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Quarta-feira, 15/8/2001
Paying debt to karma

Julio Daio Borges




Digestivo nº 45 >>> O que significa ouvir o Depeche Mode hoje em dia? Sofrer de nostalgia, tentar alcançar a onda eletrônica, ou comprar um disco por engano? Provavelmente tudo junto, ao mesmo tempo. Afinal, as modulações de voz de Dave Gahan continuam lá (para quem tiver saudades de seus graves e agudos), o trio assimilou os loops e o minimalismo da geração atual (engrossando o coro dos niilistas), e Exciter é um álbum que fisga eficientemente os incautos (desde a capa, a contracapa, até a produção apurada). Em todo caso, é curioso lembrar que, no Brasil, as lamúrias dessa turma (que efetivamente flertou com o suicídio) sempre foram interpretadas e dançadas como um ato de liberação e alegria (vide os hits I just can't get enough, Strangelove, Enjoy the Silence, It's no good). Para que se tenha uma idéia, as canções que têm mais chance de emplacar nas pistas paulistas contêm versos como "We are the dead of night" (The Dead of Night) e "It's the dark night of my soul" (I Fell Loved), mas não surpreende que sejam entoadas como as mais vivazes declarações de amor. Independentemente disso, aqueles que se identificam com o som do Depeche Mode têm um motivo adicional para comprar Exciter: Airto Moreira, um percussionista brasileiro, toca em duas faixas, uma delas muito delicada e positiva, Freelove. Aliás, se existe real novidade nesse lançamento, é porque decorre essencialmente das baladas: Shine, When the body speaks e Goodnight Lovers apontam para uma espécie de lirismo esperançoso, de quem dá conselhos. Superada a depressão mais aguda, é realmente auspiciosa a notícia de que Gahan, Gore e Fletcher continuam em forma.
>>> http://www.depechemode.com/
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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