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Terça-feira, 8/5/2007
o trompetista gago
Julio Daio Borges

Há vários anos tenho aprendido a praticar o abandono através dos livros. A livrar-me dos contornos das épocas de que fui contemporâneo, lavada a poeira do passado grudada nas minhas chinelas e nos meus olhos. Porque existem livros que permanecem abertos durante muitos séculos dentro de nós, ecoando através de nossos gestos, da maneira que gritamos, ocorrendo no entanto que outros se apaguem de nosso espírito, de modo a olharmos para eles sem lembrarmos o motivo. Todos os dias quando volto para casa vou até os livros e os respiro. Só os que me observam de volta e lembram o que há escrito em mim são meus iguais, e permanecem na estante, como eu.

reuben wolfwitz, no seu blog, que linca pra nós.

Julio Daio Borges
8/5/2007 à 00h37

 

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