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Quarta-feira, 27/6/2007
Leviatã
Tais Laporta

Thomas Hobbes foi um materialista radical. Ao contrário do que escrevia Descartes, rejeitou a idéia de que o homem seria matéria e espírito (seria "só matéria"). Para Hobbes, portanto, as atitudes morais não podem ser justificadas pela imaterialidade - isto é, pelo terreno transcedental. Esses conceitos são a essência do clássico Leviatã, desmistificado pelo filósofo Julio Pompeu no curso Os Pensadores, na Casa do Saber.

Pompeu explica que, para Hobbes, o homem não segue as leis da natureza tal qual os animais (onde há "presa" e "predador") porque aderiu passivamente a um pacto coletivo, em que abre mão de sua liberdade e igualdade. Embora seja racional, o ser humano é egoísta (por instinto de sobrevivência), razão pela qual é capaz de matar. Os homens podem destruir-se mutuamente. Mas a covardia é tão grande quanto o egoísmo, razão pela qual o maior de todos os medos é a morte violenta.

Para preservar a própria vida, o homem cede sua liberdade e igualdade em favor de um pacto social, que torna legítimos o poder absoluto do soberano e a obediência coletiva. Logo, conclui Hobbes, o bem estar social é assegurado pela covardia e medo individuais. Sentimentos que proporcionam uma ordem em sociedade e que, portanto, seriam benéficos.

Essas idéias são uma visita superficial pela obra do pensador. Para quem quer entender a essência do seu pensamento, Leviatã é facilmente encontrado em formato pocket, em sebos e livrarias comuns. É leitura obrigatória no meio acadêmico, especialmente nos cursos de Filosofia e Direito.

Tais Laporta
27/6/2007 às 15h39

 

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