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Quarta-feira, 13/6/2001
Se você quer ser minha namorada

Julio Daio Borges




Digestivo nº 36 >>> Mais um dia 12 de junho, mais uma penca de moçoilas chorosas à cata de um rapazola, que lhes ofereça flores e mimos, no Dia dos Namorados. Todos os anos, intriga que as mulheres "solteiras" sofram muito mais que os homens nessa mesma posição. Expondo-se, inclusive, em noticiosos. Talvez porque a sociedade lhes cobre, nessas datas, o que chamam de "sucesso no amor", representado, mui invariavelmente, pela figura do bom rapaz, do homem sério, do partidão. Já o marmanjo tem de ser "namorador", casar, nunca, jamais; ou, então, pouco. Lá na frente, quando os dois se encontrarem, a equação obviamente não vai fechar - e aí, voilà, problemas à vista. Modernosos de plantão costumam dizer que o mundo mudou, mas, a bem da verdade, é que, nesse aspecto, ele não mudou muito. A mulher continua esperando, que o homem venha, que lhe peça o telefone, que a convide para jantar, que oficialmente assuma o que há entre os dois. E o homem continua motivado pelo instinto (sobretudo num Brasil de mulheres pneumáticas e acaloradas). Falta à mulher perceber que o preço da passividade pode ser alto, ainda mais numa época volúvel, descartável e substituível, como a de agora. E falta ao homem perceber que a mulher tem um cérebro, que pensa e que, se não for intimidado, tem algo a dizer. Uma vez diminuido esse abismo, nem o comércio precisará de datas para celebrar o dia dos casais felizes. Pois, como na música da Rita Lee, todo dia será dia de índio.
>>> Jornal da Tarde
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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