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Quinta-feira, 16/8/2007
Não, não gosto de Harry Potter
Julio Daio Borges

Tentei ler um dos livros de Harry Potter logo quando saiu e ainda não havia toda essa falação. Mas não fui muito longe. Depois, quando todo mundo já estava me dizendo que eu deveria ler, tentei de novo e não avancei. Não achei muito bem escrito. As pessoas me diziam, "mas é escrito para crianças, não para você". Quando, na verdade, eu conheço literatura infantil, conheço e adoro livros para crianças bem escritos, como os livros de Mary Poppins, que não menosprezam seu público e trazem um senso real de magia. Então, não, não gosto dos livros de Harry Potter e, como alguém para quem a magia faz parte de sua vida diária, não acho que aqueles livros façam bem à magia. O que eles realmente fazem é reforçar a velha crença de que a magia só pode ser encontrada em livros tolos para crianças, que não tem realidade ou existência no mundo real nem uma aplicação prática para a vida humana de uma pessoa normal. Também acho um pouco lamentável que ela [a escritora de Harry Potter, J.K. Rowling] tenha ressuscitado a escola pública britânica em boa parte da narrativa. Tenho, sim, muito respeito por seu sucesso, por sua fantástica história de vida: mãe solteira, escreve um romance e de repente se torna uma milionária. Boa sorte para ela. Eu apenas gostaria que os livros fossem melhores. E que se fosse falar de um assunto que tocasse meu coração, como magia, que se esforçasse um pouco mais. E que não tivesse trazido de volta essa instituição utrapassada e politicamente dúbia que é a escola pública de elite. Então não posso dizer que sou um fã de Harry Potter.

Alan Moore, em entrevista ao G1.

Julio Daio Borges
16/8/2007 à 00h42

 

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