1000 Notas | Digestivo Cultural

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Segunda-feira, 8/8/2005
1000 Notas
Julio Daio Borges
+ de 3700 Acessos

Num sábado de sol, à beira da piscina, comemorando as 1000 Notas publicadas no Digestivo Cultural, o Editor do site concordou em responder a algumas perguntas da nossa reportagem...

Não acredito que você vai apelar, de novo, para o golpe da “auto-entrevista”?
Da outra vez funcionou, as pessoas gostaram, riram... Eu, como qualquer artista, sou sensível aos anseios do público.

“Artista”? “Público”? Bem, deixa pra lá... Qual é a sensação de ter produzido 1000 notas em mais de 200 Digestivos?
Não tem uma sensação específica. (Vocês, repórteres, sempre com essas perguntas tão batidas...) Você vai escrevendo e, de repente, chega no número 1000. Não tem nenhuma preparação; não tem nenhum rito. Você acredita que eu quase me esqueci?

Mas alguma coisa deve haver... você estava escrevendo 10, depois 100, depois 1000... alguma coisa muda, ou não?
Está bem; as Notas cresceram... No começo, eram quase frases soltas. Nos primeiros Digestivos, eu vivia de produzir aforismos sobre o que acontecia sobre o que me cercava, sobre o que eu via... Depois se tornou algo mais profissional, mais rigoroso.

Explique melhor...
Ah, começa quase como uma brincadeira: você vai escrevendo por diversão, depois vira trabalho. É sempre assim com os formatos “não-fixos” que depois, com a prática, viram “fixos” e exigem que você se adéqüe a certos limites (esse “adéqüe” está estranho mas estava no Houaiss).

Ainda está obscuro pra mim...
Vamos dizer que no início você se diverte, depois, se faz sucesso, você tem um compromisso, você tem de responder por aquilo, tem de dar continuidade...

Exemplifique...
Você, por exemplo, com essas suas “auto-entrevistas”: é divertido, agora que você não tem obrigação, escreve quase que por inspiração só... Digamos que amanhã as pessoas exijam que você produza uma série de auto-entrevistas: você tem um compromisso, a coisa muda de figura.

Houve momentos em que você pensou em parar?
Houve vários momentos. Quando eu escrevia todos os dias – foi um exercício –, era muito mais custoso... Na verdade, escrever todos os dias é uma maravilha; publicar todos os dias é que é o diabo.

Por quê? Qual a diferença? Não entendo bem...
É o seguinte: escrever todo dia é como escrever um diário: ninguém vai ler, você não tem compromisso, você escreve pra você... Já publicar todo dia é um compromisso mesmo que você não queira. É um compromisso com o seu público, por menor que ele seja... E essa pressão existe; não adianta negar. É mais uma pressão interna do que externa, mas ela está ali. Eu até acho que escrever todos os dias seja algo natural e que publicar todos os dias seja antinatural.

E os Leitores, o que eles pensam?
Bem, isso você tem de perguntar a eles... Eu acho difícil alguém que tenha acompanhado todos os Digestivos desde o início. Eu sei de uma meia dúzia de pessoas... Acho que entenderam as mudanças. Prestaram atenção. No fundo, eu tenho sorte de ter Leitores prestando atenção...

Tem gente que reclama das mudanças?
Em geral, não. Eu entrego um bom produto. Eu sou um bom prestador de serviço.

Lembra de alguma passagem engraçada em todos estes anos?
Lembro de várias... As pessoas se sacudiam mais quando eu falava de política. Uma vez a Zélia Duncan veio reclamar que eu falei mal da Marta Suplicy (hoje, ela ia me dar razão...). Depois, alguém veio dizer que havia algo de “pessoal” quando critiquei o Caetano Veloso (como vai haver algo assim se eu nem o conheço?). As pessoas, em geral, não gostam quando você destrói seus ídolos de barro... Aconteceu o mesmo no caso do Chico Buarque com a moça no mar.

E os feedbacks positivos?
Teve alguns importantes. Um da Andréa, por exemplo, quando ela era apenas uma ávida Leitora do Digestivo Cultural (e eu nem a conhecia)... Ela disse que eu havia mudado a maneira de ela ver o mundo, que eu havia ensinado ela a sempre desconfiar, que eu – de certa forma, não reparem na metáfora agora – havia provado o quão importante era “não baixar a guarda”, não deixar o senso crítico ir embora... Foi recompensador. Eu senti uma certa compreensão...

Existe alguma coisa que você gostaria de mudar?
Não sei; eu penso às vezes... Quando você escreve muito tempo, de repente, olha e acha que está perdendo a espontaneidade. Acontece com qualquer trabalho. Você pára e observa: the thrill is gone... (Eu usei essa frase já, outro dia, mas não tenho outra.)

O que você mudaria então?
Eu tenho pensado em inverter o processo mais uma vez: em seguir menos as assessorias e os compromissos jornalísticos e escrever mais sobre o que me dá na telha. No início, eu não recebia material e escrevia sobre o que me dava na veneta. Hoje recebo praticamente tudo mas tenho quase o “compromisso” de escrever. Queria voltar pro começo outra vez – e escrever com pautas totalmente livres.

Te deu um bode do mainstream media?
Me deu. E eu acho que vai ser cada vez menos importante falar do blockbuster da semana, do best-seller do mês, do último lançamento da major... Não vai haver mais novidade nisso e nós vamos nos voltar ao homemade: aos podcasts, aos blogs...

É mesmo?
É mesmo. É desses lugares que vão sair as novidades. É nesses lugares que a inteligência está pulsando hoje... Ou você acha que é no horário nobre, no jornalão de domingo, na fila do multiplex?

Pra terminar então, o que você pretende fazer com essas 1000 notas?
Eu pretendo reuni-las em livro. Mas precisaria reler e ver o que realmente vale a pena...

Algum projeto secreto para um próximo release?
O Podcast.


Julio Daio Borges
Segunda-feira, 8/8/2005

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