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Segunda-feira, 16/6/2008
Sexteto da Filarmônica de Berlim, no Teatro Alfa

Julio Daio Borges




Digestivo nº 369 >>> Há aproximadamente um mês o Berlin Philharmonic Sextet conquistou a platéia do Teatro Alfa, em São Paulo, com sua graça, sua versatilidade e sua eficiência, pela Temporada 2008 do Mozarteum Brasileiro. Depois de abrir com o Capriccio op. 85, de Richard Strauss, que passa de uma suavidade para uma profundidade, para uma polifonia cheia de esperança, o Sexteto encontrou, logo, o ponto alto do programa, com Johannes Brahms. O Sexteto nš 2, em sol maior, op. 36, além do segundo movimento conhecido ("Scherzo: Allegro non troppo", lembrando o Quinteto para Clarineta), concentra, como nas grandes peças, o brilho do compositor. Partindo de um "Allegro non troppo" com laivos de Beethoven (a exemplo da Primeira Sinfonia, de Brahms) — com muitos zumbidos, fugas e vôos —, o consagrado segundo movimento fez a ponte para um terceiro ("Poco Adagio") meditativo, com dedilhados chamativos ao piano, mas também tempestuoso, com um desfecho em uníssono, concluindo com um quarto ("Poco Allegro") acelerado, ondulado, consoante, encerrando a obra com um final de muita conciliação. Já o Sexteto op. 70, Souvenir de Florença, de Piotr Ilich Tchaikovski, tirou a platéia da tranqüilidade, com tintas fortes logo no primeiro movimento, rico em sons estridentes, passando à grandiloqüência no segundo, em dedilhados valseados, caminhando grave, contraditório no início do terceiro, misturando lirismo com força, coroando excelência, para acabar com um quarto movimento dançante, num crescendo, para morrer em fúria. A aparente leveza de gestos e simpatia inicial do Sexteto da Filarmônica de Berlim não indicava a montanha-russa de sentimentos que estava por vir. Que a Temporada 2008 continue surpreendente assim.
>>> Berlin Philharmonic Sextet
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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