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Terça-feira, 31/10/2000
Digestivo nº 7

Julio Daio Borges

>>> MAS OLHA LÁ, HEIN? Mal assumiu o cargo de "prefeita eleita", Marta Suplicy já provocou paralisação na avenida Paulista, e prejuízos consideráveis, graças à manifestação da CUT, do sindicato dos bancários, e de outros agitadores, que, de repente, se sentiram mais à vontade para pleitear direitos inalienáveis de suas categorias (impedindo-as de trabalhar). A seguir cenas dos próximos capítulos. Na primeira entrevista extensiva pela qual passou, no roda-viva, Marta Suplicy se mostrou afiada em temas como dívida, desemprego, transporte, orçamento, sub-prefeituras, criança e cultura. Mostrou que tem um programa, mostrou que tem vontade de fazer, mostrou que vai se preparar. O problema é que nem sempre isso basta.
>>> http://www.tvcultura.com.br/
 
>>> THE RICHEST MAN IN THE WORLD FELL SILENT, AND BEGAN TO CRY A Wired, de novembro, publica um verdadeiro dossiê sobre a Microsoft e seu caso de antitruste. De autoria de John Heilemann, o texto varre todo o passo-a-passo da maior ação judicial jamais movida nos Estados Unidos, contra a maior empresa que o mundo já viu. A Microsoft. A mesma que vem assistindo a desvalorização progressiva de suas ações desde março, tendo acumulado 50% de perda, totalizando até o momento inimagináveis 200 bilhões de dólares. O homem que se considerava tão poderoso quanto o presidente dos Estados Unidos não acreditava que pudessem condená-lo por ter adicionado mais uma funcionalidade ao seu sistema operacional Windows: o navegador Internet Explorer. Acontece que, embora se fizesse de desentendido, o governo via nas suas intenções o sonho de controlar todo o comércio eletrônico que explodiu, explode e explodirá no globo. Um porta-voz da Microsoft afirma que a guerra ainda não terminou, e que será doce o sabor da vingança. Se o governo do país mais rico do mundo não pode contra o homem mais rico do mundo, quem pode então?
>>> http://www.wired.com/
 
>>> I'M JUST TRYING TO FIND A DECENT MELODY Depois de reinar nos anos 80 como a banda de rock preferida dentre os que não gostavam de rock, depois de liderar a vanguarda da música pop dos anos 90 com álbuns como Achtung Baby, Zooropa e Pop, o U2000 viu a fonte de sua inspiração secar, mas ainda assim lançou All that you can't leave behind. Muita gente se iludiu com a promessa de Beautiful Day, e agora vai ter de agüentar a frouxidão das dez demais faixas. Os músicos estão em greve, e o disco parece enceramento de contrato com grande gravadora. Larry Mullen se rende de vez aos seqüenciadores e aos loops. Adam Clayton acompanha o metrônomo (quando muito). The Edge desiste dos solos e dedilha qualquer obviedade. Bono Vox, em flagrante crise de meia idade, anuncia: "There's gonna be peace on earth". Hemingway, quando descobriu-se sem nenhuma idéia que valesse à pena, meteu uma bala na cabeça. Talvez fosse o caso de sugerir algo similar ao U2, mesmo sabendo que a sugestão tem um quê de anti-ecológica.
>>> http://www.u2.com/
 
>>> IDIOTAS EMPAPUÇADOS POR ÁLCOOL, DROGAS E PROPAGANDA Plínio Marcos inaugurou o teatro do palavrão, da escatologia e da sacanagem. E inaugurou também, de certa forma, todos os excessos e todas as derivações que daí brotaram, afugentando hordas de espectadores e platéias (nem sempre dispostos ao choque anafilático com a realidade). Ninguém nega a genialidade e o brilho do autor e da personagem Plínio Marcos, porém, é-nos também impossível negar os extremos de sexo, violência e embriaguez, cometidos em seu nome, por imitadores, seguidores e entusiastas. Muitos, inúmeros, os que hoje ainda fogem ao constrangimento, ao desnudamento, ao enfrentamento que é ir ao teatro, e assistir a uma peça dessas, uma peça desse tipo, uma peça feita para chocar. Os irmãos Mamberti, a família Mamberti, contudo, montaram O Homem do Caminho com muita dignidade. Representaram, com fidelidade e respeito, o cigano, o ladrão, o mambembe - o fora-da-lei que foi Plínio Marcos.
>>> TBC - Rua Major Diogo, 315 - Tel.: 3104-5523
 
>>> O CONSELHEIRO TAMBÉM COME (E BEBE) O Moinho de Pedra fica na Américo Brasiliense, próximo à estátua do Borba Gato. As garçonetes, cozinheiras, atendentes não são muito educadas, porém a comida é boa e natural ao mesmo tempo. Antes um restaurante que servia a seus clientes, o Moinho de Pedra resolveu optar pelo despojamento de quem põe os fregueses para fazer fila e carregar bandeja. Os cardápios são escassos, mas eles em geral servem pratos vegetarianos, com bastante criatividade em termos de saladas, grãos e massas. Há também sanduíches de pão integral, com queijo e outros ingredientes não-industrializados. Lá, o chocolate é cacau (misturado ao abacaxi, não tem esse gosto doce ao qual estamos acostumados). O ambiente tenta ser bucólico, com passarinhos cantando, e livros de vida saudável para quem quiser comprar.
>>> Moinho de Pedra - R. Américo Brasiliense, 946 - Tel.: 5181- 0581
 
>>> DIGA O SEU NOME E A CIDADE DE ONDE ESTÁ FALANDO
Evandro Affonso Ferreira, de Araxá: "Outro dia uma senhora entrou aqui e disse: 'Nossa, vocês têm uma biografia dele.' Ela estava apontando para o 'Ulisses', de James Joyce. A mulher achou que fosse um livro sobre o deputado Ulysses Guimarães."
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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