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Segunda-feira, 16/11/2009
O Vendedor de Livros, por Milton Assumpção

Julio Daio Borges




Digestivo nº 441 >>> O velho livro de papel já sofre digitalização, mas, no Brasil, muita gente boa aposta que há, ainda, um longo caminho, pois dispositivos de leitura de e-books, como o Kindle da Amazon, têm preços proibitivos para o grosso da população de leitores do País. E dado que o cenário se mantém, praticamente, o mesmo, obras como a de Milton Assumpção continuam válidas, e estimulantes, para quem ama os livros, deseja se embrenhar mais no universo deles, ou, simplesmente, almeja conhecer como "opera" o famigerado mercado editorial. Milton chegou a São Paulo com uma formação em contabilidade, décadas atrás; acabou controller da multinacional McGraw-Hill; assumiu a operação dela em Portugal; voltou, assumiu a operação dela aqui; comprou, enfim, a editora (que saía do Brasil); transformou-a em Makron Books; vendeu-a, habilmente, tempos depois; para, em seguida, fundar a M.Books — e para finalmente, neste momento, rememorar toda essa saga em O Vendedor de Livros. Coalhado de elogios nas primeiras páginas, o volume se divide em "De livro em livro", onde Milton aborda sua ascensão no business, e "Histórias e cases", onde saca lances de sua carreira de livreiro, quando uma grande ideia se materializa, trazendo benefícios para todos. Assim, Milton Assumpção conta, por exemplo, como foi pioneiro em lançar livros técnicos que aproveitaram a revolução do computador pessoal no Brasil. Passa por experiências em eventos como as antigas Comdex e Fenasoft, que foram, para ele e sua editora, equivalentes a uma verdadeira Bienal do Livro. Esmiuça como foi editar uma homenagem a São Paulo, em seus 450 anos, e como foi envolver nada mais nada menos que Pelé em um de seus projetos. Relembra a concepção e a consolidação de uma Casa de Cultura no Rio; e, na outra ponta, relembra a estratégia e o lançamento de verdadeiros best-sellers em áreas como marketing, turismo e entretenimento. O bom humor de Milton transparece na escrita, e ela só poderia ser um pouquinho mais depurada, para maior fluência e maior interesse do público leigo. O Vendedor de Livros, contudo, é um testemunho valioso, com ótimos insights, como, infelizmente, não é praxe no nosso mundo dos negócios. Se mais memórias, como a de Milton Assumpção, fossem publicadas, estaríamos melhor aparelhados para enfrentar os desafios deste novo Brasil global.
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Editor
 

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