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Quarta-feira, 17/1/2001
Visione del silenzio, angolo vuoto

Julio Daio Borges




Digestivo nº 16 >>> É muito provável que os italianos tenham levado a sétima arte ao cume de sua expressividade no século XX. A Noite, de Michelangelo Antonioni, reestréia em cópia nova, e não nos deixa mentir. O diretor consegue transmitir sua mensagem brutal apenas pela economia extraordinária de sons e de palavras. A tensão, a aflição, a angústia, o vácuo exalam de um Marcello Mastroianni e de uma Jeanne Moreau, no resplandecer de sua beleza e graça. O enfado, o tédio, a esterilidade de um mundo próspero, farto, nababesco guiam as personagens para o prazer de quem testa sempre os seus limites, arriscando transformar a vida, de forma irrevogável. Nesse contexto, um casal que sepultou definitivamente o diálogo, parece indagar, através de seus excessos, até aonde vai o casamento, até que ponto resiste o amor, por que é que ainda vale à pena viver. Obviamente que ninguém tem essas respostas, o que se admira em Antonioni, no entanto, é a maneira como ele faz essas perguntas, n'A Noite.
>>> Cinesesc
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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