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Terça-feira, 24/10/2000
Armazém de secos e molhados

Julio Daio Borges




Digestivo nº 6 >>> Saiu pela editora Casa Amarela, de Caros Amigos, uma edição especial sobre o MST. Desde a capa até a contra capa, a ordem é romantizar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, despertando a simpatia dos incautos. Como em todo o panfleto desse tipo, prevalece a retórica do preto-no-branco, sem nuances: ou você é a favor deles, e está ao lado das forças do bem; ou você é contra eles, e está ao lado das forças do mal. Qualquer cidadão, ciente dos truques mais básicos do maniqueísmo, percebe que há algo de podre nessa lógica, afinal nada no mundo pode ser tão simples e imediato. Afora isso, existe a confusão proposital entre os termos "sem-terra" e "MST". Quando os sem-terra promovem invasões, saques e depredações, eles não têm nada a ver com o MST; já quando engrossam as filas do movimento, entrando na contabilidade das famílias assentadas, eles têm tudo a ver com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Como se não bastasse, surge essa história do pedágio cobrado pela cúpula do movimento às associações de famílias afiliadas a eles. Contrariando Kafka, a revolução não veio, mas a nomenklatura já está aí.
>>> Caros Amigos
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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