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Quinta-feira, 30/11/2006
Um admirável mundo novo
Daniel Bushatsky

Eu me sinto um nascituro. Ótimo, esta frase não fez nenhum sentido para os leitores (mais abaixo, espero, fará).

Explico: o tema apresentado para este Especial é os seis anos de Digestivo Cultural e como eu me sinto à frente disso.

Primeiro, para responder esta questão, procurei fazer uma auto-avaliação, como as que as professoras do primário nos davam para fazer a cada bimestre. Peguei um papel, uma caneta, escrevi no topo "auto-avaliação", e por uma hora rabisquei o sulfite sem nada escrever.

Depois, lembrei-me das entrevistas de emprego: "qual é o seu ponto forte e qual é o seu ponto fraco?" e a pergunta seguinte, invariavelmente: "O que você gostaria de estar fazendo daqui a 5 anos?"

De repente entendi que me faltava base para responder às questões que eu mesmo me havia formulado e cujas respostas tentava descobrir ansiosamente. Isto pelo simples fato de eu só ter três meses de Digestivo Cultural (que eu sei que é mais do que um bimestre).

Então, quais são os pontos fortes da minha escrita? Minhas colunas são lidas? Os leitores gostam ou lêem por pena? E os pontos fracos? Meus textos são difíceis? Fáceis? Pouco profundos?

Mas, a verdade, é que eu me sinto um nascituro, que nada mais é, do que o feto, que está na barriga da mãe, durante o período de gravidez.

O direito civil brasileiro lhe garante direitos eventuais. Ou seja, ele poderá, por exemplo, receber uma herança ou uma doação, caso nasça vivo.

Eu acho que ainda estou na fase dos direitos eventuais.

Estou em gestação no mundo da literatura, da cultura e nas oportunidades que o Digestivo Cultural me oferece. Para ilustrar, os convites semanais para cobrir algum evento cultural da cidade que, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ir.

Estou construindo meus textos, espero melhorá-los, aprofundá-los, agradar a maioria dos leitores (todos, seria ingenuidade), até conseguir nascer!

Quando eu nascer, ou o feto se desenvolver e a criança nascer, adquirirei o que no direito chamamos de personalidade.

Direito este que é inerente ao ser humano. Não se compra, não se vende. Eles são originários, vitalícios, inalienáveis e absolutos.

Lidar com ele será meu desafio nas próximas colunas, e, caso eu erre, caso escreva um fiasco, espero sempre ter a Fênix me protegendo, assim, posso renascer das cinzas quantas vezes forem necessárias. Espero descobrir um admirável mundo novo!

Daniel Bushatsky
30/11/2006 à 00h23

 

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