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Quarta-feira, 31/1/2007
Freakonomics
Guga Schultze

Freakonomics (Campus, 2005, 254 págs.), escrito por um economista, não é um livro sobre economia, no sentido tradicional.

O autor usa os procedimentos da análise econômica, mas não o "economês". É mais uma investigação social; Steven D. Levitt (junto com Stephen J. Dubner, jornalista) analisa o lado oculto das causas e efeitos em diversos fenômenos do dia a dia.

É uma investigação quase policial, de detetives procurando explicações para fatos aparentemente sem relação uns com os outros: a queda dos preços dos seguros de vida e o surgimento da internet; nomes próprios e sua relação com o sucesso profissional, a queda da criminalidade e a lei que sancionou a prática do aborto (nos EUA) - e que é o assunto mais polêmico do livro.

Levitt pega leve, driblando, no possível, o previsível ataque às suas teses politicamente "incorretas". O livro não chega a ser chato, mas é quase - há uma distância de professor para aluno que a gente não gosta de sentir, principalmente quando a gente é o aluno. O que salva são exatamente as conclusões - Levitt soa muito lógico e convincente.

Essa lógica é que criou polêmica nos EUA porque, numa linguagem clara e apoiada em procedimentos práticos de análise econômica, é capaz de convencer e deixar os opositores sem muitos argumentos. O autor acredita no que escreve e não hesita em apontar a correlação de variáveis aparentemente distantes entre si.

Freak, em inglês, quer dizer esquisisto, fora do contexto ou até mesmo "fissurado". Freakonomics é isso, um estudo social inusitado por ser original e tenaz na sua busca de explicações pouco ortodoxas.

Nota do Editor
Leia também "Freakonomics: a trajetória de um livro"

Guga Schultze
31/1/2007 às 23h33

 

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