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Quinta-feira, 10/1/2002
My only friend: the end

Julio Daio Borges




Digestivo nº 64 >>> Nada como um Francis Ford Coppola de vez em quando para nos lembrar o que é cinema de verdade. Apocalypse Now Redux estreou em época conturbada (final de ano), e já está relegado a umas poucas sessões noturnas e a algumas salas ditas “de arte”. Ainda assim, vale à pena insistir e abrir uma exceção para essa obra-prima. Claro, todos já vimos uma boa quantidade de produções cujo tema central é o Vietnã (a guerra), mas quando topamos com um mestre da sétima arte, tudo volta a ser como da primeira vez: cada take, cada seqüência, cada panorâmica é uma doce novidade. Approposito, é impressionante a progressão: Coppola principia pela tragicomédia e vai conduzindo o longa para a gravidade e para a densidade linearmente, sem solavancos. Aliás, é possível para qualquer leigo perceber como o cinema atual perdeu em continuidade: Apocalypse Now é tão extraordinariamente bem montado que fluímos dentro dele como o barco de Martin Sheen, rio acima, sem nos darmos conta de qualquer “emenda” ou “encaixe” – o tempo passa como na vida real. (Ao contrário dos videoclipes artificiais de hoje.) O elenco é de causar inveja a qualquer fita em qualquer tempo. Além do pai de Charlie Sheen (o supracitado Martin), encontramo-nos com um amalucado Robert Duvall, que conduz as batalhas como se jogasse fliperama, como um cowboy do século XX. Mais adiante uma ponta com Harrison Ford, ainda desconhecido e ainda imberbe (o filme é de 1979). E o clímax, óbvio, fica por conta de um dos mais belos homens da tela grande: Marlon Brando. Como sempre um gigante, roubando a cena mesmo quando congelado em foto. Para completar, as cores nunca foram tão vivas e o som, tão envolvente. É para ver e rever, antes que saia de cartaz.
>>> Apocalypse Now Redux
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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