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Segunda-feira, 24/3/2008
Boa Bistrô

Julio Daio Borges




Digestivo nº 360 >>> Num dia de trânsito irrespirável em São Paulo, uma ótima saída é o Boa Bistrô. Concebido, justamente, para servir de "refúgio ao caos urbano", o restaurante traz uma "lembrança da natureza" para a movimentada rua Padre João Manuel, quase esquina com a Lorena, no coração dos Jardins. Além da inspiração oriental — que é uma tendência de aproximação, até filosófica, no Ocidente —, o Boa aposta nas cores, desde as luminárias até os drinks criativos com frutas, as saladas decorativas e os pratos com sabores inusitados (fora as sobremesas hors-concours). Com concepção arquitetônica de Vinicius Andrade e Marcelo Morettin — responsáveis pelo restauro da Faculdade de Medicina da USP —, o restaurante recebe os clientes com uma estrutura externa tipo "estufa", emulando o que eles chamam de "clima de jardim urbano", e oferece, no andar de cima, uma sala quase íntima, para petits comités, pequenos happy hours e encontros românticos, com mesas baixas e pufes libaneses. Apesar de a cozinha contemporânea ter quase se "commoditizado" nos cardápios dos restaurantes em São Paulo, o Boa consegue impressionar ainda pelas idéias, não óbvias, desde o pão de milho e os patês no couvert até o mousse de chocolate, no final, com uma consistência própria e um sabor original. O cliente não sente, como é comum, que o malabarismo, na composição dos pratos, é bonito mas tem um ar "ensaiado"; nem se incomoda com os garçons, que invariavelmente, hoje, ou fazem pressão para acelerar o passo ou permanecem ausentes da mesa, quase inalcançáveis; por último, fica-se com a sensação, tempos depois, de ter ido a um lugar com assinatura própria, o que pode ser considerada a grande pretensão dos restaurateurs, nesta metrópole invadida por novas casas toda semana.
>>> Boa Bistrô
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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