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Terça-feira, 12/11/2002
Útil paisagem

Julio Daio Borges




Digestivo nº 107 >>> A música brasileira que correu o mundo está voltando. É o que atestam os lançamentos da gravadora Rob Digital. Explorando esse filão que o produtor japonês Atsushi "Sushi" Kosugi chamou de "Música Brasileira na Fronteira do Jazz", o selo fixa suas bases no choro, no samba e na bossa nova, repatriando músicos sofisticados e virtuosísticos. Ninguém deve se enganar com os rótulos. Embora recebam o carimbo da "world music" e do "jazz latino", os CDs não se diluem em maneirismos nem se perdem em giros camaleônicos à la Paul Simon. Destaque indiscutível na primeira leva, o guitarrista Sérgio Brandão e seu conjunto Manga-Rosa, por exemplo, trabalham os ritmos com muita responsabilidade e bom gosto, suprimindo qualquer brasilidade caricata ou excessiva. "Paisagens Brasileiras" (ou "Brazilian Landscapes", no original), o disco, teve o beneplácito de Dori Caymmi. Para usar uma comparação esclarecedora, Sérgio Brandão é um Pat Metheny com vantagens, porque original, fruto da Terra Brasilis. Quem duvida que escute "Reflexions" e "Brotinha". Já quem prefere uma prova de resistência, além da sonoridade límpida e dos belos timbres, deve ouvir "Samba em 7" (num 7/8 contrariando todas as expectativas). "Caneco 94" traz os sopros para o primeiro plano, equilibrando flautas e saxes com pianos, sintetizadores e percussionistas. Reinam o arranjo e produção do próprio Sérgio. O DNA brasileiro marca presença, mais uma vez, no xote "Curupira" e na homônima "Frevo". Fecha o álbum, uma suíte: "Maraia". A julgar por representantes como esse, o Brasil continua dando bem o seu recado.
>>> Paisagens Brasileiras - Sérgio Brandão e Manga-Rosa - Rob Digital
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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