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Segunda-feira, 12/5/2008
Bamberger Symphoniker, com Jonathan Nott

Julio Daio Borges




Digestivo nº 367 >>> E a Orquestra Sinfônica de Bamberger inaugurou a Temporada 2008 do Mozarteum Brasileiro. Regida por Jonathan Nott — do qual os brasileiros se lembram de 2005 e 2003 —, teve, ainda, a presença ilustre do barítono Matthias Goerne, na primeira parte do concerto. Cantando as canções de A Trompa Mágica do Menino, de Mahler, Goerne encheu a Sala São Paulo de espanto, nas duas noites, com sua voz possante e suas interpretações contundentes e, ao mesmo tempo, engraçadas para um homenzarrão da sua estatura. No final, conquistou a simpatia do público, que bateu palmas insistentes depois da performance, mesmo o número tendo sido um pouco longo para a abertura e a falta de texto no programa ter deixado muitos ouvintes deslocados, entre uma passagem e outra. Mas a apoteose veio, inequívoca, na segunda parte. No primeiro dia talvez pelas sinfonias de Brahms (sem a invocação das palavras, depois da Nona de Beethoven) serem aparentemente mais acessíveis do que o alemão de Mahler. Nott, desde o primeiro movimento da Segunda de Brahms, deu ênfase às cordas. No segundo movimento, foi levando, como em ondas, a ênfase também para as madeiras e os sopros. No terceiro, introduziu meneios de cabeça, como que anunciando a apoteose final. E, no quarto movimento, seguiu musculosamente, num crescendo, colocando a Sala abaixo, como poucas vezes antes. Afinal, não é comum assistir a um maestro que dá tudo de si no término do programa, exigindo da orquestra a mesma disposição... Jonathan Nott fez jus ao convite e será, novamente, bem-vindo nas próximas temporadas, com a Bamberger. É candidato a um dos pontos altos de 2008 que tem, entre outros grandes ainda, o schubertiano Leif Ove Andsnes.
>>> Mozarteum Brasileiro
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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