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Quarta-feira, 29/8/2001
Rebop, Bop, Modern Jazz

Julio Daio Borges




Digestivo nº 47 >>> As grandes figuras, gênios e artistas, têm o seu auge e sua respectiva queda. Pouca gente, porém, calcula a importância de quem reabilita os mitos e as personalidades, atribuindo-lhes o valor devido e reinserindo sua obra no contexto de uma época. (Por exemplo: qual o tamanho da dívida que Nélson Rodrigues tem hoje com Ruy Castro, seu grande benfeitor, que ressuscitou o jornalista e dramaturgo para as novas gerações?) Pois bem. Ken Burns, o documentarista da série Jazz, está tratando de recolocar o gênero musical de Duke Ellington e Louis Amstrong no panteão da música do século XXI, e merece ser (novamente) reconhecido por esse feito. Quem se interessa pelo assunto (e não sabe por onde começar) deve obrigatoriamente adquirir os cuidadosos volumes da coleção "The Definitive". São 22 CDs (vendidos separadamente). Cada um apresenta uma seleção cronológica (de performances e execuções) de uma lenda viva do Jazz. Como qualquer coletânea, causa certa desconfiança à primeira vista, mas não tarda em revelar o trabalho precioso do pesquisador: especialistas ou estudiosos comentam cada faixa (no encarte); todos os instrumentistas e músicos (presentes nas gravações) são nominalmente citados; a discografia original é evocada de acordo com o período abordado (caso o ouvinte queira se aprofundar); as ilustrações, cores e fotos são escolhidas a dedo (instigando o comprador eventual a correr atrás dos discos que faltam). Dadas as transformações camaleônicas pelas quais passou o Jazz, é complicado sugerir esse ou aquele nome irrefletidamente. Ainda assim, os pais do Bebop, Dizzy Gillespie (trompete) e Charlie Parker (sax) talvez mereçam ser adquiridos de olhos fechados. Mesmo as sensibilidades menos aguçadas devem se encantar com pérolas como Salt Peanuts, Groovin' High, Now's The Time, Embraceable You e Star Eyes. Ou, no mínimo, se orgulhar de ouvir a versão do trompetista para Chega de Saudade. Sim, Tom Jobim está lá. Esperando talvez pelo Ken Burns que, no Brasil, ainda não deu o ar da graça.
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Editor
 

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