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Segunda-feira, 21/10/2002
Vamos Banir os Aplausos
Julio Daio Borges

Este é justo o contrário (do de baixo). Lauro Machado Coelho sobre Glenn Gould. (Vocês se lembram: eu chamei a atenção para os 20 anos da morte, aqui, há duas semanas atrás. Mas a culpa não é do Lauro, que é hors concours, a culpa é do "pauteiro".)

O Lauro, aliás (de quem publiquei um Ensaio), lança mais um volume de sua História da Ópera. Trata-se da continuação de A Ópera Italiana (dos últimos 30 anos do século XIX em diante). Fico devendo mais informacoes, que pego com ele já já; enquanto isso, leiam o texto:

"Glenn Gould foi a Maria Callas do piano. La Divina tinha um timbre não exatamente bonito, uma voz que, a despeito da extensão prodigiosa, apresentava muitos problemas e, no entanto, o seu senso de teatro tornava inigualáveis as suas interpretações. Gould tinha o péssimo hábito de cantarolar enquanto tocava, suas escolhas de andamento e dinâmica eram muito estranhas, confessava abertamente a aversão ao uso do pedal e à técnica de execução legato. Mas, o que nas mãos de outro poderiam parecer meros maneirismos, nas dele eram intuições fulgurantes e reveladoras.

"'O concerto é um lugar de concessões mútuas do músico e do público, em que a criação é imolada no altar da representação', dizia Glenn Gould. A gravação, ao contrário, era um ato verdadeiramente criador, na medida em que ele podia controlar todas as suas fases, desde a colocação dos microfones até o estágio final de montagem. Isso fica muito claro em Vamos Banir os Aplausos!, o polêmico artigo que Gould publicou na revista Musical America de fevereiro de 1962, dois anos antes de se retirar da plataforma de concertos."

Julio Daio Borges
21/10/2002 às 18h08

 

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