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Terça-feira, 19/6/2007
Dias de Luta
Julio Daio Borges

(...)você monta sua banda com 21. Ou então, no caso do Dado Villa-Lobos, com 18. Daí você vai tocar, não tem onde tocar. Então você deixa de sair com a namorada, rouba uma grana do teu pai e grava uma demo. Nenhuma gravadora se interessa. Então você assalta alguém e faz um disco independente. Aí o cara da rádio pede 50 mil pra tocar o teu disco. E você continua tocando por uma única razão: amor. Ou então porque seus amigos são legais. Mas vai chegar uma hora que o cara casa, tem filho, vai querer fazer algo de útil (risos).

Quando o Paul McCartney fez o Sgt. Peppers ele tinha 25 anos. O Brian Wilson fez o Pet Sounds com 24. Quando o Roberto Carlos fez o disco da praia, que foi a grande guinada dele, ele tinha 27, sabe? Não se faz nada depois disso. Depois disso é ladeira (risos). Então se você não tem estímulo — que é bem diferente de dar uma força — se você não tem estímulo fica impossível ir em frente.

Aquela frase do Nando Reis é muito boa: "A gente tocava para um público que curtia o nosso som. Então a gente precisa aprender a se comunicar com ele". Quer dizer, era um estímulo que eles recebiam do público que fazia eles irem em frente e ser mais pop. Se eles ficassem tocando para um público que era só os amigos deles, ao invés de ir tocar em danceteria, ficariam presos no próprio rabo. "Ah, põe mais distorção aí, meu!". Ia virar um Júpiter Macã, que poderia ter se transformado em um cara de sucesso, mas acabou, por estar preso no underground, mais underground ainda.

Ricardo Alexandre, explicando porque os anos 2000 não são como os anos 80, para o Rock BR (porque o Matias me indicou...).

Julio Daio Borges
19/6/2007 à 00h18

 

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