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Segunda-feira, 11/11/2002
Uma Pedra

Julio Daio Borges




Digestivo nº 107 >>> Para qualquer pessoa que ande sobre a Terra, Einstein é praticamente sinônimo de gênio. Mas o que se sabe efetivamente sobre ele? Que foi o pai da relatividade? Que era alemão? Que tocava violino? "Einstein apaixonado", de Dennis Overbye, subeditor de ciência do New York Times, lançado pela Globo, veio para preencher essa lacuna. O livro de quase quinhentas páginas aborda os anos de juventude e parte da idade adulta de Albert Einstein. Alternando seus "insights" em Física com sua vida sentimental; por isso o subtítulo, "Um romance científico". Quem espera muito do "romance", vai encontrar uma boa dose de mergulhos em História da Ciência, que exigem sua cota de raciocínio (embora o autor seja um craque em símiles). E quem espera muito da parte "científica", vai ter de lembrar que o livro foi escrito para leigos, sem demonstrações de fórmulas, passeando pelas conquistas amorosas estabanadas e pelas relações problemáticas de Einstein com seus filhos. Overbye reconstituiu desde os anos de formação de Albert, na Politécnica de Zurique, até sua consagração, com a prova da deflexão da luz, durante um eclipse, no início do século XX. Trechos de cartas completam a sensação de se estar penetrando na intimidade do homem que, desafiando Newton, redefiniu as leis do universo. É interessante notar como Einstein foi sabotado e combatido, nos primeiros anos. Quando, por exemplo, publicou seu primeiro artigo sobre relatividade, não passava de um desconhecido funcionário de uma firma de patentes. Não era ligado a nenhuma universidade e suas idéias foram recebidas como as de um arrivista. Overbye também acerta em mostrar que Einstein não estava sozinho em sua corrida. Disputou e discutiu cada passo com a fina flor da comunidade científica, desde Lorentz até Bohr, desde Mach até Plank, desde Poincaré até Hertz. A leitura de "Einstein apaixonado", no entanto, não é maçante, embora tome tempo; e também não é "reader friendly", embora provoque risadas e emocione o maior dos racionalistas. Einstein foi, mais uma vez, celebrado; e Overbye fez por merecer.
>>> Einstein apaixonado - Dennis Overbye - 528 págs. - Globo
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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