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Segunda-feira, 12/1/2009
De Puro Guapos com a corda toda

Julio Daio Borges




Digestivo nº 398 >>> "De Puro Guapos", a expressão, quer dizer "Cara Valente" (sounds familiar?), alguém corajoso, de fibra, que não teme derrotas, nem esmorece diante das adversidades. Com esse nome auspicioso, dois argentinos e seis brasileiros formaram um octeto, cujo subtítulo se resume a "Orquestra Típica de Tango". Embora Martín Mirol assuma o clássico bandoneon, a direção e os arranjos, e Maria Emilia Paredes, o violino, Rafael (clarinete), Gustavo (outro violino), Marcos (viola), Paulo Henrique (violoncelo), Vinicius (contrabaixo) e outro Paulo (Brucoli, piano) não fazem feio e o De Puro Guapos já esteve, inclusive, na Argentina, representando o Brasil no festival internacional de tango de Justo Daract, anos atrás. Corajoso para além do nome, De Puro Guapos lançou um elogiado primeiro álbum apenas com registros ao vivo, a partir de performances no Espaçho Cachuera!, em São Paulo. E agora, finalmente, chega seu primeiro disco de estúdio, Com a corda toda, também pela Lua Music. O repertório mantém o rigor da pesquisa, com foco em tangos e milongas tradicionais (só de 1910 a 1960; abrindo uma única exceção, claro, para o revolucionário do ritmo, Astor Piazzolla). O grande Anibal Troilo, por exemplo, aparece duas vezes, com "Sur" e "Responso". Já Horacio Salgan aparece com "Don Agustín Bardi" e Julián Plaza, com a milonga "Nocturna". Com a corda toda, contudo, soa agradável também os ouvidos de neófitos, não versados no legado de Carlos Gardel e outros tantos. E, se o tango esteve muito associado a tragédias, e a figuras trágicas, sua recente adoção, pela juventude argentina, e por novos conjuntos, mostra uma longevidade insuspeitada e abre uma nova possibilidade para brasileiros interessados de qualquer idade.
>>> De Puro Guapos
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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