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Quarta-feira, 1/8/2007
Os Jornais Acabam? V
Julio Daio Borges

Embora tudo se ache na rede, esta é uma salada, com 90% dos ingredientes de má qualidade, mal escritos e muito superficiais. Evidente que os 10% de boa qualidade podem suprir, porém, devido à tradição fortemente calcada nos leitores, à facilidade do transporte do exemplar e ao espaço já consagrado de muitos articulistas, fica claro que os jornais tradicionais em papel ainda vão perdurar bastante.
Danilo Zanirato
Cuiabá/MT


É muito improvável que "os jornais acabem". Sempre haverá um público que queira estabilidade na circulação e recebimento de informações num período regular de 24 horas. A internet é inconstante, às vezes as notícias demoram para aparecer e nunca a informação é de alguma forma digerida em seu significado. Nos jornais diários, ao contrário, as informações sofrem editoração, o que permite ao leitor uma digestão mais completa do significado daquilo que ele tem em mãos.
Adriano
Santo André/SP


Não. Os bons jornais, aqueles cuja matéria principal são os artigos de opinião e as análises dos fatos, tenderão a se aperfeiçoar. Os que vivem de sensacionalismo e de notícias de impacto, por seu lado, não têm futuro. Não há como vencer a simultaneidade acontecimento/notícia, que é a vantagem das redes. Assim, teremos uma "seleção natural" no mundo do jornalismo impresso. Se minha leiga opinião vale alguma coisa, no entanto, mesmo viciada em internet, não abro mão de minha leitura dominical. O jornal nesse dia acompanha o pão e a geléia do o café da manhã.
Vera Lúcia Bazzo
Florianópolis/SC


Tradicionalmente, os jornais primam pela organização dos assuntos e qualidade dos textos. Textos que muitas vezes nos remetem a grandes jornalistas, escritores e cronistas, que definem e caracterizam o estilo de um jornal. A internet, infelizmente, acabou por sintetizar textos e notícias, colocando o trabalho do autor em segundo plano. Os jornais têm como papel fundamental manter sua equipe e estilo próprio, que sempre marcaram sua história. Se o que buscamos sempre foi qualidade, os jornais estarão sempre presentes.
Gustavo Ludovice Kalil
São Paulo/SP


Em minha opinião, não corremos tal risco. Pela simples razão de que um formato (crucial, como é o do jornal) não se esgota em um processo simples. Se o jornal estivesse fadado à extinção, já teríamos suportes mais competentes - o que, na prática, ainda não existe. Os meios não são alheios à sociedade. Mantemos vínculos com eles, com seus processos, seus mecanismos, sua temporalidade. O jornal impresso, na sua (lenta?) rotina diária, é ainda o formato mais competente para suprir nossas necessidades de informação e interpretação da realidade. Alguns "tecnomaníacos" observarão uma migração dos leitores do jornal ao suporte virtual, em razão de suas (alegadas) vantagens: sua comprovada velocidade, trazendo-nos os dados em tempo real; seu potencial de democratização, já que, na Web, somos todos potencialmente produtores de notícia. Mas basta uma breve navegada nos principais portais da internet para constatarmos a realidade: o chamado webjornalismo nada mais é, por fim, que um repetidor dos vícios do mau jornalismo. Em razão de preencher uma lógica do "minuto a minuto", o que assistimos é um festival de "notícias" que mal interessam a alguém. Pensemos: para que precisamos de tanta velocidade? O jornal impresso é ainda o formato que melhor dá conta de nossas necessidades de informação e - mais que isso - de compreensão dos fatos. Desconsiderar isso, a meu ver, é desconsiderar o próprio papel (histórico) do jornalista: não um mero "entregador de dados", mas um leitor privilegiado dos movimentos do mundo.
Maura Oliveira Martins
Curitiba/PR


[Feedbacks dos Leitores do Digestivo à Promoção]

Julio Daio Borges
1/8/2007 às 17h07

 

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