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Sexta-feira, 8/12/2006
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Elisa Andrade Buzzo



O jornal de literatura contemporânea O Casulo completa um ano com festa na Feira Moderna, na Vila Madalena (São Paulo), dia 12 de dezembro. A comemoração, a cargo dos editores Eduardo Lacerda e Andréa Catrópa, inclui leitura dos poetas Claudio Daniel, Donizete Galvão, Lilian Aquino, Marcelo Bonvicino, Paulo Ferraz e Virna Teixeira, dentre outros.

Será distribuída gratuitamente no dia a edição nš 4 do Casulo, especial de poesia latino-americana. Alguns destaques do novo número é a entrevista com o poeta do portunhol selvagem, Douglas Diegues, traduções de textos mexicanos, cubanos, chilenos e de poemas da argentina Maria Eugenia López. Além de ensaio sobre poesia cubana e reportagem sobre dois festivais chilenos de poesia: Poquita Fé e Con Rimel.

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O carioca Thiago Ponce de Moraes lança seu primeiro livro de poemas Imp., pela editora Caetés, também no dia 12 de dezembro, só que no Rio de Janeiro. Em seu perfil no blog Algaravária, diz, "Tento, assim, enquanto utensílio-utilizador das palavras, fazê-las duvidar de si e subverter pela não-completude, falha, que alcançam; tangem." Thiago faz duas graduações no momento: em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dividido em três partes ("Livro I - Quem desejar, diga", "Livro II - Todo poema" e "Livro III - Agora vai o que nunca de fato sei", onde se lança numa dissolução total), Imp. será lançado no Unibanco Artplex Livraria (Praia de Botafogo, nš 316), a partir das 19h.

O primeiro poema, "Defletir", dá o tom de "Dique de palavras", que o poeta imprime durante o livro, assim como a busca de uma dicção pessoal ("Para gen/ Te galgando/ Dicção"). Em "Lição", Thiago nos ensina as diversas possibilidades de seu "horizonte" numa brincadeira de constante deslocar da palavra. Palavra entrecortada, deslizante, mas sempre focalizada ("forçosa poesia/ viscosa palavra/ nunca achada", em "Refluxoperário").

Muitos dos poemas completam-se, não só na leitura, mas em sua contemplação no papel. Reproduzir alguns trechos aqui é matar a beleza do uso de cada espaço em branco, numa intensa reflexão que Thiago faz sobre a poesia e seu lugar ("Su-/ Pondo perfumes/ Vales espirais", em "Antídoto"). Vale ver o livro.

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Antes, dia 9 de dezembro, será a vez da Rave Cultural no Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, a Casa das Rosas (Avenida Paulista, nš 37). A comemoração é de dois anos da casa paulistana como pólo de literatura - dirigida por Frederico Barbosa - e sediando a biblioteca do poeta Haroldo de Campos, livraria da Imprensa Oficial, intensa grade de cursos e oficinas culturais, salas de leitura e exposições, assim como uma biblioteca circulante especializada em poesia. A rave começa às 18 deste sábado, encerrando-se às 7 da manhã de domingo com um café da manhã. Leituras, conversas com escritores durante a noite, dança, cinema, teatro e, na madrugada, technobeat e black music fazem parte da programação.

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Papel-manteiga para embrulhar segredos: cartas culinárias (Memória Visual, 2006, 104 págs.). Este é o novo e belo livro de Cristiane Lisbôa, lançado em novembro último. Cristiane entrelaça uma história bem estruturada - com direito a ação e romance - a partir de cartas que a personagem Antônia envia para sua bisavó, de "alguma parte no mapa". É do restaurante Mi Casa, onde recebe aulas para aprimorar a arte da culinária, como única aluna da autoritária Senhorita Virgínia ("Comida é o que um chef de cozinha deve saber fazer e não doidices com pó de ouro ou crista de galo. Comida é o que une Senhorita Virgínia a esta casa sem tempo nem espaço, fincada no alto de um morro. Comida é o que procuram as quatro pessoas que noite sim, noite não, jantam na sala, vindas não sei de onde. (...) Comida são estas receitas que mando em letra apressada atrás das cartas escritas em papel-manteiga. Comida é meu destino.").

Todas as cartas são acompanhadas de receitas, que vão desde "bolinhos de chuva" até "guisado de cabrito com anis estrelado". Cada uma delas criada - na vida real -, pela gastrônoma Tatiana Damberg. O projeto de capa e fotografias impecáveis do livro são de Mariana Newlands. A autora, também dona da Editora Fina Flor, que faz livros com a mesma delicadeza com que redige estas cartas de Antônia, é gaúcha e reside em São Paulo.

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Você sabia que "cueca por cima da calça não é invenção do Super-Homem" ou que, "para os espanhóis, usar óculos era sinal de status"? Como fazíamos sem... (Panda Books, 2006, 143 págs.) não é apenas um apanhado de curiosidades, mas um livro que nos lembra (ou, provavelmente, nos revela) como era a vida antes de termos à mão uma infinidade de coisas, indispensáveis(?) hoje: talheres, cueca, calcinha, banho, elevador e, até mesmo, Internet!

São alguns exemplos do que podem ser encontrados nesta reportagem feita por Bárbara Soalheiro para a revista Aventuras na História, e transformada em livro neste ano. Num estilo informativo e descontraído, Bárbara, que atualmente é uma das editoras da revista Capricho, prende o leitor do início ao fim. O texto é acompanhado de uma série de imagens - dentre elas, ilustrações de Negreiros.

Elisa Andrade Buzzo
8/12/2006 à 00h12

 

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