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Sexta-feira,
4/5/2018
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Redação
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Pensar Edição, Fazer Livro 2
A segunda edição do Pensar Edição, Fazer Livro acontecerá dia 26 de maio, sábado, no auditório da Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte. Com idealização e organização da professora e escritora Ana Elisa Ribeiro (CEFET-MG) e do editor Nathan Matos (Editora Moinhos), o objetivo do evento é discutir os meandros da produção editorial, por meio de oficinas, palestras e debates gratuitos com convidados ligados ao campo da edição. Entrada franca. Inscrição pelo site da AML.
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Ana Elisa Ribeiro
4/5/2018 às 15h55
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Ana Elisa Ribeiro lança Álbum
Neste sábado, 5 de maio, de 11h às 15h, o livro Álbum, nova coletânea de poemas da escritora mineira Ana Elisa Ribeiro, colunista do Digestivo Cultural desde 2003, será lançado, em Belo Horizonte, no Guaja (Afonso Pena, 2881). Trata-se do sétimo livro de poesia da autora, que, desta vez, optou por uma obra temática, que se debruça sobre assuntos como a memória e o esquecimento, inspirando-se em álbuns de fotografia. Com texto de orelha do professor Luis Alberto Brandão, da UFMG, o livro sai pela Relicário Edições, reconhecida pelo apuro editorial de seus lançamentos.
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Ana Elisa Ribeiro
4/5/2018 às 12h16
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Wild Wild Country
Conheci o Osho há pouco mais de 20 anos. Estava me formando na Poli, manifestava um interesse por Filosofia, e o tio de uma namorada, muito atencioso, me presenteou com um livro do Osho.
Meu interesse, na época, era por Filosofia Ocidental, e meu livro de cabeceira era “Uma História da Filosofia Ocidental”, do Bertrand Russell, que eu cotejava com as aulas de Filosofia Antiga, do professor Roberto Bolzani Filho, na USP.
Sem espaço para o Osho, portanto. Aquele livro, do tio da minha ex-namorada, eu só fui ler quase 20 anos depois, em outra situação. E o livro falou mais comigo pela lembrança e pelo carinho, do tio postiço, do que pela filosofia em si.
Fui assistir “Wild Wild Country” por curiosidade. Tinham falado muito, num dos grupos de WhatsApp de que participo. E havia lido um texto sobre a tal Sheela, em que a pessoa se dizia muito impressionada pela figura dela, apesar de todo o mal perpetrado etc.
O que me impressionou, nos primeiros capítulos, foi o sonho, recorrente, de fundar uma cidade, e de refundar a humanidade, no processo. Me ocorreram desde a República, de Platão, até a Utopia, de Thomas Morus, passando pela experiência de Robert Owen, que um professor de História nos contava na escola, até Brasília.
Como brasileiro conhecedor do experimento de Juscelino, eu sabia que Rajneeshpuram - literalmente a cidade do Osho (Rajneesh) -, fundada nos anos 80, no estado de Oregon, nos Estados Unidos, seria um fracasso desde o início.
Mas o Osho acreditou, e seus comandados - e levaram milhares de pessoas para lá.
A própria Filosofia nos ensina que, apesar da beleza - sublime - da sua “República”, Platão não foi bem-sucedido quando tentou implementar suas políticas em Siracusa.
E do pouco que conheço de filosofia política é infinitamente mais recomendável estudar as conclusões de Maquiavel, que simplesmente estudou a prática, do que embarcar num sistema “desenhado” (designed) sem base na realidade.
Se o projeto de Brasília pode soar discutível para alguns, eu convido os resistentes a examinar qualquer projeto de “utopia socialista”, sendo o mais próximo de nós, o do PT, sob cujas consequências estamos vivendo até hoje, 2018, final do mandato do Vice da Dilma.
Para qualquer brasileiro maior de idade, que tenha vivido no país, dos anos Lula pra cá, e que não tenha sua inteligência obliterada pela ideologia, considero autoevidente que qualquer tentativa de “refundar” a sociedade - à esquerda, à direita ou ao centro - seja um total disparate e que não merece a nossa consideração.
Mas Osho acreditou; e seus seguidores - e levaram milhares de pessoas pra lá...
Se eu me decepcionei com Osho? É claro que sim. Não basta ser um guru? Tornar-se sábio, ter seus livros publicados, ser consagrado até fora da Índia? Para que fundar uma cidade? Ainda mais nos Estados Unidos? E para que “refundar” o Homem? Que diabo que pretensão é essa? E que delírio?
Não; não consegui admirar a Sheela. Para mim, ela nunca passou de um leão-de-chácara do Osho. Aquele capanga, ou personagem meio mafioso, que todo idealista, ou líder benevolente, tem, para fazer o serviço sujo, enquanto se mantém puro, limpo ou quase isso.
No documentário, Sheela tem ideias próprias: acha que, além de administrar Rajneeshpuram, pode interferir até no destino do próprio Osho - até que dá tudo errado, ela foge com seus comandados; ele não a perdoa, rompe seu voto de silêncio, de anos - e o mundo assiste a uma troca de acusações nada edificante.
Para mim, é o pior momento do Osho: quando ele tem de dizer que não teve nada com ela, nenhum envolvimento homem-mulher, que ela está drogada, usou drogas pesadas etc. E Sheela devolve, chamando Osho de “manipulado” - sob efeito de um novo círculo, que não quer o seu bem, até deseja a sua morte etc.
O bate-boca é suficiente para o governo dos Estados Unidos interferir e terminam ambos presos, mais pessoas próximas do círculo de Sheela.
No caso de Osho, ele aceita um acordo, assume a culpa por crimes ligados a imigração ilegal, enquanto retorna à Índia. Já Sheela cumpre prisão, sem atenuantes, e termina liberada na Europa, onde vive até hoje.
Osho termina tão desiludido da vida que quer ser esquecido. Desiste do próprio nome, “Bhagwan”. Quer ser “ninguém”. Não quer ter nome. Até que alguém sugere, justamente, “Osho” - que, em japonês, quer dizer “mestre”.
Bhagwan morre em 1990, mas Osho vira uma marca. Até hoje.
O documentário, da Netflix, não se decide por uma conclusão positiva ou negativa, do Osho e até de Rajneeshpuram. Termina com a Sheela, que montou um asilo. Arrependida?
Gurus foram moda, sobretudo nos anos 60. E até os Beatles caíram...
Quando resolveram ir embora da Índia, John Lennon resolveu testar o guru - Maharishi - para ver se ele sabia (por que eles iam). Lógico que ele não sabia.
Lennon fez “Sexy Sadie” para ele: “What have you done? O que você fez? You made a fool of everyone. Você fez todo mundo de bobo...”
Fast-forward para 2018. E as pessoas, no Brasil, continuam seguindo gente como “A Monja”, Karnal, Pondé... como se fossem gurus...
“Sexy Sadie. You laid it down for all to see... Você pôs tudo abaixo - para que todo mundo visse...”
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Julio Daio Bløg
2/5/2018 às 09h02
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Arte da Palavra em Pernambuco
Na próxima semana, os escritores Ana Elisa Ribeiro e Demétrio Panarotto têm encontros marcados com os leitores em diversos eventos do programa Arte da Palavra, pelo Sesc. As cidades visitadas serão Recife, Surubim e Caruaru, no estado de Pernambuco. Entrada franca.
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Ana Elisa Ribeiro
21/4/2018 às 16h02
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Conceição Evaristo em BH
A cerimônia de reinauguração do teatro da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, contará com a participação da escritora Conceição Evaristo, ganhadora do prêmio literário do estado pelo conjunto de sua obra. O evento tem entrada gratuita e ocorre nesta quinta, 5 de abril, às 19h.
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Ana Elisa Ribeiro
4/4/2018 às 18h26
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Regina Dalcastagné em BH
A professora Regina Dalcastagnè, da Universidade de Brasília, fará palestra na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais no próximo dia 12, às 19h, com entrada franca. A pesquisadora é conhecida por suas pesquisas sobre as vozes silenciadas da literatura brasileira.
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Ana Elisa Ribeiro
4/4/2018 às 18h23
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Leitores e cibercultura
Dia 13 de abril, às 14h, a profa. Ana Elisa Ribeiro (CEFET-MG) proferirá palestra sobre os desafios e as possibilidades da formação do leitor na era digital. O convite partiu da Elefante Letrado, responsável pela criação e implementação de um ambiente de formação de leitores aplicável a escolas e instituições de ensino. A entrada é franca.
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Ana Elisa Ribeiro
3/4/2018 às 18h44
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Sarau Libertário em BH
Nesta quinta, 22, a partir das 19h, o Sarau Libertário convida Ana Elisa Ribeiro, Bremmer Guimarães e Sidarta Riani para leitura de poesia e bate-papo, com o tema passados e futuros. O microfone será aberto ao público. O evento reinicia sua programação, depois do sucesso alcançado em 2017. No Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com entrada franca.
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Ana Elisa Ribeiro
21/3/2018 às 23h36
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Psiu Poético em BH esta semana
O Psiu Poético, evento longevo e conhecido de Montes Claros, MG, acontece nesta semana, em Belo Horizonte, sob a batuta do poeta Aroldo Pereira. Saraus, caminhadas, lançamentos de livros e outras atividades acontecerão em espaços do centro da capital mineira. Entre essas atividades estão os lançamentos de livros dos poetas Leo Gonçalves (Crisálida Editora) e Bruno Reoli (Páginas Editora). Também será relançado o planner poético organizado pelas escritoras Ana Elisa Ribeiro e Marcela Dantés, que conta com poemas de 15 mulheres poetas mineiras. Entrada franca.
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Ana Elisa Ribeiro
12/3/2018 às 10h56
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Existem vários modos de vencer
E de repente, não mais que de repente, como diria Vinicius de Moraes, eis que me deparo com inúmeros artigos publicados no LinkedIn e pela internet afora em pleno começo de 2016 falando de home office como se ele fosse a grande novidade do momento; em menor quantidade, aparecem também os que defendem o home office (doravante denominado HO) como a grande solução para uma série de problemas enfrentados tanto por patrões quanto por empregados.
Enfim, gostaria de dizer neste texto duas coisas sobre HO, baseado em minha experiência com o assunto, que iniciou oficialmente em 2003.
A primeira é que home office de fato é algo muito bom.
Em 2003, saí de um emprego público (era assistente administrativo do Departamento Municipal de Água e Esgotos, autarquia da Prefeitura Municipal de Porto Alegre), para me dedicar ao jornalismo cultural, mais especificamente ao site Brasileirinho, especializado em MPB, que eu colocara no ar um ano antes. Alugar um escritório nem me passou pela cabeça, pois no apartamento onde morava, de propriedade de minha mãe, havia computador com acesso à internet, telefone fixo e uma biblioteca com aproximadamente 2 mil livros (mais recortes de jornais e revistas) - inclusive uma pesquisadora do IBGE que esteve lá certa vez para apurar meus "hábitos de consumo" (risos) perguntou se ali era mesmo uma residência ou um escritório.... o que confirmava o que minha mãe já dizia desde, talvez, minha adolescência, que meu quarto era um escritório com uma cama. Desde então, nas diversas cidades onde morei ou ao menos passei um tempo considerável (São Paulo, Belém, Macapá e Salvador), sempre optei por alugar imóveis que me permitissem trabalhar no mesmo ambiente de moradia, economizando assim com outro aluguel (de escritório), com gastos e perda de tempo com deslocamentos e, mais recentemente, até com despesas de acesso à internet, já que muitos locadores incluem o wi-fi entre os benefícios ofertados aos locatários. De fato, na maioria das vezes é muito bom você poder trabalhar em sua casa à hora que você quiser, o que nos leva à...
segunda coisa: trabalhar em home office pode não ser tão bom assim...
...se você não souber controlar seus horários. Lá em 2003, por exemplo, ao assumir o apê de minha mãe como sede do site, caí numa armadilha da qual levei um bom tempo para me dar conta - até porque fui eu mesmo que a armei. Explico: até então, como funcionário municipal, eu só podia me dedicar a meus projetos pessoais à noite e aos finais de semana. Quando tive enfim livre o chamado horário comercial, começava a trabalhar de manhã cedo e avançava a madrugada, acreditando que quanto mais horas dedicasse ao trabalho, mais cedo atingiria meus objetivos. Hoje sei que o sucesso vem de um trabalho feito com qualidade, e não necessariamente da quantidade de horas nele investidas. Eu vivia estressado, com olheiras, mas levei uns bons seis anos para me dar conta de que algo poderia estar errado. Isto só aconteceu quando, ao conversar com uma amiga de outro estado por MSN, ela, que sempre me perguntava o que eu estava fazendo (e eu sempre respondia "trabalhando"), um belo dia fez a pergunta que mudou tudo:
"Mas você nunca tem lazer??"
Aí, como se dizia na época, "a ficha caiu". Me dei conta da quantidade absurda de horas que ficava trabalhando e instituí em minha vida o conceito de ilhas de lazer. Havia na época um programa de jornalismo cultural na Rádio Gaúcha, das 16h às 17h; me habituei a fazer um intervalo nesse horário, me dedicando apenas a ouvir o programa (às vezes tomando chimarrão, às vezes deitado). Desde então mantenho também o hábito de caminhar, em torno de 1h a 2h por dia - nestas últimas semanas da minha atual temporada em Macapá, geralmente a caminhada é ao final da tarde, na orla do Rio Amazonas. Esse é um período bom para "esfriar a cabeça", muitas vezes surge durante o passeio alguma ideia ou a solução para uma questão cuja solução esteja demorando para vir em frente ao notebook. O horário da caminhada acaba coincidindo sim com parte do horário comercial, mas se houver alguma urgência eu posso ser contatado pelo celular ou pelo Facebook. Enfim, é uma prática boa para o corpo e para a mente, recomendo.
Para fechar o texto, quero falar de outro modelo de HO, que o jornalista e escritor Fernando Morais relatou numa entrevista que li por volta de 1994, e que se referia ao seu processo de escrita da biografia Chatô - O Rei do Brasil. Para evitar cair na mesma armadilha que eu, de não parar de trabalhar enquanto estivesse acordado, Morais alugou outro apartamento no mesmo prédio que o seu, se não me engano apenas alguns andares abaixo. Ou seja, diariamente Morais acordava, tomava banho, vestia-se, tomava o café da manhã e, para chegar a seu escritório, pegava...o elevador. A vantagem, apontava ele na entrevista, é que com isso ele conseguia delimitar, tanto para si quanto para seus familiares, quando estava ou não trabalhando.
Mesmo que os dois casos relatados, o de Morais e o meu, se tratem de profissionais autônomos, acredito que em linhas gerais o que expus acima se aplica também ao modelo que tem crescido mais recentemente (e que, a meu ver, está trazendo um ar de 'novidade' ao HO), que é o de funcionários autorizados pela empresa a trabalharem de casa algumas vezes por semana. Penso que este é mesmo o caminho para o trabalho no século 21, seja você autônomo ou subordinado a uma chefia: saber gerir o seu tempo de acordo com as demandas, sem descuidar da qualidade de vida.
- Making-off do texto - Publicado no LinkedIn em 5.3.16, sendo este meu artigo mais lido enquanto mantive a conta naquele site. Republicado no blog Jornalismo Cultural em 11.4.17.
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Postado por
Fabio Gomes
23/2/2018 às 22h33
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Julio Daio Borges
Editor
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