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Segunda-feira, 26/3/2007
Não é tão difícil publicar
Marília Almeida

Foi o que afirmou o escritor porto-alegrense Marcelo Carneiro da Cunha em sua palestra para o Curso de Criação Literária na AIC. Ele já tem 14 livros publicados, metade deles direcionado ao público infanto-juvenil e dois pela Editora Record: O Nosso Juiz (2004), romance ambientado na Serra Gaúcha e que trata de duas cidades rivais que iniciam um conflito quando uma ganha um juiz; e Simples: o Amor nos anos 00 (2005), contos sobre fantasias amorosas que tiveram como base entrevistas com homens e mulheres de todo Brasil.

Ele exemplifica por meio de sua própria experiência: já mandou um livro para uma editora e teve uma resposta positiva em 48 horas. "Elas são como o Carrefour: precisam de tomate", constatou. O segredo? Um bom livro. "Eles serão sempre publicados. Mas é difícil encontrar algo bom e único hoje em dia, pois li originais por alguns meses. Não quero que me contem uma história, mas uma experiência ficcional que me envolva, entretenha e informe", analisa.

O pequeno universo de leitores do país também é citado por Marcelo como um entrave para uma maior publicação de livros. "Fui escritor-residente em uma fundação de Nova York e pude verificar a diferença. Lá, os editores vão até a matéria-prima, ou seja, os escritores", afirma. Diante deste panorama, a saída e meio de divulgação eficaz, de acordo com ele, seria a Internet, onde "hoje, se publica qualquer coisa".

Marcelo ainda demonstrou como construiu um de seus contos e que a ficção pode sair de uma nota de jornal. "Ninguém escreve intuitivamente. Uma história é composta por um monte de informações cruzadas", explica. Para ele, o ficcionista não deve partir de limites, mas de liberdades.

Marília Almeida
26/3/2007 às 08h56

 

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