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Quarta-feira, 10/12/2008
Os Axiomas de Zurique, de Max Gunther

Julio Daio Borges




Digestivo nº 393 >>> Best-seller no Brasil desde antes da debacle dos mercados, Os Axiomas de Zurique é um manual bem-humorado para todo e qualquer tempo, afinal foi escrito depois da crise dos 80 e publicado originalmente em 1985. Por mais que investimentos em ações estejam meio fora de moda — com as bolsas desabando dia sim, dia sim —, os Axiomas têm uma aplicação também no reino das finanças pessoais e, como todo arrasa-quarteirão de livraria, embute ainda conselhos de vida. Max Gunther, descendente de um dos formuladores dos Axiomas, parte do princípio que, de dinheiro, os suíços devem entender, pois seu país não é pródigo em riquezas naturais, não se destaca por nenhuma invenção ou especial aptidão, mas abriga bancos de reputação internacional e fortunas de monta. Os Axiomas são sucintos e, apesar das explicações de Gunther, podem ser resumidos assim... Risco, como stress, faz parte da vida — e investir é especular, sempre (não se iluda). Ao contrário dos personagens de O Jogador, de Dostoiévski, é fundamental saber quando parar. Algumas empreitadas não têm mesmo salvação, abandone-as na primeira oportunidade. E fuja de quem consegue prever ou "padronizar" o futuro; não seja "apegado", para não afundar junto. Cultive, sim, um certo feeling, mas saiba que Deus não vai te ajudar a prosperar. Espere pelo melhor, mas planeje-se para o pior. Consenso e unanimidade, geralmente, são só burros, muito burros. Não insista no erro e lembre-se do velho e bom Keynes: no longuíssimo prazo, estaremos todos mortos, todos. Max Gunther pode não ser um literato em questões de estilo, mas seus Axiomas valem a sentada, até porque são apenas 150 (e poucas) páginas.
>>> Os Axiomas de Zurique
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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