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Sexta-feira, 10/4/2009
Associated Press matando os jornais?

Julio Daio Borges




Digestivo nº 410 >>> É como se um sussurro se convertesse em um urro, ao longo dos anos, sentenciou Tom Curley, presidente da Associated Press, sobre a grita recente dos jornais, contra o oferecimento de notícias gratuitas na internet (que os está matando lentamente). O raciocínio é simples — e até os jornais brasileiros já entenderam: se você disponibiliza notícias gratuitamente na Web, você as "comoditiza"; se elas estão disponíveis para todo mundo, como é que você vai querer cobrar por elas? Em um ensaio para a última edição do American Journalism Review, Paul Farhi, repórter do Washington Post, sugere que grande parcela da culpa, pelo atual estado de coisas, é da Associated Press (AP) — que, em 1998, assinou, pela primeira vez, com um portal aberto, o jovem Yahoo. Até então, o material da AP só estava disponível em serviços "fechados", que cobravam por acesso, como AOL, Compuserve e Prodigy. A AP, em sua defesa, diz hoje que, se não abrisse seu conteúdo para o Yahoo, a Reuters iria acabar fazendo isso (como já estava ameaçando, aliás). O fato é que, uma vez publicado na chamada "internet aberta", esse conteúdo caía, fatalmente, na mãos dos web spiders, do Google (por exemplo), e — voilà — uma infinidade de sites (e blogs etc.) poderia dispor dele livremente. A maior ironia, dessa história toda, é que a Associated Press é mantida, ainda, por muitos jornais, que estão fechando (alimentando-se, inclusive, de material produzido por eles) — e, portanto, tende a desaparecer, seguindo a lógica da crise da imprensa-impressa... Depois de anos fingindo que nada estava acontecendo, os jornalistas começaram uma caça às bruxas. No Brasil, será que vai sobrar, também, para as agências de notícias?
>>> A Costly Mistake?
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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