Perry Rhodan - 50 anos de aventuras espaciais | Gian Danton | Digestivo Cultural

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Segunda-feira, 19/9/2011
Perry Rhodan - 50 anos de aventuras espaciais
Gian Danton
+ de 5500 Acessos

A maior série de ficção científica do mundo está completando 50 anos este mês. Trata-se de Perry Rhodan, uma space opera alemã que vem sendo publicada ininterruptamente desde 1961. No mundo todo já foram publicados mais de um bilhão de livros nas mais diversas línguas e há fã-clube espalhados por vários países, inclusive em alguns em que o personagem não é mais publicado. É um fenômeno poucas vezes observado na história da literatura de gênero.

Perry Rhodan surgiu como uma reação à dominação norte-americana no campo da FC. No final da década de 1950, esse mercado era totalmente dominado por material vindo dos EUA e os alemães só conseguiam publicar sob pseudônimo. Foi quando dois autores, Karl-Herbert Scheer e Walter Ernsting (também conhecido pelo pseudônimo de Clark Darlton) apresentaram o projeto de um herói audaz à editora alemã Moewig, que topou publicar depois de algumas alterações. Para fazer a capa foi chamado Johnny Bruck, um dos mais famosos ilustradores alemães de ficção-científica. À equipe criativa juntaram-se mais dois escritores, Klaus Mahn (Kurt Mahr) e Winfried Scholz (que assinava W.W. Shols). Scher escreveu a sinopse dos 10 primeiros volumes e começaram a produzir.

Para dar ideia de que a série era importada, o personagem principal era o astronauta americano Perry Rhodan. Em viagem à Lua, encontra uma nave de uma civilização super-desenvolvida, mas decadente, os arcônidas, e seus dois ocupantes. Voltando à Terra, ele usa a tecnologia alienígena para impedir uma guerra nuclear e funda a Terceira Potência, unindo a humanidade em torno de um ideal: a conquista do espaço.

Os autores acharam que a série ia fazer, no máximo, um sucesso relativo, e planejaram apenas 30 números. Mas Perry Rhodan vendeu tanto que os primeiros números foram rapidamente republicados e a série foi exportada outros países, inclusive no Brasil. Logo a quantidade de livros publicados era tão grande que ficou difícil explicar como uma pessoa normal vivia tantas aventuras. A solução foi tornar o protagonista praticamente imortal graças a um ativador celular (atualmente Perry Rhodan tem mais de 3 mil anos) e encher a trama de personagens secundários, muitos dos quais vivem aventuras solo.

Para conseguir contar uma trama tão complexa e cheia de detalhes e personagens secundários, que abarca centenas de anos na história da humanidade, os autores desde o primeiro número fazem um planejamento detalhado. Um dos autores é nomeado líder e escreve um resumo de cada volume semanal por todo um ciclo (que pode durar 50 ou 100 livros). Esse resumo deverá ser seguido à risca pelo autor do volume. Assim, se uma nave parte com uma determinada tripulação em um volume, ela deverá ter a mesma tripulação no volume seguinte. Os livros também são revisados para encontrar incoerências.

Muitos dos principais conceitos da FC e dos quadrinhos foram antecipados pela série. Os mutantes, por exemplo, já exibiam seus poderes em Perry Rhodan anos antes do surgimento dos X-men. Outra antecipação são os pós-bis, uma raça de robôs que pretendem destruir toda forma de vida orgânica, conceito muito semelhante aos borgs, vilões que surgiriam na série Jornada nas estrelas - nova geração, décadas depois.

Apesar da enorme quantidade de livros publicados e de alguns escorregões, na média, os autores nunca deixaram cair a qualidade da série e houve momentos em que os livros chegavam a uma qualidade insuspeita para esse tipo de publicação.

Exemplo disso é o número 50, O Pseudo, escrito por Clark Darlton. O livro é uma adaptação da peça O Inspetor Geral, do dramaturgo russo Nicolai Gógol. Gógol escreveu sua peça como uma crítica ao autoritarismo e à corrupção do Estado Czarista. Darlton atualizou a discussão, transpondo-a para um cenário futurista.

Pelo menos um dos escritores é considerado um mestre da FC do porte de Isaac Assimov e Ray Bradbury: Willian Voltz. Dono de um estilo poético que lembra Bradbury, Voltz colocou humanismo e filosofia na série. O estilo Voltz ficou muito bem claro desde os primeiros livros desse autor na série. No volume 99, a história era pueril e maniqueísta: um dos arcônidas encontrados por Perry Rhodan na lua, Crest, vai para um planeta longínquo para passar os seus últimos dias, mas recebe a visita inconveniente de seres extraterrestres que querem se apoderar de sua nave, o ápice da tecnologia terrestre até então. Voltz transformou essa sinopse numa parábola sobre a amizade e a lealdade, recheada de poesia.

Na fase em que liderou os escritores, a humanidade passou a questionar seu papel no universo, percebendo que a evolução espiritual era tão importante quanto a material. As histórias passaram a ser mais filosóficas e contemplativas, fugindo do militarismo da fase anterior.

Os personagens, mesmo os vilões, começaram a questionar sua própria existência, fugindo do maniqueísmo. Nessa nova fase, mesmo os mais ferozes inimigos tinham motivos que justificavam sua suposta maldade.

No Brasil a série foi publicada pela editora Tecnoprint S.A. a partir de 1975 e durou até o número 536. No início as histórias eram publicadas em formato livro de bolso pequeno, com borda branca. Posteriormente, o formato aumentou, com livros compridos e estreitos e a borda ficou preta. No início da década de oitenta, amparada por propagandas de TV, a série ganhou popularidade e as edições passaram a ser semanais.

No início da década de 1990, a era Collor provocou uma crise sem precedentes no mercado editorial e o personagem não resistiu, deixando de ser publicado no número 536.

Apesar de não ser mais publicada, a série continuou aglutinando fãs que se reuniam em torno de fanzines e tentavam articular a volta do personagem. Como o surgimento da internet, essa articulação foi para as redes sociais. Surgiu o Perry Rhodan Fã Clube do Brasil (PRFCB) e o fã-clube começou a negociar com grande editoras, ao mesmo tempo que organizava uma lista de possíveis assinantes. Embora essa lista aumentasse cada vez mais, nenhuma editora parecia se interessar.

A solução surgiu de um fã, Rodrigo de Lelis, dono de uma pequena empresa de informática, a SSPG, voltada para a documentação eletrônica e editoração de publicações, que passou a publicar a série em volumes que incluíam duas histórias e vendidas através de assinaturas.

Infelizmente a nova editora parou a publicação, mas continua vendendo os exemplares avulsos através do site do personagem.

Com as comemorações dos 50 anos da série e a notícia de que a série passará por um reboot na Alemanha, com os primeiros números sendo rescritos, os fãs brasileiros estão empolgados com a possibilidade da volta da publicação. Seria uma pena que essa série fosse esquecida justamente quando completa meio século de existência.


Gian Danton
Macapá, 19/9/2011

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