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Quarta-feira, 18/7/2001
Meaningless or Dishonest

Julio Daio Borges




Digestivo nº 41 >>> Um pouco antes da Maria Antonia, do Mackenzie, e da Faculdade de Filosofia da USP, do outro lado da Consolação, na rua Caio Padro, encontra-se a Jive. Tanto quanto as referências urbanas para se chegar até ela, essa discoteca parece algum lugar perdido entre os Anos 60 e 70, no Brasil. Ainda mais nas noites de sexta-feira, em que reina o extinto ritmo inventado por Jorge Ben (Jor), Trio Mocotó e um ranço de Jovem Guarda: o Samba Rock. Discreta com seu toldo vermelho, na rua escurecida pela ameaça de apagão, a Jive não inspira muita confiança. O ambiente enfumaçado e rústico, porém, torna-se secundário diante da música: afinal de contas, onde é que se pode ouvir e dançar Mutantes, Jackson do Pandeiro, o Rei, Chico Buarque de Hollanda, Tim Maia e Beatles em português? Soa irônico que os hits hegemônicos de certas épocas precisem ser ouvidos em guetos, três ou quatro décadas depois. Mas é o que ocorre. O DJ, embora muito aclamado por seu público, tem de lutar para preservar canções e artistas que, há muito, saíram de catálogo, saíram do repertório, saíram da boca do povo. Entre eles, Luiz Melodia, que, na Jive, pode aparecer de supetão, contando de seu novo álbum, O Retrato do Artista Quando Coisa. Felizmente, ainda há lugares em que, para se ter diversão, não é necessário ser "teenager" ou "público-alvo" de alguma campanha milionária.
>>> Jive - Rua Caio Padro, 47 - Tel.: 259-5569
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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