões. E é engraçado constatar que o tom é sempre o mesmo: encaram o programa como um fruto da falta de educação e cultura de nosso povo. Eis que exatamente aí que se enganam; esquecem-se de que a autoria do programa não é brasileira, e sim holandesa, e que o programa foi sucesso absoluto de audiência em todos os países por onde foi transmitido, o que inclui os EUA, Europa, Argentina e tantos outros países mundo afora. O fato de Sílvio Santos ter substituído, em seu plágio, anônimos por “artistas” não muda em nada, pois vários destes “artistas” não passavam de anônimos para o grande público antes que o programa começasse. Sou sempre o primeiro, depois de Diogo Mainardi, a criticar o Brasil, mas nesse caso é injusto utilizar este fato para fazê-lo. Se o programa peca por alguma coisa, é pelas péssimas qualidades de som e imagem, e por ser absolutamente tedioso para qualquer espectador com um mínimo de critério. Mas não é melhor nem pior que todo o resto do lixo transmitido pelos canais brasileiros, ou estrangeiros. That’s the point. Todas as TVs do mundo são terríveis, e os programas de maior audiência, sejam na Suécia, sejam na Holanda, Alemanha, Inglaterra, EUA ou Brasil, são lixo puro. A TV não é o veículo de comunicação mais indicado a quem deseja uma opção cultural de nível e qualidade, mas muitos ainda não enxergaram isso e insistem em esperar dela algo superior. É como ir ao McDonald’s e esperar comer côte d’agneau farcie à la provençale.

Cultura?
A TV Cultura resolveu nesta segunda-feira demitir a apresentadora Sonia Francine, a Soninha, num hediondo e fascista ato de intolerância, sem precedentes no meio televisivo brasileiro - apenas porque a mesma havia declarado a uma revista semanal que fumava ocasionalmente seu baseadinho. É mais uma prova de que nada, e especialmente um meio de comunicação, pode ser gerido satisfatoriamente pelo Estado. É pena que logo a Cultura tenha feito isso, logo ela que eu julgava ser uma das poucas TVs que tinha algo de relevante a mostrar para a sociedade, e a única a mostrar espetáculos de música clássica. (Claro que ela passa muita, mas muita besteira, como programas educativos de quinta categoria que exigem paciência de Jó do telespectador, e infantis que somente uma criança mongolóide filha de pais autistas assistiria, como o ultra-hyped Castelo Rá-tim-bum).
Mas o que mais revolta na história, no entanto, mais que a atitude imbecil da empresa em si, foi a maneira como ela foi feita – a covarde decisão foi tomada apenas minutos antes do programa ir ao ar, e no lugar deste foi veiculada uma vinheta praticamente “esculhambando” a apresentadora, quase chamando-a de “criminosa”. Além disso, o motivo dado (a apresentadora estaria confessando a prática de atividades ilícitas, e isto não poderia ser vinculado à imagem do programa) foi de uma hipocrisia única, já que a apresentadora não fez a declaração durante o programa, não tendo portanto jamais o associado ao que disse. A caretice da sociedade brasileira, que se esconde travestida de liberalismos infantis como mulheres nuas no carnaval e piercings nos umbigos das filhinhas de papai mais uma vez mostra sua horripilante face... e, o que é pior, de onde é que vem o cheiro putrefato da repressão? De uma empresa pública, um órgão que exatamente por isso deveria dar o exemplo e demonstrar o respeito e o estímulo a uma sociedade pluralista e democrática, e não utilizar de táticas baixas como estas. Agora Soninha foi lançada aos cães; e os Afanázios Jazadjis e Datenas da vida não demorarão em dilacerar seu corpo, aplaudidos pelos “pais de família”, que seguram seus copinhos de whisky do alto de seus pedestais de moralidade, enquanto põem suas melhores caras-de-pau.

Legalizar ou aceitar?
A grande verdade é que apenas questão de tempo até que as chamadas “drogas leves”, como a maconha (ou até mesmo as outras, for that matter), sejam liberadas, ou “descriminalizadas”, ainda que com alguma espécie de controle do Estado. Parece-me uma tendência irrefreável da sociedade moderna, um óbvio ululante contra o qual apenas resquícios incompreensíveis de irracionalidade ainda possam se opor. É algo que deveria pelo menos ser discutido, e talvez esse caso da Soninha venha a calhar, apesar dos pesares, gerando reflexão sobre o assunto e colocando em pauta o assunto na sociedade. É de se pensar se valem a pena todos os esforços destacados para esta “guerra contra as drogas”, ou se não é um dinheiro que acaba sendo jogado fora, financiando ainda mais violência, mais mortes, e propiciando que pessoas com más intenções se aproveitem da falta de alternativa dos usuários misturando químicos que causam ainda mais problemas de saúde nos usuários que as próprias drogas - apenas para proibir e se tentar lutar contra algo que irá acontecer de qualquer maneira. É de se pensar se o governo não poderia se beneficiar do dinheiro recolhido em impostos no caso de uma eventual legalização, exatamente para tentar amenizar este problema das drogas, ao invés de gastar recursos prodigiosamente numa tentativa inútil de eliminar um mal inevitável. É de se pensar se vale a pena deixar que as forças policiais sejam corrompidas por propinas pelos traficantes, que nosso sistema judiciário, nossos deputados e senadores, se envolvam de tal maneira com o tráfico e o crime “organizado”, lavando e desperdiçando nosso dinheiro, e o que é pior, sob a máscara hipócrita e maniqueísta da luta do bem contra o mal? A melhor maneira de acabar com os traficantes e o mal que eles trazem consigo continua sendo retirar o mercado das mãos deles; e só há uma maneira de fazer isso.

Citar é preciso.
“Which is better: to have Fun with Fungi or to have Idiocy with Ideology, to have Wars because of Words, to have Tomorrow’s Misdeeds out of Yesterday’s Miscreeds?”
- Aldous Huxley




Rafael Azevedo
São Paulo, 23/11/2001

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01. Nine Inch Nails e The Slip de Rafael Fernandes


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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
22/11/2001
18h18min
A revista Época se aproveitou de maneira repulsiva da declaração da Soninha, espalhando outdoors com o rosto da apresentadora e a frase polêmica (ah, o sonho de todo jornalistinha brasileiro é pegar no gravador uma frase polêmica!) "Eu fumo maconha". E a TV Cultura agiu de forma previsível e não menos repulsiva, ao demitir Soninha. O caso Soninha é um claro retrato da hipocrisia e do mau caratismo que assola a maior parte dos meios de comunicação brasileiros.
[Leia outros Comentários de François Maltie]
23/11/2001
10h24min
Acho que o mérito que pode haver com a questâo da publicação da Revista Isto É é o de colocar em discussão o que se pretende em relação às drogas. De fato há muita hipocrisia nessa discussão. Droga por droga, Faustão, Gugu, Tchans e afins tem efeitos muito mais danosos sobre as pessoas. Quanto à postura da TV Cultura, não tive a oportunidade de ver a tal vinheta esculhambativa para avaliar o seu conteúdo, mas quanto à decisão de desligá-la, não podemos esquecer das obrigações dos dirigentes de uma TV pública de observar a legislação em vigor. Afinal, gostemos ou não, o uso de maconha continua sendo crime. A decisão de afastá-la da emissora, em si, não é absurda. Talvez, a forma como foi feita (que eu não tive oportunidade de conhecer)tenha excedido o razoável. A postura do cronista, no entanto, se revelou tão preconceituosa quanto a do veículo de comunicação que criticava. A frase "...exigem paciência de Jó do telespectador, e infantis que somente uma criança mongolóide filha de pais autistas assistiria, como o ultra-hyped Castelo Rá-tim-bum)" é extremamente preconceituosa. De qualquer forma, vale o debate.
[Leia outros Comentários de Almir Polycarpo]
23/11/2001
11h17min
Rafael, Só não concordo com um ponto : "É de se pensar se o governo não poderia se beneficiar do dinheiro recolhido em impostos no caso de uma eventual legalização" Chega de dar dinheiro pro governo!. Não dá pra comparar um burocrata com um traficante, mas os primeiros também são uma "droga" que suga nosso trabalho. O "crime" de se usar drogas não existe. Onde já se viu o criminoso e a vítima serem a mesma pessoa? Mas isso também é fruto de uma mentalidade onde o governo tem que cuidar de tudo e de todos. Esquerda e Direita unidas pra ferrar com todo mundo.
[Leia outros Comentários de José Roberto Barreto]
23/11/2001
11h42min
Não vejo nada demais em demitirem a Soninha, que diferença faz se a TV é pública ou não? no que diz respeito às decisões administrativas é como se fosse uma empresa privada, se fosse na Globo, o Roberto Marinho teria todo o direito de não querer alguém que assume um determinado comportamento em público seja que comportamento for, a presente demissão é um ato de intolerância mesmo mas uma empresa não é uma democracia, o dono deve decidir que tipo de pessoas trabalharão ali conforme a imagem que ele quer que a empresa tenha, além disto há comportamentos que são excludentes a certas profissões mesmo por exemplo um trapezista que vira alcoólatra, certamente a administração da TV Cultura viu essa excludência em alguém assumir fumar maconha e apresentar um programa de debates juvenis onde ela como mediadora deveria ter uma posição de neutralidade. Deve-se assinalar também a canalhice da revista em estampar a apresentadora na capa daquela forma, segundo ela, sem seu conhecimento, mas é um prazer ver justamente um jornalista ser vítima de tais práticas que se vê amiúde.
[Leia outros Comentários de Fred Neto]
23/11/2001
13h48min
Ninguem é obrigado a gostar de todos os programas (ainda mais com o lixo que se vê por aí), mas dizer que a Cultura exibe "...programas educativos de quinta categoria que exigem paciência de Jó do telespectador, e infantis que somente uma criança mongolóide filha de pais autistas assistiria, como o ultra-hyped Castelo Rá-tim-bum" é uma crítica no mínimo muito grosseira. Criança mongolóide, Rafael? Pega leve!!!! Você tem filhos por acaso?
[Leia outros Comentários de Andrea Bacellar]
27/11/2001
18h01min
Drogas, liberar ou aceitar? Na minha (modesta) opinião, nem um nem outro. Elas "não são boas para vc, logo são ruins, portanto, ilegais". Nenhuma das drogas existentes hoje, inclusive as legais, usadas da maneira que são, trazem benefício substancial se comparado com seus danos ao organismo, ainda que aplicações medicinais para a maconha, a coca (conhecida pelos habitantes dos Andes desde sempre), o LSD (sintetizado para combater a dependência da morfina), sejam conhecidas. Eu não sou contra o uso de drogas, assim como não sou contra o suicídio, nem contra ouvir Bruno&Marrone, nem contra o aborto. Acho que todos nós somos senhores de nossas vidas e quando Deus nos colocou na Terra nos dotou do melhor presente que poderia nos dar, o Livre Arbítrio, a capacidade de discernir entre o certo e o errado, o bom e o ruim, e o direito de optar por um deles. Sendo assim, não tenho como ser contra o uso de drogas, é uma opção pessoal e temos que aceitar. Sou sim contra à existência das drogas, à comercialização, à divulgação, tudo isso que ocorre no nosso dia a dia e que faz com que seus filhos conheçam e passem a usar drogas. As drogas não precisam existir, as pessoas não precisam saber que elas existem. Daí eu questiono a validade da declaração da Soninha e de tantos outros que volta e meia assumem ser usuários. Não faz sentido, isso não acrescenta nada na mentes dos "receptores passivos" que fazem uso da mídia, isso faz parecer que qualquer um pode usar drogas e ser tão culto, responsável e discreto quanto a Soninha, quanto o D2, entre outras personalidades, o que definitivamente não é verdade, basta procurar um entre os milhares de delinqüentes de todas as classes sociais que cometem crimes para "sustentar o vício". Existem pessoas que conseguem conviver com as drogas, assim como existem as que não conseguem. E essas últimas são as que justificam o banimento da droga na sociedade, sem demagogia ou "vista grossa", banimento total, tanto fisicamente como culturalmente, assim como o Hitler ou a Talidomida foram banidos, execrados e viraram sinônimo de coisas ruins, as drogas também devem ser, sem pessoas dizendo que usam e não faz mal. Apoio a postura da Cultura, notadamente contrária ao uso de drogas e que não pode ter um membro formador de opinião em seu meio com postura diferente do perfil da empresa. And "that's all, folks" Fernando Milton, 20 anos, técnico em Informática Industrial formado pelo CEFET-MG e graduando em Ciência da Computação na Universidade Federal de Viçosa
[Leia outros Comentários de Fernando M. Ferreira]
27/11/2001
19h35min
Meu caro Fernando: você é contra a liberdade. Tem índole autoritária. Quer proibir que as pessoas digam o que pensam (e o que fazem) e restringir o que elas podem consumir. Se assemelha, assim, a Lenin, Stalin, Hitler, Mao, bin Laden. Viva sua vida, meu caro! Ame sua família e seus amigos, estude e trabalhe pelo prazer do desenvolvimento pessoal e por um mundo melhor. Não fique metendo o bedelho na vida dos outros!
[Leia outros Comentários de François Maltie]
27/11/2001
20h39min
Caro Fernando, não fui convencidos por seus argumentos; então você proibiria as bebidas alcóolicas apenas pq alguns idiotas por aí podem tomar um porre e sair brigando, ou bater o carro? Não faz sentido, sinceramente, punir uma maioria responsável pelas irresponsabilidades de uma minoria imbecil. É medida exageradamente autoritária, e parece-me estar muito, mas muito longe de ser uma solução para o "problema" Pelo contrário, apenas contribui para agravá-lo.
[Leia outros Comentários de Rafael Azevedo]
28/11/2001
04h09min
Muita gente ja morreu por causa das drogas, continuam morrendo, perdem o emprego, "vendem a mae" para conseguir comprar a droga e como diz aquela musica "contemplam essa vida numa cela". Por outro lado, enquanto se proibe a maconha no Brasil, os medicos entopem as pessoas de drogas quimicas e por tras disso esta a mafia da industria farmaceutica e fazem pouco das donas de casa quanto estas dizem que tomaram o seu chazinho e sentiram melhor de suas dores, eles nao tem a capacidade de ir a fundo numa pesquisa seria para saber as propriedades quimicas das ervas medicinais brasileiras que os indios tanto conhecem, ervas essas que os cientistas estrangeiros que nao sao bobos nem nada, estao contrabandeando para seus paises. As propagandas de cigarro sao fascinantes, mostram esportes desconhecidos da massa, propaganda de cerveja e assim vai, mostrando pessoas bem sucedidas, rostos bonitos quando na vida real se le nas revistas e jornais a respeito dos inumeros artistas, atores que tem ou tiveram problemas com drogas e alcool. A droga pode ser comparada como uma faca de dois gumes. De um lado usa-se (ou poderia ser usada) na aplicacao medicinal; de outro fazendo multidoes de viciados originando a marginalidade, a prostituicao, o desemprego, a violencia enfim. Como se nao bastasse os adultos viciados, a droga agora invade as escolas no Brasil com o intuito de expandir os seus negocios usando as criancas e a impressao que temos e que nada tem sido feito de concreto para segurar mais essa violencia a crianca brasileira. Agora, a demissao da jornalista veio a levantar a questao sobre o uso da maconha, o melhor seria ficar de boca fechada mesmo, pois boca fechada nao entra mosca se e que ela e consciente dos problemas que pais e professores brasileiros tem enfrentado com o problema das drogas ("leve" ou nao como diz o Rafael). O Brasil esta muito violento para se fazer uma declaracao destas em publico. Ela falou e perdeu o emprego, coitada, mas fazer o que? democracia e isto, a liberdade de falar todos temos assim como o canal de Tv, que por sinal e do governo, tambem teve o direito de responder e alguem sempre ganha alguma coisa com isso: a revista que publicou a entrevista deve ter vendido que nem agua.
[Leia outros Comentários de Rosana]
28/11/2001
09h37min
"Eu não sou contra o uso de drogas, assim como não sou contra o suicídio, nem contra ouvir Bruno&Marrone, nem contra o aborto. Acho que todos nós somos senhores de nossas vidas e quando Deus nos colocou na Terra nos dotou do melhor presente que poderia nos dar, o Livre Arbítrio, a capacidade de discernir entre o certo e o errado, o bom e o ruim, e o direito de optar por um deles." Isso é livre arbítrio, a capacidade de conhecer o Bem e o Mal e escolher um desses caminhos. Caros François e Rafael, eu não sou contra a liberdade, tampouco contra o consumo de drogas. Durante toda a minha vida eu luto pelo direito das pessoas optarem pelo errado (ou pelo certo), fazendo uso do discernimento. Eu não sou autoritário, nem penso em "restringir o que elas (as pessoas) podem consumir". O que eu não concordo, não aceito e luto contra com todas as minhas forças é o fato das pessoas estarem sendo privadas do Livre Arbítrio, as pessoas (a maioria da população) se deixam levar pela opinião de uma ou outra personalidade mais influente, pessoas com acesso aos meios de comunicação e que conseguem fazer com que seu ponto de vista seja absorvido sem resistência, passivamente, e encarado como a Verdade Absoluta. Isso dá margem para uma ampla discussão sobre a mídia e os valores que ela nos traz, mas não é o ponto em questão. Se a Soninha, assim como qualquer outra personalidade me procurasse, procurasse meus familiares, meus amigos, e afirmasse "Eu fumo maconha", eu não veria problema nenhum e não deixaria de admirá-la, assim como eu ainda a admiro. Isso porque, quando dito pessoalmente, dá margem para reflexão, o que não acontece quando dito na mídia. Infelizmente, as pessoas não fazem uma reflexão mais profunda quando lêem ou escutam ou vêem algo nos meios de comunicação. Simplesmente aceitam. "A Soninha usa drogas e é uma pessoa tão boa ou até melhor do que eu. Porque não então usar drogas? Não vai fazer de mim uma pessoa pior, da mesma maneira que não fez à Soninha." Mas a droga faz mal sim, ela é o câncer social, o câncer sem cura, a grande epidemia da sociedade moderna. Proibir não seria a solução, assim como a Lei Seca americana não deu certo. Isso seria privar as pessoas do Livre Arbítrio, e isso nunca funcionará. Liberar tampouco. Caro Rafael, o governo brasileiro já errou assim, liberando uma droga para se beneficiar do alto volume de recursos que foi assim propiciado em forma de impostos, aceitando e incentivando a produção, comercialização e consumo do cigarro comum. Hoje, o ônus social que ele (o cigarro) traz fez com que o governo tomasse medidas para conter o consumo, senão banir completamente o cigarro do mercado, proibindo propagandas e alertando sobre o mal que ele traz. Ele (o governo) chegou a conclusão que os gastos com saúde pública foram superiores aos benefícios diretos e indiretos da indústria do tabaco. A solução é simples, é uma questão puramente cultural. Basta mostrar às pessoas o perigo que elas correm, basta mostrar que as drogas (usadas da maneira que são, pelo prazer e não pela saúde) fazem mal sim, prejudicam as pessoas sim, basta colocar na cabeça das pessoas que as drogas são tão ruins quanto o Hitler ou a Talidomida, que mata como eles mataram, que corrompe como eles corromperam, que mutila como eles mutilaram. E não dizer nas entrelinhas que "dá para usar sem prejudicar ninguém", o que é verdade, mas não para muitos. Fazendo isso, não será necessário proibir, as pessoas por si só vão evitar, se assim o decidirem porque é isso que significa o Livre Arbítrio, conhecer o certo e o errado e decidir livremente que caminho seguir.
[Leia outros Comentários de Fernando M. Ferreira]
28/11/2001
11h06min
Rosana, em nenhum momento nego o mal que a droga faz; apenas ressalto a hipocrisia que deixa que sejamos viciados em remédios, bebida e cigarros, e impede a quem queira de por exemplo fumar maconha, "droga" que notoriamente NÃO VICIA. Se algumas pessoas são irresponsáveis no uso de determinada substância, seja ela álcool, cocaína ou qualquer outra coisa, isso não deveria ser usado para punir quem consegue levar uma vida satisfatória utilizando ocasionalmente essas substâncias sem que elas prejudiquem sua vida. Fernando, você se diz a favor do Livre Arbítrio, mas quer proibir algo? Me ajude a entender este ponto de vista, pois parece que me falta aí alguma coerência. Você também diz que é contra as drogas serem proibidas, mas é contra a legalização. O que deve ser feito então? Criado um estágio intermediário, onde elas não são nem proibidas e nem legais? Continuo sem entender seu posicionamento.
[Leia outros Comentários de Rafael Azevedo]
28/11/2001
16h59min
Caro amigo e oponente ideológico Rafael, eu consigo entender o motivo pelo qual você continua "sem entender" meu posicionamento. Quando eu falo em Livre Arbítrio e quando eu digo que sou contra a liberação, eu estou tentando mostrar uma perspectiva a longo prazo do combate às drogas. Uma perspectiva na qual, mesmo sem a proibição legal, as pessoas se sentiriam proibidas de usar drogas simplesmente pelo fato que ela faz mal, assim como as pessoas se sentem proibidas de usar a temida Talidomida, ou de colocar fogo em índios, entre outras coisas. Não existe uma proibição de fato para isso, não há (imagino eu) uma lei que diga nesses termos que é proibido usar a Talidomida, mas o consenso geral, a população em massa sabe dos riscos que corre ao usar e simplesmente não usa. É uma perspectiva a longo prazo, quando o povo tiver evoluido o suficiente para entender questões como essa. É por isso que você não entende minha posição, assim como nós, o povo brasileiro, você quer uma solução imediata para a situação. E, de fato, essa solução não é liberar o porte de drogas, quaisquer que sejam elas. Apesar disso,o uso de drogas não é e nunca foi proibido no Brasil. As pessoas podem usar drogas livremente, e de fato muitos o fazem "ocasionalmente sem que elas prejudiquem sua vida". São pessoas como a Soninha, entre outras tantas, que não tem como se diferenciar da maioria da população. No aconchego de seus lares, na privacidade de seus aposentos, elas usam e não incomodam. Ninguém é preso por usar drogas, as pessoas são presas por produzir, comercializar e portar, de uma maneira geral. Infelizmente, na nossa cultura (universal, cultura humana) os justos devem pagar pelos pecadores e uma "minoria" de usuários, portadores de drogas que são, se tornaram um problema contundente em nossa sociedade, sem distinção entre usuários de drogas leves, drogas pesadas e drogas "legais". Essa "minoria" se faz ver no dia a dia, roubando nossas família, espancando nossas esposa e filhos, colocando em risco a vida de outras pessoas (apesar do direito que eles tem de colocar as próprias vidas em risco). Junto com o Livre Arbítrio, a dádiva que Deus nos deu de poder escolher entre o certo e o errado, vem a Responsabilidade, a obrigação que nós temos de arcar com as conseqüencias das nossas escolhas. E quando essas conseqüências interferem diretamente na vida de outras pessoas (e o uso de drogas por essa minoria o faz), a população tem o direito de se valer dos meios disponíveis para se proteger, e o meio de se fazer isso é por meio de leis e restrições. Sendo assim, caro Rafael, na minha humilde opinião, as drogas não deveriam ser nem proibidas nem legais. Elas simplesmente não deveriam existir e, já que existem, deveria haver um consenso universal , uma consciência coletiva dos males que ela traz e que por si só deveriam ser motivo mais do que suficiente para a população evitá-la, baní-la e execrá-la expontâneamente, um consenso semelhante ao que há contra a pedofilia, contra os campos de concentração nazistas, contra a Talidomida e contra a escravidão. Mas isso é utopia, é um sonho, e enquanto existirem pessoas que aceitam as drogas como um mal tolerável, ela prevalecerá.
[Leia outros Comentários de Fernando M. Ferreira]
28/11/2001
17h34min
Prezado Fernando, antes de tudo, obrigado por manter o nível na discussão! Esse assunto é notório por conseguir despertar sentimentos intolerantes nas pessoas, e confesso que esperava reações piores dos leitores. Quando você se diz a favor do Livre Arbítrio, mais ao mesmo tempo diz que "as drogas não deveriam ser proibidas nem legais. Elas simplesmente nÃo deveria existir", você está se contradizendo ainda mais, e acabo sendo ainda mais radical do que fosse se pura e simplesmente a favor de sua proibição. Pois ao desejar que ela nem existisse, você estaria desejando que milhares de pessoas pelo mundo afora ficassem sem algo que é um grande prazer em suas vidas, e que milhares de pessoas ficassem impossibilitadas de usar substâncias que, quando usadas corretamente e responsavelmente, podem até mesmo salvar vidas, tudo pelo mau uso que certos idiotas possam fazer dessas substâncias. Há um erro de alvo, em minha opinião; não seria talvez o caso de punir aquelas pessoas que fizerem o mau uso das drogas, com severidade redobrada, ao invés de punir justamente aqueles que a usam sem causar danos às outras pessoas? Manter as drogas fora da lei, apenas por que alguns não têm maturidade para usá-las é quase como proibir o uso de carros para diminuir o número de acidentes. Por quê você não é igualmente contra o uso de álcool, já que ele é responsável por ainda mais males na sociedade que todas as drogas somadas? No mais, acreditar que os criminosos que aterrorizam nossa sociedade sejam um mal gerado pelas drogas é ingenuidade demais; a culpa é da pessoa, e não de uma substância. Bandidos irão existir sempre, motivados por quaisquer substâncias e propósitos. Quantos bandidos não cometem seus crimes apenas com álcool na cabeça, em vez de alguma substância ilícita? Em contrapartida, quantas pessoas usam drogas mas não se envolvem com atividades criminais? A culpa é do indivíduo, foi uma decisão dele, e não da droga, assaltar ou matar. E é ele , somente ele, que deve pagar por seus atos. Quanto ao seu desejo de que as drogas sejam execradas da mesma maneira que campos de concentração, pedofilia e escravidão, trata-se, a meu ver de um ponto de vista carregado de preconceito e alguma dose de desconhecimento. Usar ou não uma droga é algo que, como você disse por várias vezes, só diz respeito ao usuário, não pode ser comparada em nenhuma maneira com esses atos de violência imperdoáveis que você citou. Há esse consenso sobre todas essas coisas, como sendo más, porque são efetivamente más, ou seja, só causam o mal. Não há bem na escravidão; ela acaba sendo perniciosa até mesmo para o patrão. Não há bem em campos de concentração. Já a droga tem o seu lado bom (ainda que muitos insistam em não vê-lo, e só apontem aos berros para o seu lado mau), que é satisfatoriamente aproveitado por muitos seres humanos perfeitamente honestos e idôneos - e que gostariam de ver removidos de suas pessoas o status de "foras-da-lei".
[Leia outros Comentários de Rafael Azevedo]
28/11/2001
18h40min
Já começo dizendo, sou ateu. Devido a minha opção religiosa( ou falta dela) sigo a simples lógica. As drogas causam males a todas as pessoas e não apenas aos usuários. E se a cocaína fosse liberada? Seria o caos. As pessoas drogadas perdem o senso de que "sua liberdade vai até onde a do outro começa", haveria mais assassinatos, roubos, acidentes de transito , domésticos e quaisquer tipo de "eventualidades" que acabem com a vida das pessoas. O Ser Humano é um ser racional mas se não for bem instruído ele rouba e mata achando a coisa mais natural e é por isso que as drogas devem ser banidas do mundo , os usuários tratados e os traficantes exterm...
[Leia outros Comentários de João P. Boaventura]
29/11/2001
18h34min
Estou um pouco cansado de ver minha posição sobre as drogas ser "interpretada" livremente, para não dizer "levemente distorcida", talvez devido ao tamanho dos textos. Por isso, vou esclarescer alguns pontos: 1) Como eu deixei bem claro em trechos como "Nenhuma das drogas existentes hoje, inclusive as legais, usadas da maneira que são, trazem benefício substancial se comparado com seus danos ao organismo ...", ou " ... portadores de drogas que são, se tornaram um problema contundente em nossa sociedade, sem distinção entre usuários de drogas leves, drogas pesadas e drogas 'legais' ", eu não faço distinção entre droga NENHUMA, nem mesmo álcool ou cigarro. Portanto, não a verdadeira a afirmativa que eu não sou "igualmente contra o uso de álcool, já que ele é responsável por ainda mais males na sociedade que todas as drogas somadas." 2) É um fato que algumas drogas tem usos benéficos. Se não me engano, citei o do LSD (combater o vício da morfina), da coca (conhecido pelos habitantes dos Andes). Por isso sempre deixei bem claro que o uso das drogas "da maneira como acontece hoje" é ruim. Isso é um fato, mesmo que não seja para todas as pessoas. Se todos pensassem como você, Rafael, ou como a Soninha, nem haveria motivos para proibição alguma. Eu sei disso, você sabe disso, todos sabem disso. Mas a droga, aliada a falta de cultura, responsabilidade e respeito pela vida é perigosa, e todos nós também sabemos disso. 3) Quando eu digo que as drogas "simplesmente não deveriam existir", eu não quis dizer que deveriam ser queimadas como os livros proibidos pela Inquisição. Nem que as pessoas deveria ser privadas à força "do grande prazer de suas vidas". O que eu proponho, em todos os texto, é uma mudança de mentalidade, uma conscientização gradual dos males que ela (a droga) traz e, em algum momento da história, ninguém mais a desejaria. Ponto final, ninguém mais a quer, perde-se o propósito da proibição. Ela não é proibida porque não é mais produzida porque não é mais consumida. Ninguém perde com isso porque foi uma escolha de todos, uma evolução da maneira de pensar. Foi o que aconteceu (eu acho) com a Talidomida. Ao saber dos males que ela traz, ninguém mais se propôs a usá-la. Ela deixou de ser produzida e, apesar de seu uso não ser proibido, ninguém mais a usa. Eu não tenho uma proposta para agora, não sei como lidar com a questão das drogas hoje. Proibindo se incentiva, liberando se agrava. Tudo o que eu tenho é uma solução a longo prazo, mas parece que você(s) se recusa(m) a entender. 4) Não há benefícios na escravidão? Não há benefícios para todos, mas uma boa parte daqueles que integram esse sistema (os não-escravos) são beneficiados. Por exemplo, o Império Romano cresceu e se desenvolveu baseado na escravidão, muitos se beneficiaram da mão de obra barata e descartável. O Brasil também cresceu muito devido ao trabalho desses mártires, assim como toda a América. Não sou a favor da escravidão, mas não posso deixar de reconhecer que muitos se beneficiaram. Mas isso não faz da escravidão uma coisa boa, ou aceitável. E quanto à pedofilia? Se um adulto de 50 anos e uma garotinha de 12 anos resolvem de comum acordo fazer sexo, isso, assim como o uso de drogas por pessoas como você ou a Soninha, não prejudica a ninguém (além deles mesmos, talvez). Isso não torna o senhor de 50 anos uma pessoa menos "honesta e idônea" no dia a dia. Mas isso ainda continua sendo pedofilia. E errado. E crime. Fazer analogia não pode ser usado de maneira nenhuma para justificar um raciocínio, eu sei disso, mas pense comigo. Seria certo liberar a pedofilia, simplesmente porque pode ser que crianças decidam fazer sexo com adultos, e isso não prejudique ninguém? Não, não seria, muitas pessoas poderiam se prejudicar e prejudicar aos outros, mesmo que muitas outras pessoas não o fizessem. É o grande dilema da humanidade, para nossa própria proteção, muitas vezes vocês, os "justos", devem pagar pelos pecadores. Meus textos já estão ocupando muito o espaço de vocês, então esse foi o último sobre esse assunto. Minhas idéias estão aí, cada um leia e tire suas próprias conclusões. Obrigado pela atenção, pelo debate e pelo espaço. Fernando Milton Magalhães Ferreira
[Leia outros Comentários de Fernando M. Ferreira]
29/11/2001
18h58min
Fernando, Conscientizar só do lado ruim das drogas? Se vai-se fazer uma campanha de esclarecimento, acho que seria honesto que se mostrasse também o lado bom, ou antes, as drogas por inteiro. Do contrário, não seria esclarecimento, seria uma campanha partidária. De acordo?
[Leia outros Comentários de Rafael Lima]
29/11/2001
20h18min
Fernando: Vamos lá; prometo encerrar a discussão depois desta mensagem (aliás, creio que ela já deveria ter sido encerrada há muito, ou talvez nem começado, mas tudo bem...) Respondendo seus pontos: 1) Você considera tudo igual, drogas, álcool e cigarros. Portanto, se é a favor da proibição das drogas "da maneira como acontece hoje", deve ser igualmente a favor da proibição do álcool e cigarro. Mas se você convive com outras pessoas, deve saber que isso é muito improvável, ou melhor, completamente impossível de ocorrer. Assim como acabar o consumo de drogas também é impossível; é uma utopia desvairada, as drogas sempre existiram e sempre existirão. Lutar contra elas é somente desperdício de dinheiro e vidas humanas. 2) "a droga, aliada a falta de cultura, responsabilidade e respeito pela vida é perigosa". TUDO, aliado à falta de cultura, responsabilidade e respeito pela vida é perigoso. Então devemos proibir tudo? Então, de agora em diante, ficaremos sentados dentro de casa, absolutamente imóveis... 3) Essa sua "soluçÃo a longo prazo" simplesmente nunca ocorrerá; as pessoas JAMAIS "mudarão sua mentalidade" e deixarão de fazer algo que lhes divirta e proporcione um prazer único em suas vidas, apenas porque outros seres humanos mais idiotas que eles teimam em fazer mau uso destas substâncias. Esta é a sua opinião, você vê nelas com certo exagero os males que ela faz; muitos vêem com igual exagero os bens que ela lhes proporciona - e só por existirem pessoas que pensam assim, discordando de você, ela jamais será espontaneamente repudiada como você tanto sonha. 4) Não me tome como um idiota, claro que eu sei que o Império Romano fruiu dos possíveis benefícios que a escravidão, assim como toda grande civilização na história do homem não teria existido sem a força motriz dos escravos. Acontece que eventualmente, todo sistema escravagista leva a um colapso, é inevitável, acaba-se chegando num ponto em que é mais vantajoso (ou seguro) para o que escraviza liberar seus escravos e aproveitá-los de outra maneira. Foi o que acabou ocorrendo, tanto com Roma como com o mundo em que vivemos hoje. Quanto à pedofilia, dificilmente há nela "comum acordo"; a criança de 12 anos raramente está capacitada a tomar decisões desta alçada, e é unicamente isso que caracteriza a pedofilia - o fato de uma das partes envolvidas na relação ser totalmente irresponsável por seus atos. Já quem é maior de idade e usa drogas pode muito bem responder pelos seus atos, e sabe muito bem o que está fazendo. Se "mijar fora do penico", que sofra as consequências. Discordo veementemente de você ainda quando você diz que os "justos" devem pagar pelos pecadores, "para nossa própria proteção"; isso é absurdo, e vai de encontro com qualquer noção básica de civilização e humanidade; jamais quem está certo deve pagar pelos erros de outros. Punamos quem merece ser punido. Este é um dos motivos pelo qual o homem começou a se agrupar, no começo de sua história, e formou o que nos acostumamos a chamar de sociedade - para que fosse estabelecida e cumprida uma série de regras determinando o que é certo e o que é errado, e que pudessem ser efetuadas punições aos que errassem, permitindo ao "justo" que vivesse sua vida sem ter de pagar pelos erros dos outros. Obrigado também pela atenção, e por manter o bom nível do debate. Rafael Azevedo.
[Leia outros Comentários de Rafael Azevedo]
30/11/2001
13h28min
Não quero aumentar a polêmica, mas o Fernando está errado, ou desinformado. A talidomida continua sendo vendida, sob rígido controle, e é poderosa aliada no combate às dores dos pacientes de câncer, hanseníase e outras doenças. Como tudo o mais, possui seu lado bom. (bom e mau, invenções humanas...) Assim como a Casa de Horrores, ou melhor, dos Artistas (?), que me permite boas gargalhadas junto de minhas filhas adolescentes, o que dá espaço para conversas interessantíssimas, e para que elas assistam, comigo, também os "meus" programas. Não é ótimo? Pois é. Quanto à ilegalidade "cometida" pela Soninha, da qual sou fã desde a MTV, quero deixar umas perguntas para alguém responder, se for possível. Essas perguntas demonstram meu estranhamento diante do caso: aborto não é ilegal? Então, porque dona Hebe e similares não foram igualmente punidas quando declararam em revistas que "Eu fiz aborto"? Cocaína não é ilegal? Então, porque o seu Roberto Marinho não demitiu dona Vera Fischer e o sr. Maurício Mattar quando eles informaram à imprensa que lutam contra o vício? Ser viciado não é crime, mas fumar unzinho de vez em quando, sem incomodar ninguém, é? Desculpem minha ignorância, eu só quero entender...
[Leia outros Comentários de Sonia Pereira]
30/11/2001
15h17min
As grandes emissoras SOMENTE pensam na audiência, por isso que a Hebe, a Vera Fisher e o Maurício Mattar não foram mandandos embora. O fato é que na Rede Minas tem gente com senso pra pensar, "Nossa, que péssimo exemplo para as novas gerações!". Vocês estão banalizando o DIGA NÃO ÀS DROGAS que deveria estar no pensamento de todos.
[Leia outros Comentários de João P. Boaventura]
30/11/2001
18h25min
No pensamento de todos?! Pera lá, de todos quem? Este slogan é autoritário, irracional, e se assemelha ao pensamento unilateral dos fascistas hipócritas e canalhas de outrora; revela desmedido egocentrismo, na medida em que quem a profere acredita que opiniões pessoais, retrógradas e preconceituosas estejam acima dos direitos individuais de cada ser humano fazer o que bem entender com seu próprio corpo. Com que direito você acha que pode determinar às pessoas do que elas devem e do que não devem gostar? Cada um que cuide de sua própria vida, e viva-a da maneira em que achar melhor!
[Leia outros Comentários de Rafael Azevedo]
3/12/2001
08h18min
Caro Rafael, quanto ao "Viver e deixar viver" eu disse algo bem parecido no meu primeiro comentário: "A Liberdade de um vai até a onde a do outro começa". O fato é que uma pessoa drogada perde todos os princípios e acaba por ultrapassar os limites... PS.: facismo, egocentrismo, retrógradas???? HA...HA...HA
[Leia outros Comentários de João P. Boaventura]
3/12/2001
10h37min
Perdeu-se o foco, discussão encerrada, suponho. E a Soninha está na ESPN, para quem quiser ouvir seus comentários (quase sempre muito bons) sobre esportes. Pena que não está mais à frente do RG, na Cultura. Era um bom programa, com uma boa apresentadora. E isso é que perdemos. Sonia Pereira
[Leia outros Comentários de Sonia Pereira]
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