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Quinta-feira, 20/12/2001
Sleepover Bandits

Julio Daio Borges




Digestivo nº 62 >>> Bandits, ou Vida Bandida (em português), prometia alguma novidade para o gênero “policial de perseguição”, mas não teve fôlego para tanto. Começa bem, com uma espetacular fuga de prisão: os dois protagonistas pilotando uma betoneira, numa evolução orquestrada por “Gallows Pole”, do Led Zeppelin. Bruce Willis (num de seus melhores papéis) é o típico celerado sangue-frio: faz o que lhe dá na veneta, contando com toda a sorte do mundo, mas posando de senhor do próprio destino. Para quem aprecia esse tipo de “bad boy”, com meia dúzia de expressões no rosto, vai se deixar levar através dos primeiros 60 minutos. O “sócio” de Willis é Billy Bob Thornton, coadjuvante em Um Plano Simples (de 1998), representa (mais uma vez) um misto entre “nerd” e “deficiente mental”. Um, sensível; o outro, brutamontes – o que mais poderia faltar? Uma mulher. Isso mesmo, uma mulher. Ela é Cate Blanchett, e entra na história como uma dona-de-casa entediada, cuja maior emoção é preparar pratos descabelando-se ao som de Bonnie Tyler (“I need a hero!”). Eis então que as vidas dos três se cruzam. Há também um quarto elemento, mas não tão relevante na trama. Existe certa originalidade na maneira como eles assaltam os bancos: fantasiados; surpreendendo os banqueiros em sua casa; ou valendo-se de armas pouco ortodoxas (uma caneta tipo marca-texto, por exemplo). É nesse aspecto que se concentra toda a diversão do filme. E no final, surpreendente. Mas, para se chegar até ele, é preciso atravessar todo o romance entre a moça e os rapazes. Sentimentalóide e dispensável (tem quem goste). Nada de espetacular, portanto. Um blockbuster inofensivo, para o consumo. Pode parecer pouco mas, em certas temporadas, é até muito.
>>> Bandits
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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