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Quarta-feira, 17/3/2004
É proibido voar alto

Julio Daio Borges




Digestivo nº 166 >>> Todo mundo quer fazer a “The Economist” brasileira. Há um tempo, um dos diretores de “Carta Capital” clamava para a sua revista o título. (Ainda que a obsessão de Mino Carta seja a “Veja”, que dirigiu e ajudou a estruturar – assim como a “IstoÉ”.) Desde dezembro passado, porém, quem entrou na briga (com muita bala na agulha) foi Sergio S. Thompson-Flores, com passagens pela Gazeta Mercantil e com a equipe que deu vida à “Forbes Brasil”. O número zero de “Foco” (eis o nome de sua revista) circulou encartado no semanário sobre comunicação “Meio & Mensagem”. Era um “teaser” (ou aperitivo) para os anunciantes, com 50 páginas. O primeiro número veio à luz em fevereiro último (com 82 páginas) e o segundo sai agora em março. Thompson-Flores, além da pretensão (saudável), tem alguns milhões no bolso, para manter “Foco” nas bancas – mesmo que a “economia” e os “negócios” sigam mal. No editorial (do número zero para o número um), já se sente que 2004 decepcionou um pouco e que 2003 pode ser mais que um fantasma à espreita (ameaçando se materializar). O projeto gráfico é altamente inspirado na “original” inglesa, ainda que o leitor brasileiro, aparentemente, torça o nariz para o formato “muito texto/pouca imagem”. A questão crucial é: – Existe realmente público para uma “versão brasileira” da “The Economist”? Depois das cartas de felicitações dos principais profissionais e das maiores empresas de propaganda, há um espaço para “pensatas” e é um bom sinal encontrar gente como Roberto Pompeu de Toledo. Uma entrevista com Rubens Ricupero indica, também, o caminho certo; uma reportagem sobre a terceirização do “back office” e outra sobre o que deve ter a “empresa do futuro”, idem. No espaço para a cultura, um perfil corretíssimo de Marçal Aquino e uma provocação dirigida às “megaexposições” (como a atual sobre Picasso). A receita parece equilibrada, a revista vale a leitura – mas, segue a pergunta, será que vai ecoar junto à audiência ou vai cair no vazio como tantos outros títulos bons?
>>> Foco - Economia e Negócios
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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