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Segunda-feira, 26/1/2009
São Paulo, que dá nome à nossa cidade

Julio Daio Borges




Digestivo nº 400 >>> Paulo, natural de Tarso, também Saulo (seu nome judaico), era originalmente adepto do "time" dos fariseus. Tinha facilidade para argumentar, grego era sua língua nativa, embora fosse capaz de improvisar num certo "dialeto hebreu", o aramaico. Epiléptico — supõe-se hoje —, não era, à primeira vista, uma personalidade impressionante. "Um homem fraco" — diziam seus críticos gregos —, chegou a admitir que não era bom orador. Perseguiu a igreja de seu mestre no início, como um fanático, mas, de repente em Damasco, passou milagrosamente de perseguidor a entusiasta. Não era bom parceiro, diziam, a menos que fosse chefe. E foi considerado um "estranho" entre seus iguais. Tiago — irmão de seu mestre — junto a seus entusiastas, num dado momento, classificariam-no como "arrivista autopromovido" (sounds familiar?). Ao contrário de seu mestre — e do que pregavam seus ensinamentos —, Paulo não era inclinado ao perdão. Admoestou, furiosamente, Pedro — um colega seu — por este ter bancado o covarde e ter mudado de lado numa dada ocasião, em Antioquia. Paulo era obstinado e, por isso mesmo, meteu-se em conflitos pelo resto da vida, no incansável esforço de levar a palavra do mestre adiante. Passou fome, sede e frio. Foi prisioneiro, sofreu açoitamento e foi apedrejado. Em mais de uma oportunidade, tiveram de resgatá-lo, afastando-o da cidade, antes que sua vida estivesse ameaçada — escapou, uma vez, numa embarcação, dentro de um cesto, encolhido. Ainda que tivesse condenado Pedro, em sua hesitação, Paulo, por escrito, confessou: "Tornei-me tudo para todos". Este homem apaixonado, aventureiro e eternizado por suas cartas dá nome à nossa cidade, que completa 455 anos. Quem conta é Geza Vermes, num livro, justamente, sobre o mestre de Paulo...
>>> São Paulo, 455 anos
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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