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Segunda-feira, 2/2/2009
Estômago, com João Miguel

Julio Daio Borges




Digestivo nº 401 >>> João Miguel fez aquele personagem simpático, contraponto destrambelhado ao protagonista ariano, em Cinema, Aspirinas e Urubus. E João Miguel fez o amor de Hermila Guedes, em O Céu de Sueli — praticamente entrando mudo e saindo calado, mas, ainda assim, ganhando o público. Portanto, um filme tendo João Miguel como protagonista era aguardadíssimo, mas, infelizmente, desapontou do começo ao fim. Estamos falando de Estômago, que — depois de outra espera — finalmente chegou em DVD. O longa de Marcos Jorge já principia mal com a repetida tragédia do nortista que vem trabalhar no sudeste do Brasil (pouco original desde O Pagador de Promessas) e é "explorado" até a última gota. O dono do bar, em que termina por viver e trabalhar (em regime de semiescravidão), é tão exagerado, nos trejeitos, que o ator Zeca Cenovicz passa por canastrão (mesmo se não for). É nesse primeiro "emprego" que o protagonista conhece Iria, o amor e a tragédia de sua vida. A inocência do personagem de João Miguel, nesse ponto, já não é mais engraçada, é inverossímil, porque resolve se casar com ela, mesmo sabendo que Iria vive da mais antiga das profissões. Nesse meio tempo, Raimundo Nonato (até o nome do anti-herói é clichê no filme) é descoberto, por seus dotes culinários, e vai trabalhar dignamente com "Seo Giovanni" (Carlo Briani, o menos caricato de todo o longa). Uma traição inesperada põe Nonato no xadrez, e o personagem de João Miguel vai ascender, dentro do presídio, por conta da mesmíssima habilidade ao fogão. Os bandidos que não convencem ninguém são outro defeito notável de Estômago, mas, em vez de explorá-lo, basta concluir que a produção, lamentavelmente, não merece o nosso tempo precioso.
>>> Estômago
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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