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Quarta-feira, 28/6/2006
Mon coeur s’ouvre a ta voix

Julio Daio Borges




Digestivo nº 285 >>> A ópera, que já foi um gênero tão acessível, hoje não parece easy listening para a maior parte das pessoas. (Muita gente é capaz de brigar pelo seu “direito” de ouvir axé, “sertanejo” e outras barbaridades.) A ópera, na verdade, nunca precisou ser salva. O que se pede, apenas, é que haja um “contingente mínimo” para a subsistência de um “mercado” e de profissionais ligados a ela. Uma maneira de se promover isso é através da execução de árias que possam despertar nos leigos algum desejo de se embrenhar no universo dos grandes compositores. Indiretamente (leia-se: não com essa intenção manifesta), foi o que o Mozarteum Brasileiro fez no segundo concerto da sua Temporada 2006. A Orquestra Filarmônica de Câmara de Freiburg, acompanhada pelo Coro Giuseppe Verdi, justamente executou trechos memoráveis de óperas como a Tosca (Puccini), O Barbeiro de Sevilha (Rossini), Carmen (Bizet) e Aida (Verdi). Nesses momentos, inclusive, percebe-se que o gênero ópera é mais notório do que se poderia, inicialmente, imaginar. Ou seja, muitos, efetivamente, gostam e nem sabem que gostam... Mesmo os trechos instrumentais, no País da palavra cantada, foram apreciados com reverência quando se passou pela abertura de Gilherme Tell, da mesma Carmen e por “Gloria all’Egitto”, a marcha triunfal, novamente, da Aida. Do coro se podia ter uma experiência impressionante dos poderes da orquestra, regida por Andreas Winnen; enquanto que, da platéia, e dos lugares mais acima situados, se podia ter a experiência plena das vozes de Tadeusz Szlenkier e Sibylle Kamphues, entre outros. Foi um grande espetáculo para crítica e público, a ponto de os próprios cantores, no intervalo entre uma ária e outra, se juntarem à platéia para aplaudir. A ópera, apesar de tudo, continua bem representada.
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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