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Segunda-feira, 21/6/2004
Vynil Frontier

Julio Daio Borges




Digestivo nº 180 >>> Apesar do clássico tocador de cello, foi o jazz quem fez do baixista uma figura de relevância, às vezes até hegemônica. Vide Charles Mingus. Mas o rock contaminou os “bass players” com o “glamour” de “superstars”. Desde Elvis que consagrou Bill Black até Paul McCartney (ele era originalmente um baixista, você sabia?): os Rolling Stones sobreviveram à morte e à saída de um tocador de baixo (Bill Wyman); O Pink Floyd foi vingado (ou sofreu vingança, depende do ângulo), por conta de um baixista (Roger “The Wall” Waters); o Led Zeppelin legou à cena roqueira um dos mais célebres produtores, John Paul Jones (um tecladista... e um baixista!). E segue a lista. Assim, quando cai um disco de “bass player” no nosso colo, tememos solos intermináveis (sim, eles existem), a “pedaleira” desnecessária (idem) e até o “slap” ou “hammer-on” (os baixistas são criativos). Não é, porém, o caso de Randy Coven. Para alguém que precisa de referências, em termos de música instrumental recente, “Witch Way” (o álbum de Coven) fica no meio do caminho entre a “Guitar Shop” (1989) de Jeff Beck e aqueles trabalhos solo de Steve Morse (pré-Deep Purple), que viraram vinheta da antiga rádio 89 (pré-Raimundos). Para que se tenha idéia, os convidados do instrumentista são o próprio Steve Morse e outros “guitar players” como Zakk Wylde (“hero” da última melhor fase de Ozzy Osbourne [esse, pré-“The Osbournes”]). E Coven está tão confiante, com o seu time (que inclui também bateristas e vocalistas de renome), que se arrisca em temas cantados, como “I wish” (de Stevie Wonder) e “Back in Black” (depois do Living Colour, parece ser a “cover version” do momento). Mas não é essa, de “Witch Way”, a melhor parte. Ele vale pelas incursões em que se perde a noção de tempo, como “Monday” e “Tree II”. E, para não dizer que não há versões, fique-se com “Riders On The Storm” (mais “viajante” do que Jim Morrison poderia imaginar). O CD, de 18 faixas, é considerado longo para os padrões. Coven, no entanto, alterna ritmos – ainda dentro da seara instrumental – e “desce macio” no CD-player. Se você precisava de uma trilha sonora para a estrada ou para o escritório, voilà, aí está.
>>> Witch Way - Randy Coven - Hellion
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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