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Segunda-feira, 25/3/2002
Amamos, vivimos y entendemos

Julio Daio Borges




Digestivo nº 74 >>> Carnaval de paulista. Assim se costuma evocar a pujança plástica que toma conta da cidade, nesta época de Bienal e da celebração dos 80 anos de Modernismo. Quem torce o nariz para a contemporaneidade (em cartaz no edifício de Oscar Niemeyer) não tem, no entanto, razões para deixar de visitar toda a arte do século XX, em cartaz no Mam. Provavelmente as duas maiores coleções privadas de obras da América Latina (e do Brasil) estão expostas nas salas do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São elas: a Colección Cisneros (136 itens [52 artistas], de Patricia Phelps de Cisneros, que comanda a Fundação de mesmo nome, com curadoria de Ariel Jiménez) e a Coleção Nemirovsky (62 itens [26 artistas], de José e Paulina Nemirovsky, com curadoria de Maria Alice Milliet). Na primeira, denominada “Paralelos”, o sentido é o de uma escavação arqueológica: principia-se pelo fim, pela aurora do século XXI, e caminha-se para a arte do pós-guerra, da virada dos anos 40 para os 50. Destacam-se a seqüências, quase didáticas, de Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape; bem como os “clássicos” Piet Mondrian, Max Bill e Jac Leierner. Na segunda (aquela constituída pelo médico e empresário José Nemirovsky), denominada “Espelho selvagem”, tem-se um conjunto que se concentra entre as décadas de 20 e de 60. Num arranjo cronológico, ressalta a transição do figurativismo para a forma geométrica, em belos quadros de Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, dentre tantos outros. Horas e ares, os mais agradáveis, aguardam o visitante. A “folia” paulistana fica, portanto, à espera, também no Mam. Provando, quem sabe definitivamente, a tese de Patricia Cisneros: a América Latina tem, sim, civilização tipo exportação.
>>> Mam - Parque do Ibirapuera (portão 3) - Tel.: 5549-9688
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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