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Quarta-feira, 10/1/2001
Minha tarefa é escrever, e não ensinar

Julio Daio Borges




Digestivo nº 15 >>> Tônia Carrero, a atriz que é um milagre de conservação em formol, está no Jardim das Cerejeiras, de Tchekhov. Escoltada por Renato Borghi, astro que ofusca os demais, Beth Goulart, correta mas não brilhante, Abrahão Farc, em boas pontas, Dirce Migliaccio, em rasgos de ingenuidade encantatória, e Roger Avanzi, em decadência cheia de insights. Fora os novatos. A peça convence menos pelo impacto de conjunto do que pela soma de atuações individuais. Conta a história de uma casa, de um quarto, de um lugar, berço de uma família, manancial de recordações, prestes a se perder em dívidas num leilão. O retorno de cada membro, o reencontro, a reunião explode em cenas catárticas em que são evocados a herança comum, as promessas comuns, os arrependimentos comuns, as desavenças comuns. É tempo de revisão, de reavaliação, de reformulação. O teatro de Tchekhov se importa menos com o desfecho, e mais com o desenrolar da trama. É a agonia presente, mais que a futura ou a passada.
>>> http://www.jardimdascerejeiras.com.br/
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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