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Sexta-feira, 11/7/2008
Digestivo nº 372

Julio Daio Borges

>>> STACKOVERFLOW, BY JEFF & JOEL De repente, assim sem avisar, o podcast do Stackoverflow.com entrou nas IT Conversations. Para quem não entendeu ainda, basta dizer que dois programadores de longa data, de produtos Microsoft e seus derivados, decidiram se reunir, semanalmente, para conversar sobre o mundo do software. São eles, Joel Spolsky, sem querer um dos primeiros "blogueiros corporativos", em Nova York, e Jeff Atwood, autor do Coding Horror, em Berkeley, Califórnia. "Stack overflow", uma expressão comum entre programadores, é também o nome do projeto de internet que eles estão desenvolvendo em conjunto. Não sabem direito o que será, se um "perguntas & respostas" sobre programação, se uma comunidade diferenciada para desenvolvedores, se uma Wikipedia especializada em computação... — mas essa é, justamente, a graça da coisa. Eles discutem o futuro do próprio Stackoverflow no podcast semanal — claro, com a participação dos leitores, ou ouvintes, que enviam áudios do mundo todo. Não teria, obviamente, graça se eles fossem apenas dois nerds perdidos na blogosfera, ou dois geeks sem imaginação — mas Jeff e Joel, como são chamados, têm opiniões afiadas sobre o establishment computacional. Corajosamente, criticam até os "top bloggers", como Robert Scoble (pela sua ânsia por popularidade, mais recentemente no Twitter) e Michael Arrington (a ex-unanimidade; classificando o TechCrunch como "VC pornography"). Embora veteranos de guerra (desde o Windows 3.x), e pelo fato do Stackoverflow.com ser um projeto embrionário, criaram uma atmosfera meio idealista, no podcast, e se alimentam naturalmente dela. E, porque o Stackoverflow promete ser seu grande empreendimento na internet, enxergam longe e apontam o dedo para os defeitos dos gigantes, querendo ser, evidentemente, diferentes deles. Talvez o Stackoverflow.com não dê em nada, talvez cresça mas nem tanto — mas o espírito utópico, num início assim, é sempre fascinante. Por isso, vale a pena ouvir Jeff & Joel.
>>> Stackoverflow.com
 
>>> ZECA PAGODINHO ― SAMBA, ALEGRIA E AMIGOS Zeca Pagodinho, que era quase uma unanimidade no início dos anos 2000, andou meio queimado como pivô da briga entre marcas de cerveja e tentou refazer sua imagem do Acústico MTV em diante. Agora, recebe uma homenagem da revista Seleções, que lança a coletânea, em quatro CDs, Zeca Pagodinho — Samba, Alegria e Amigos. Coletâneas são, em geral, oportunistas, parciais, caça-níqueis em desacordo com os próprios artistas, mas, neste caso, Pagodinho foi abençoado. Provavelmente nada falta e pouca coisa sobra. No primeiro CD, Deixa a vida me levar, o de hits, estão: "Vai vadiar", a faixa título, "Faixa amarela", "Maneco Telecoteco", entre outras. Do segundo, Amigos de verdade, uma espécie de duets (à imagem de Sinatra, quem diria), constam: "Bagaço da laranja", com Jovelina Pérola Negra, "Judia de mim", com Sandra de Sá, e "Com que roupa", com Caetano Veloso (que, claro, discursa). Descobri que te amo demais!, o terceiro, abre com "Iaiá", segue com "Vê se me erra", "Samba pras moças" e outras pérolas. Você sabe o que é caviar?, o derradeiro e mais diluído, engata com "Jura" e outros louvores mais heterodoxos a espécimes como "a sogra". Zeca Pagodinho não é nenhum crooner, mas teve mérito como intérprete, na seleção de repertório, e conseqüentemente de compositores, a ponto de manter viva a chama do samba. Se, depois, se embriagou com a fama, confundindo os rótulos das garrafas que tomava, deixou o legado dessa coletânea, que pode ser apreciado até por seus detratores. O samba teve filósofos como Noel Rosa, prodígios como o jovem Chico Buarque de Hollanda e poetas existencialistas como Vinícius de Moraes. Pagodinho, talvez não tão brilhante, soube conduzir esse estandarte, popularizando televisivamente a tradição, mas mantendo-a ainda interessante, perene, e brejeira. Uma mensagem que a coletânea da Seleções soube habilmente captar.
>>> Zeca Pagodinho ― Samba, Alegria e Amigos
 
>>> 3ª SELEÇÃO DO PROGRAMA DE DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL Mantendo uma tradição do Grupo Votorantim que remonta a 1918 (desde a sua fundação investindo no desenvolvimento social e cultural do País), o Programa de Democratização Cultural do Instituto chega à sua 3ª seleção pública de projetos (cujas inscrições já estão abertas). Com foco na população jovem, dos 15 aos 29 anos, o Programa, seguindo a Política de Investimento Social do Grupo, historicamente estrutura suas iniciativas nas áreas de educação, trabalho, cultura e esporte. A Votorantim, sabiamente, crê na importância da arte na formação humana e apóia, através do Programa, grupos, produtores e instituições, em todo o Brasil, com aquele "algo a mais": conteúdos atrativos e qualificados. Nesta terceira edição, serão 4 milhões de reais destinados a projetos obrigatoriamente registrados no Programa Nacional de Apoio à Cultura ou aprovados nas Leis Rouanet e do Audiovisual, com um limite de até R$ 600 mil por projeto, e cujas fases de realização ocorram entre janeiro e dezembro de 2009. "Planejamento, metodologias claras e uma estratégia fundamentada" são, igualmente, requisitos básicos na seleção, de acordo com o site do Programa de Democratização Cultural. Para que se tenha uma idéia, figuram, como "histórico", a ação educativa da 27ª Bienal de São Paulo, o Projeto Ensino em Cena, facilitador do acesso à chamada sétima arte, e o Dança em Trânsito, promovendo espetáculos em locais públicos como quadras e praças — entre muitos outros beneficiados. Já da seção "em andamento", constam os concertos em escolas da Orquestra de Câmara do Estado de Mato Grosso, a exposição multimídia Encontro Marcado com Fernando Sabino e a Cia. TeatroDança de Ivaldo Bertazzo — entre tantos outros. Como forma de estímulo, nesta 3ª seleção está disponível, ainda, um Manual de Apoio à Elaboração de Projetos de Democratização Cultural, incluindo versão em formato PDF e em vídeo.
>>> Programa de Democratização Cultural da Votorantim
 
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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