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Segunda-feira, 15/1/2007
Cinema em Atibaia (Final)
Tais Laporta

Já se sabe quem são os grandes vencedores do segundo Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual . Marcado por curtas-metragens de diversas partes do país, o festival contrariou as previsões do público e premiou duas produções paulistas. Na categoria de 35mm, o escolhido foi Yansan, animação de Carlos Eduardo Nogueira. Já Saba, de Thereza Menezes e Gregório Graziosi, levou o prêmio de melhor vídeo.

Totalmente produzido em computação gráfica, Yansan reconta o mito de Iorubá vivido pelo orixá dos ventos e tempestades. O contexto é genuinamente brasileiro, até o filme se desenrolar num Japão futurista. Enquanto isso, Saba documenta o cotidiano apagado e monótono de um casal de idosos em um asilo. Filme de grande sensibilidade, porém tão parado quanto a rotina dos personagens. Talvez por traduzir tão bem esse espírito, conseguiu captar a simpatia do júri, superando expectativas como de O fim do mundo - Flashback society.

Sem poder questionar o resultado da premiação para a categoria em 35mm - já que não estive na sessão de Yansan - posso dizer que, entre opiniões compartilhadas, grande parte dos que assistiram a mostra profetizava a vitória quase certa de O maior espetáculo da Terra, de Marcos Pimentel ou de Eletrodoméstica, de Kleber Mendonça Filho - que, apesar de tudo, levou o troféu de melhor direção.

O filme de Mendonça não ficou com o prêmio principal do festival, mas angariou o prestigioso troféu Dom Quixote, concedido pela Federação Internacional de Cineclubes - que também concedeu menção honrosa a Canto de Cicatriz, da gaúcha Laís Chaffe, e a Tem um dragão no meu baú, da carioca Rosária.

Já o prêmio de melhor fotografia foi para o curta cearense Dos restos e das solidões, dirigido por Petrus Cariry. Na premiação de melhor atriz, Magdale Alves, também de Eletrodoméstica, levou o troféu para casa. Enquanto isso, o prêmio de melhor ator ficou com Augusto Madeira, de No princípio era o verbo - curta que merecia, pelo menos, uma menção honrosa.

O Festival de Atibaia promete crescer ainda mais nas próximas edições. Está disposto a chamar a atenção de todo o Brasil e até mesmo da Europa. Mas, para isso, seria interessante que corrigisse a má qualidade do áudio e as falhas com a legenda, como fez com o tempo de duração das sessões. Se mantiver o nível de 2007 com estes detalhes sanados, tem grandes chances de se firmar, sem falsa modéstia, como o "festival dos festivais".

Para ir além
Encontrei no YouTube o espirituoso curta caseiro O fim do mundo - Flashback society. Vale a pena espiar esse despretensioso humorístico, uma pequena amostra do que rolou no festival.

Tais Laporta
15/1/2007 às 23h30

 

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