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Quarta-feira, 6/12/2006
A bênção, Marcel Powell
Vitor Nuzzi

Ele entra no palco de chinelos e uma vistosa camisa vermelha de gola em V e mangas compridas. Na penumbra e em silêncio, senta-se e começa a dedilhar o seu violão. Aos poucos, o público reconhece os acordes de "Manhã de Carnaval", de Luiz Bonfá. A música seguinte é "Último Desejo", de Noel Rosa. Enquanto ele se apresenta, muitos procuram identificar os traços do pai, Baden. No final, pouco mais de uma hora depois, Marcel Powell é aplaudido de pé pelas aproximadamente 50 pessoas presentes na Sala Sidney Miller, da Funarte, no centro do Rio de Janeiro. Marcel não está sozinho: parte do show de 5 de dezembro teve a participação do percussionista brasiliense Sandro Araújo, do baixista Rômulo Duarte e de Roberto Santa Marta, músico da Lapa, com seu bandolim. No bis, canja de Hélio Schiavo, baterista que tocou com Baden e estava na platéia. O tempo, realmente, não pára.

Nascido na França e com trabalhos no exterior, Louis Marcel, 24 anos (começou há quase 15), lançou apenas no ano passado um CD no Brasil, Aperto de Mão. A princípio, conta, o pai não queria ser professor, alegando não ter paciência. Mas depois que aceitou o pedido dos filhos (Marcel e Philippe, pianista), avisou: "Vocês vão ter de ser escravos do instrumento, escravos da música."

E assim foi. Baden morreu em 2000, aos 63 anos, mas deixou herdeiros. Marcel herdou, cultivou e leva adiante o gosto pela música brasileira.

Vitor Nuzzi
6/12/2006 à 01h22

 

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